segunda-feira, 1 de novembro de 2021

*** MEMÓRIAS DO POLICIÁRIO! - (Por: O Gráfico) - 018

 Memórias do Policiário – 018

 

II Convívio Policiário de Abrantes - 24 de Abril de 1977

Escreveu: Belém Valente

 

NA DESPEDIDA

Já na estação, cerca das 22 horas, eis que o Detective Misterioso, de fato domingueiro, havia manchado a camisola branca com a bela pinga… A preocupação atormentava-o, e se chegasse a casa e a patroa lhe olhasse para a camisola?... Levaria com o rolo da massa?!... Mas eis que surgiu uma ideia: voltar a camisola! E voltou mesmo… Mas a vítima é sempre O Gráfico quando diz que… “-Eu é que sou a vítima, que tenho de levar o Misterioso até ao outro lado”.

Mas tudo acaba bem, quando tudo fica bem!

BELÉM VALENTE 

In Mundo de Aventuras, nº 197 – 7 de Julho de 1977

 

DETECTIVE MISTERIOSO ou Domingos Prata Rodrigues – o elo mais forte da Tertúlia Policiária de Almada!

 


Eu tinha chegado a Almada, para trabalhar numa Tipografia, em 1969, com 11 anos apenas! Em Junho de 1975, dois dias antes de festejar 17 anos, quando me dirigia para o trabalho olhei para uma capa do “Mundo de Aventuras”, n.º 90, revista de banda desenhada (bd) -afixada numa banca de venda de jornais e revistas, então situada na antiga Praça da Renovação, actualmente, por força do “25 de Abril”, designada como Praça do Movimento das Forças Armadas, onde está a famosa estátua de “Os Perseguidos”-e fiquei fascinado pela capa que mostrava um extraordinário desenho de PELLUCIDAR!! Uf! Recordações. Comprei a dita revista que custava, na altura, 5$00 e 7$50 em Angola e Moçambique. Nas últimas páginas verifiquei existir uma Secção de Passatempos com o nome de “Mistério… Policiário”, Produção, Orientação e Comentários de “Sete de Espadas”. Interessei-me e comecei a responder e a contactar o seu Coordenador, o “SETE” e só parei quando, finalmente, vi no “Mundo de Aventuras”, na dita Secção de “Policiário” uma “Chamada Particular” para… “O Gráfico” pseudónimo que adoptei para responder aos Passatempos!



 

…A partir daí… a história é conhecida, das actividades de “O Gráfico” na Problemística Policiária onde conheci, em Cacilhas, um homem, já veterano, nestas andanças, dos “Detectives”… que me forneceu todos os ensinamentos necessários para que eu, também, me tornasse um exímio Decifrador de “Problemas Policiários”! Por vezes, chegava-me aos ouvidos que existiam vozes e comentários afirmando que o sucesso de “O Gráfico” só se tornara evidente porque era o “Detective Misterioso” quem descobria os pormenores dos “casos” e dava de bandeja a solução ao novato e por isso mesmo, após o falecimento prematuro do Domingos Prata Rodrigues (Detective Misterioso), eu triunfei, com muita honra e enormíssimo orgulho, num Torneio de Problemística Policiária que a PAL (Algés) organizou na revista “Célula Cinzenta” (da Associação Policiária Portuguesa) em sua homenagem, superando no último “problema policiário” -da Autoria de “M. Constantino”, um dos melhores Produtores! -através de “melhor solução” um outro gigantíssimo Mestre, “Mêbêdê”, o carismático BIG BEN!!


Juntamente com o Detective Misterioso, com o pseudónimo de “Investigadores R. & R.” também ganhámos um Torneio de Decifração de Problemística Policiária!


Juntos ( Det. Misterioso & O Gráfico) fomos Orientadores da Secção Policiária “Velharias Policiárias” (publicação de produções antigas) no “XYZ-Magazine” de “Sete de Espadas”.


Uma vez, apareceu-nos um Problema Policiário, com uma determinada data, do passado, situado em Almeirim, e não havia maneira de descodificarmos o caso… até que o Detective Misterioso se lembrou de fazer uma visita à Biblioteca Nacional para realizar uma busca aos jornais, daquela data, de Almeirim!
 

(Hoje é tudo muito fácil… basta fazer uma minuciosa busca no Google! A internet resolve muitos destas situações, especialmente a desvendar os Testes de Cultura Geral e nomes dos Autores dos livros!! São outros tempos, mas naquela altura era difícil).

Fomos os dois, então, à Biblioteca Nacional e após breves buscas aos jornais de Almeirim, da data que estava mencionada no Problema Policiário, chegámos à conclusão que um dos suspeitos mentia… quando afirmava que se deslocara de carro até determinado lugar! Facto impossível de se realizar porque, naquele dia, choveu bastante em Almeirim e as ruas ficaram inundadas e impediram a circulação do trânsito! Ora, se o suspeito estava a mentir é porque tinha “culpas no cartório”!!

 


Eu e o Detective Misterioso íamos a quase todos os Convívios Policiários que se realizavam por todo o País e quase sempre trazíamos Prémios para casa, conquistados nos Passatempos “anti-digestivos” que eram colocados aos Convivas, para serem Decifrados, após a refeição! Ali, naqueles momentos, quem tinha “unhas” é que “tocava Guitarra”! Uma vez, em Évora, festejamos a conquista de uma Taça ao beber cerveja através do próprio Troféu!!

 

 

O Detective Misterioso ensinou-me uma máxima… tinha sempre resposta para tudo… era de opinião que “antes perder uma Amizade do que evitar uma boa resposta!”

SAUDADES. UM HOMEM BOM!

 

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Blogue RO – 01 de Novembro de 2021

http://reporterdeocasiao.blogspot.pt/

 


*** As “Pegadas” de hoje, da 18.ª edição de “Memórias do Policiário - O Gráfico”, são totalmente dedicadas a um dos melhores e altos valores do Policiário em Portugal, precisamente Domingos Prata Rodrigues, o “Detectice Misterioso” de Cacilhas… City, como gostava de ser tratado! Competentíssimo Decifrador de Problemística Policiária, raramente falhava na Solução de um Problema Policiário, o meu grande Mestre! Um Companheiro e Compincha por excelência! Era o elemento com mais idade e o mais Veterano da Tertúlia Policiária de Almada.

As Histórias do Detective Misterioso no seio do Policiário, especialmente nos Convívios, são inúmeras, todas engraçadas, e lembramos nestas “Pegadas” mais uma… contada pela saudosa “PAL” de Algés.




Convívio Policiário de Abrantes [1979]

Reportagem de PAL (Algés)

 

…Mas há mais, mais e pior!

Fazia calor, nós agasalhados, as janelas fechadas -isto porque os ruídos exteriores perturbam a condução do Durandal (parece que ele só gosta de “ruídos interiores”!?!!); e então, eis senão quando, o Detective Misterioso, que já suava como um Estivador em dia de chegada de qualquer Cargueiro, pede ao Durandal para parar um pouco. Parámos e ele saiu, agarrando-se à porta mal aberta. A Ifta também saiu, para ele passar para o banco da frente. Como eu ia ao lado do Detective Misterioso, percebi que havia algo de estranho e quando vi a cara dele, passar por todas as cores do arco-íris e ficar-se no verde, agarrei-lhe num braço, tudo isto em precária posição e não consegui aguentá-lo porque ele resvalou e estendeu-se ao comprido; saltaram os óculos, a Ifta parecia uma estátua do museu do Louvre (isto significa, uma estátua bonita) e eu estarrecida ao ver uma cara verde a olhar para mim.

Os outros dois cavalheiros estavam a leste do grande drama esperando que o Detective Misterioso tomasse ar suficiente e conversando na maior das calmas!...

O Detective Misterioso desmaiara!

Eu queria acordá-lo, apanhar os óculos, dar vida à estátua, chamar a atenção dos outros, mas só consegui apanhar os óculos e dar-lhe pancadas na cara e dizer: “Acorde, acorde!!...”.

Parece-me que o “acorde, acorde”, só fez efeito na “estátua” que acordou naturalmente e disse ao condutor para não recuar o carro, pois a cabeça do Detective Misterioso estava juntinha da roda e por fim o desmaiado acordou também, dizendo ter tido a sensação de lhe fazerem “festas” na cara. Que descaramento! As minhas pancadas não foram propriamente bofetões (deviam ter sido, mas eu tive medo das consequências!!...); mas festas!?; com franqueza, já é descaramento!...

 








 



















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