sábado, 1 de julho de 2023

*** MEMÓRIAS DO POLICIÁRIO! - (Por: O Gráfico) - 041 👣 PEGADAS - ANEXO DA EDIÇÃO N.º 041 --- O GRÁFICO

 🔎 Memórias do Policiário – 041 🔍


🕵️ O Gráfico

 

👣 Pegadas...

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M. Constantino

*** As “Pegadas” de hoje, da 41.ª Edição de “Memórias do Policiário - O Gráfico”, são também de homenagem a Manuel Botas Constantino!

O Gráfico

 

PROBLEMA POLICIÁRIO

A MALA DESAPARECIDA

(JULHO - 1948)

Um Original de:

 M. Constantino

 

T

RÊS HOMENS esperavam no hall do Metropolitan de Nova York, Gable, o mais gordo deles, olhava frequentemente para o relógio, enquanto que o mais alto, Moore, fumava nervosamente cigarro após cigarro. Unicamente o terceiro, Holmes, homem pequeno e débil, mostrava completa tranquilidade.

Finalmente o gordo, apontando para alguém que descia dum táxi em frente à porta do grande hotel, gritou:

- Aí está Gordon!

O chamado Gordon, que chegava com uma mala na mão, depois de pagar o táxi, encaminhou-se para os três homens que com tanta impaciência o tinham aguardado.

-Realizei a venda – anunciou com ar triunfante. -Aqui na mala trago os 500 mil dólares.

-Agora -propôs Holmes -toca a depositar o dinheiro no banco quanto antes.

-Infelizmente já não temos tempo -exclamou Gable, mostrando o relógio -é meia hora e o Banco fecha à uma.

-Pois é uma grande maçada ter de conservar tanto dinheiro connosco até segunda-feira! -Observou Moore.

-Realmente não é muito agradável -reconheceu Gable, ao mesmo tempo que se metia no elevador com os companheiros -mas não há outro remédio.

Chegados ao andar onde Gordon tinha reservado os seus aposentos, este despediu-se de Moore, e Gable enfiou o braço no de Holmes e ambos se afastaram pelo corredor.

Um pouco mais tarde, quando desciam no mesmo elevador, Moore perguntou a Gable:

-Porque adiantaste o relógio até às 12.30, se ainda não era meio-dia e Gordon tinha tempo de sobra para chegar ao Banco?

Gable franziu o sobrolho, olhou para o moço do elevador e respondeu:

-Melhor seria que não quisesses saber tanto…

xxxxxxxx

Naquela mesma noite, quando um paquete ia entregar uma carta a Morgan, encontrou aberta a porta dos seus aposentos. Entrou e viu o hóspede estendido no meio do salão e sem vida.

Chamada a polícia, depressa ficou estabelecido que se tratava de um caso de assassinato; também se verificou que a mala havia desaparecido.

Interrogados os três amigos do morto, soube-se que os 500 mil dólares que a mala continha provinham da venda de uma propriedade que pertencera aos quatro. Também não foi difícil a polícia descobrir que os quatro amigos não se davam bem.

Praticada uma busca nos seus aposentos, foi encontrada, no de Gable, a carteira do assassinado. Apesar dos protestos do gorducho, que afirmava não ter estado com Gordon depois da chegada deste ao hotel, foi preso. A suspeita da Polícia, quanto a este, era reforçada pelas declarações do moço do elevador que relatou a conversa que tinha ouvido entre Moore e o preso.

Porém, apesar de tudo, a mala não apareceu. A Polícia estava convencida de que se achava ainda no hotel, pois sabia que nenhum dos três amigos de Gordon havia saído do hotel depois de praticado o crime.

Passaram três dias sem que se registasse qualquer novidade. Na noite do terceiro dia, o polícia de serviço no hotel, surpreendeu uma sombra fugitiva que saía dos aposentos de Gordon; intimou o intruso a parar e, não sendo obedecido, disparou, ferindo o desconhecido que logo verificou tratar-se de Holmes. Revistado o ferido, encontraram-se-lhe no bolso as chaves de Gordon que, pelo visto tinha ido buscar. Levaram-no para o hospital e lá ficou sob prisão.

Passaram mais três dias, e como Gable, um dos detidos, acusasse Moore de ter, em tempos, pretendido levar Holmes a matar Gordon, acusação que foi confirmada pelo ferido, Moore foi, também, detido como suspeito.

Por um feliz acaso, e quando menos se esperava, poucos minutos após a prisão de Moore, foi encontrada a mala. Achou-se, metida num depósito de água, no sótão do hotel. Tinha duas etiquetas coladas, uma das quais mostrava escrito o nome de Gordon. Havia sido arrombada e estava vazia.

Logo que o inspector encarregado do caso examinou a mala, afirmou peremptoriamente que já sabia quem havia assassinado Gordon.

Quem era o criminoso, e em que se baseava o inspector para afirmar que o tinha descoberto?

 

A Solução do Autor:

 

!?

É evidente que só os três companheiros de Gordon sabiam que este guardava o dinheiro nos seus aposentos. Portanto, as suspeitas da Polícia limitavam-se a Gable, Holmes e Moore. O achado da carteira e das chaves em poder dos dois primeiros fez inclinar as primeiras suspeitas para estes companheiros do morto, mais para Holmes do que para Gable, pois sentia-se que o sucedido com este último era uma torpe manobra para o comprometer. Por outro lado, a conversa do elevador pôs a Polícia de sobreaviso contra Moore, pois tinha todo o aspecto de ter sido provocada intencionalmente por este para comprometer Gable. A suspeita contra Moore mais se avolumou quando se soube que já havia pretendido liquidar Gordon. Portanto, embora as suspeitas contra os outros não se desvanecessem, inclinaram-se pesadamente para Moore, cujos antecedentes muito o comprometiam. O achado da mala no depósito veio esclarecer as últimas dúvidas, concentrando definitivamente todas as suspeitas contra Moore, o verdadeiro culpado. Efectivamente, foram as etiquetas coladas na mala que o denunciaram. Se esta tivesse estado três dias na água, certo de que o papel teria descolado; como estava colado, era evidente que a mala tinha sido metida recentemente no depósito de água.

Gable estava preso havia seis dias; havia três que Holmes estava hospitalizado. Só Moore, portanto, poderia ter lançado a mala na água, como fica demonstrado.

 

 

Crime Público Blog

13 de Dezembro de 2016

 

"CARTA ABERTA" DO ZÉ AO MESTRE CONSTANTINO

 

NÃO posso deixar de afirmar que foi com uma enorme emoção que vi que o último problema do Avô Palaló me foi especialmente dedicado.

 

É verdade que mostrei ser o maior admirador de Palaló mas não contava com a dedicatória. É verdade que pedi ao Constantino mais um Palaló.

 

SEI o que lhe custou escrevê-lo, mas fê-lo, apesar da sua debilitada saúde e da falta de vista. Por isso, tenho muito orgulho em ser policiarista e amigo do Constantino.

 

REDOBRADA emoção porque sei, graças às notícias do “Aranha”, que o nosso querido amigo Constantino vive uma situação de saúde muito difícil.

 

SE este foi o seu último problema, saiu pela porta grande.

 

FORÇA, amigo, e tenhamos esperança.

 

UM grande abraço, que espero lhe seja transmitido pelo “Aranha”, deste seu grande amigo e enorme admirador, ZÉ (Viseu)


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