domingo, 25 de maio de 2025

🎓 Borda D`Água do Conto Curto - ☝Edições Fora da Lei 🗝 Edição -Ano 2019 -CONTOS Variados com 12 Autores!

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A VIOLADA

(só quem tem unhas...)

Acordei em sobressalto tais não eram as pancadinhas na porta! Vesti o roupão antes que viesse todo o prédio abaixo, abro a porta e dou de caras com dois velhos amigos, acreditem mesmo dois velhos, mas ainda à moda antiga. Sem tempo nem para bocejar, o mais velho...

− Acompanhe-nos até ali ao Quebedo – falou mostrando o distintivo e um vulto que parecia ....

− E rápido – rosnou o outro, qual cão de guarda.

Acabei por bocejar, pois nem me passava pela cabeça o que se passava e refilei – querem que eu vá assim, tiro os collants, vou como Deus me deitou ao mundo, ou esperam um pouco?

O mais baixinho, conhecia-o não sei de onde, mas sabia que tinha fama de terrível, olhou para o companheiro e disse – olha-me este, tem na mania que é espertalhão.

Esperem um pouco – acabei por dizer – em pé de preferência e sem tocar no bar.

Meia hora depois seguimos até aos “escritórios” e depois de alguns minutos já lá dentro, mais dois detectives, aliás um senhor e uma senhora... com esses dois e mais o “Gordo”, um cubículo em que nem uma galinha quereria, começa o pesadelo... não para mim, podem ter a certeza!

− O senhor sabe do que é acusado? Temos aqui uma acusação muito grave, tentativa de violação...

Interrompi-a – bem, pelo menos você tratou-me por senhor, não sei bem se sou, mas isso cada um nasce “p’raquilo” que gosta, mas violação? Aos fins de semana toco viola, ela geme nas minhas mãos se é a isso que se refere.

− Calma, refiro-me a uma miúda – enquanto ela falava, pensei, bem esta é alentejana anda nas calmas, e eu até estou calminho – fez queixa do senhor, enquanto estava na portaria e tentou a violada.

Desta vez fui eu que pedi calma, e olhei para todos dizendo apenas – pelo que notei a vossa portaria terá o mesmo tamanho da minha, e sempre tem alguém, mirones ou não, camaradas, companheiros, pessoas estranhas, ou mesmo extraterrestres como essa ou esse de quem estão a falar, perto da entrada ou não? E outra coisa a minha VIOLA nunca, mas nunca mesmo vai para a portaria, para a porcaria pode ir... já agora onde foi essa coisa que vocês falam?

Pois – a moça disse que foi na portaria, que o senhor a puxou para a casa de banho e...

Nem a deixei falar mais, e rematei – podem prender a moça, e por uma coisa apenas o resto também é fácil de confirmar, e não os mando prender porque já estão arrumados. Aqui reparei e sem querer ver aquilo que vocês tão hábeis que sois, a vossa portaria também não tem W.C., se eu precisar ou faço nas calças ou peço a um colega para me substituir, aqui vou acompanhado, no meu trabalho não é necessário, casas de banho diferenciadas e logo não vai uma miúda só.

Segundo ponto, não sou GAY, porque apenas não tenho um jipe topo de gama, o resto tenho, plantei uma florzinha, tenho um filho, (temos adoptado) e a escrever uma piadinha sobre todos vós... Agora vou-me embora, ainda bem que amanhã estou de folga... para violar a minha...

 

Janeiro, como diz o povinho não ganhas dinheiro, não comes nem pãozinho, sorte do funileiro que tem sempre um furinho...

Abrótea

(Por algures no Pinheiro da Cruz, inocente...)

 

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SORUMBÁTICO

Matias preocupava-se com o som da vida. Assim quando tocava nas teclas, elas redimiam-se do seu silêncio e serviam-lhe como fonte de inspiração. Escusado será dizer que de futuro, se futuro houvesse, elas seriam a sua motivação. Improvisar fazia parte dos seus receios porque era simplório e apesar das emoções à flor da pele, incapaz de imaginar algo que fugisse ao seu dia a dia. Se fosse um pouco mais dinâmico não seria um indivíduo “aborrecido”, apesar do som dessa palavra lhe dar voltas no cérebro e insónias na cama. Balançava entre o céu e o inferno por ter dias musicalmente harmoniosos e outros tão estridentes que roçavam o pesadelo. Tinha uma professora de solfejo por quem sentia uma paixão desmedida, guardada no fundo do peito com receio da rejeição. Esta mulher, apesar de lhe provocar emoções contraditórias, era uma mais--valia na aprendizagem de canto. Havia além dela um instrutor de piano, andrógeno e desqualificado que lhe dava aulas gratuitas só pelo prazer de se sentir útil e de se auto denominar professor. A única verdade desta história assenta no seu particular emprego porque além de lavar as casas de banho do centro comercial, era despenseiro no supermercado do mesmo. Não brincava em serviço, mantinha os lavabos impecáveis e os artigos perfeitamente identificados nas prateleiras, nunca adulterando os preçários ou influenciando compradores. Sentia-se privilegiado por ter os sábados para si e por viver uma vida despretensiosa sem percalços ou variações.

Repôs nas prateleiras, anteriormente vazias, as latas de grão e feijão em falta, tirando duas para seu proveito, guardadas nos bolsos da bata, sem se lembrar da câmara de vigilância que ele próprio montara dias antes, a pedido da gerência.

O caso ficaria por aí se na sua santa ignorância e ingenuidade, não tivesse comunicado o furto para se sentir de consciência tranquila. Foi imediatamente descartado e tornou-se sorumbático pelas exiguidades da vida. Obrigado a assentar os pés na terra deixou-se de ilusões, esqueceu a paixão que tinha pela professora e a honestidade ganha com as suas atitudes. Hoje vive razoavelmente sem se importar com os outros, até dizem que vai concorrer a um cargo político.

 Filipa Wilson

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MORAL DA HISTÓRIA

AO FEVEREIRO E AO RAPAZ, PERDOA TUDO QUANTO FAZ.

 

 



 

»»» NA PRÓXIMA EDIÇÃO, 1 de Junho de 2025, apresentaremos mais dois CONTOS, de Março e Abril de 2019, da Autoria de Cris (Maria Cristina de Aguiar) e Peter Pan.

 


 















🙆 BOM Domingo!

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