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📚 Torneio Cultores 🎓
do Policiário 🔍
🧐 MELHORES! 👀
📜 05 - Relatórios Distintos - 05 📜
👨👩👦👧 ENTRE quarenta e sete (47) concorrentes, apenas CINCO (5) conseguiram obter o máximo de pontos (10) exigidos (Totalistas!) pelo que foi bastante difícil obter o escalonamento da 1.ª melhor até à 5.ª! Mais uma vez, como tem sido apanágio do Torneio, surgiu um belo lote de “propostas de solução” com muita qualidade a mostrar a criatividade dos solucionistas! ...Mas quem não descortinou o cerne/trama do enredo... não conseguiu a totalidade da pontuação... bastava concluir-se que em Lisboa os feriados Municipais, Religiosos e Nacionais se concentram e abundam no mês de Junho! A partir daí... sabendo-se que o Inspector Fidalgo procurava, agora aposentado, novos horizontes para o gozo de férias... havia que estar alerta... e depois "não batendo a bota com a perdigota..." havia que deslindar a contradição que incidia no facto de em Junho, em Portugal, ainda não acontecer a queda das folhas das árvores... a partir daí...
A análise, a destrinça, a observação, a ponderação e a escolha
das melhores, sobre os cinco trabalhos totalistas, foi bastante difícil de
realizar devido à sua valorização! Lembrar que "Big Ben" e "Inspector Aranha" são dos primórdios da Problemística Policiária e "Búfalos Associados" juntamente com "Detective Jeremias", menos jovens, mas já considerados veteranos... são dos melhores valores Nacionais, quer a Decifrar como a Produzir! A enorme surpresa continua a ser "Photus A. D." que "caiu" e depressa se "ergueu"... para "ombrear" com tão distintos Policiaristas! "Photus A. D." é o (muito) mais jovem destes cinco magníficos, mas é um estudioso da Problemística Policiária e assimila rapidamente a matéria!
A "concorrência" é sublime e para se separar o trigo do joio foi necessário, como habitualmente algumas horas de leituras, por diversas vezes, aos trabalhos apresentados. Recordar que escolher OS MELHORES, dentro dos TOTALISTAS, nesta "especialidade" não é tarefa fácil... porque "As Melhores" são diferentes da "Originalidade" e da "Combatividade"... (é a primeira consideração para "desempatar" a "pontuação"!) aqui SÃO IMPORTANTES as exigências/pormenores do "questionário" serem (todas e todos) mencionadas e descritos, na "linha de interpretação" do Autor e uma vez "desviados" desta "linha"... o caminho tem de ser transparente, consideravelmente analisado, bem largo e inequivocamente bem percorrido (!). Houve narrações muitíssimo bem elaboradas, sim senhor! Os solucionistas ao “Torneio Cultores do Policiário” estão, todos, de parabéns! Estivemos perante "propostas de solução" muito bem explanadas, sempre minuciosas, metódicas, a mostrar o trabalho do Decifrador, extensivas e prudentes, como é o hábito daqueles que se querem fazer notar e buscam os melhores lugares nas diversas classificações!
Concluindo... mais do mesmo... "gente antiga" e "novos concorrentes", produto da dinamização "Policiária" do "Blogue RO" que estão ansiosos por... BRILHAR!
Continuem a fixar alguns dos pseudónimos/nomes porque "anda por aqui" "pessoal" de MUITA CATEGORIA A DECIFRAR PROBLEMAS POLICIÁRIOS!
Para terminar registar o facto de uma gigantesca "revolução" na Classificação Geral que levou à perda da liderança da Confrade "COCAS"... que cedeu o seu lugar a "DETECTIVE JEREMIAS"... a uma Jornada do final do Torneio! A extraordinária Policiarista de Santarém que em dezena e meia de Problemas Policiários publicados no Blogue do "Repórter de Ocasião" somente "escorregou" no 1.º Desafio do presente Torneio e logo na 1.ª Etapa - 🧐 O Misterioso desaparecimento de uma Aliança Velha 🍾 - agora que se "apanhou" na frente do "Pelotão"..., com vantagem nas "Melhores" soluções em comparação com os "parceiros" "Búfalos Associados", certamente que "não deixará os seus crédito por mãos alheias..." e não descurará a sua participação na derradeira Jornada do Torneio! Veremos...
Saudações Policiárias.
RO – O Gráfico
As Melhores
1.ª – Detective Jeremias (Santarém) - (5 Pontos)
2.º – Inspector Aranha (Santarém) - (4 Pontos)
3.º – Photus A. D. (Belém-Lisboa) - (3 Pontos)
4.ºs – Búfalos Associados (Lisboa) - (2 Pontos)
5.º – Big Ben (Amadora) - (1 Ponto)
As Melhores
Classificação Final
(Após 9.ª Etapa)
1.º – Photus A.D. (Belém-Lisboa) - (00+03+07+06+14+09+00+11+03=53 Pontos)
2.ª – Detective Jeremias (Santarém) - (00+04+00+11+13+04+02+10+05=49 Pontos)
3.º – Inspector Aranha (Santarém) - (00+00+08+09+10+00+09+05+04=45 Pontos)
4.º – Inspetor Boavida (Charneca Caparica) - (00+00+06+12+00+13+12+00+00=43 Pontos)
4.º – Paulo (Viseu) - (00+00+00+00+15+10+10+08+00=43 Pontos)
6.º – Mac Jr. (Apúlia) - (00+05+05+10+00+11+11+00+00=42 Pontos)
7.ºs – Búfalos Associados (Lisboa) - (00+02+00+08+12+00+00+09+02=33 Pontos)
8.º – Faria (Évora) - (00+00+01+07+09+12+00+00+00=29 Pontos)
9.º – O Pegadas (Braga) - (00+00+03+00+11+07+07+00+00=28 Pontos)
10.ª – Cocas (Portalegre) - (03+00+00+05+00+03+13+02+00=26 Pontos)
11.º – Inspetor Moscardo (Santarém) - (00+00+00+00+05+08+04+06+00=23 Pontos)
12.º – Arjacasa (Valpaços) - (00+00+00+00+08+00+08+00+00=16 Pontos)
13.º – Inspector Pevides (Oeiras) - (00+00+00+04+07+00+00+04+00=15 Pontos)
14.º – Joel Trigueiro (Costa da Caparica) - (00+00+00+00+06+01+00+07+00=14 Pontos)
15.ª – Mali (Lisboa) - (00+00+00+00+00+06+06+00+00=12 Pontos)
16.º – Big Ben (Amadora) - (00+00+04+00+00+05+00+00+01=10 Pontos)
16.º – Inspector Ryckyi (Amora) - (00+00+00+03+04+00+03+00+00=10 Pontos)
18.ª – Sofia Ribeiro (Charneca de Caparica) - (02+01+00+00+03+02+00+00+00=08 Pontos)
19.º - Clóvis (Viseu) - (00+00+00+00+00+00+05+00+00=05 Pontos)
20.º – Ribeiro de Carvalho (Torres Novas) - (04+00+00+00+00+00+00+00+00=04 Pontos)
21.º – JC Al (Londres) - (00+00+00+00+00+00+00+03+00=03 Pontos)
21.ª – Rainha Katya (Charneca de Caparica) - (00+00+00+01+02+00+00+00+00=03 Pontos)
23.º – Eduardo Oliveira (Loures) - (00+00+02+00+00+00+00+00+00=02 Pontos)
23.ª – Inspectora Sardinha (Armação de Pêra) - (00+00+00+02+00+00+00+00+00=02 Pontos)
25.ª – Ana Marques (Lisboa) - (00+00+00+00+00+00+00+01+00=01 Ponto)
25.ª – CN13 (Charneca de Caparica) - (00+00+00+00+00+00+01+00+00=01 Ponto)
25.ª – Sandra Ribeiro (Almada) - (01+00+00+00+00+00+00+00+00=01 Ponto)
25.º – Visigodo (Setúbal) - (00+00+00+00+01+00+00+00+00=01 Ponto)
REPÓRTER DE OCASIÃO
TORNEIO CULTORES DO POLICIÁRIO
Detective Jeremias
PROBLEMA POLICIÁRIO - 9
O INSPECTOR FIDALGO APOSENTADO
De: Inspector Fidalgo
PRIMEIRA PARTE
Detective Jeremias tem o prazer de apresentar...
O INCRÍVEL DESAPARECIMENTO DE ZÉ MATULÃO
Caro leitor, nem sei como começar.
Talvez o melhor seja ir seguindo a ordem como o problema n.º 9 foi sendo apresentado. Mas antes, não posso deixar de manifestar a minha estranheza perante as escolhas do Inspector Fidalgo. Então o famoso Inspector, apesar de aposentado e inteiramente livre, vai escolher uma altura do ano em que a maioria dos “portugas” resolve também gozar “férias” sem delapidar o período de férias garantido por lei? É certo que cada qual é como cada um e gostos não se discutem. Talvez o Inspector Fidalgo prefira estar no meio de muita gente, e lá terá as suas razões, mas não será lá muito vantajoso para a conta bancária escolher estas “épocas altas”. Não concorda, caro leitor?
Bom, a verdade, sem lugar a quaisquer hesitações ou dúvidas, é que o Inspector Fidalgo tem por hábito adquirido viajar nos dias que abrangem o feriado nacional 10 de Junho e o dia 13 do mesmo mês, que é nada mais, nada menos, que o feriado municipal de Lisboa ─ o dia de Santo António.
Ah, mais uma coisa... também está escrito, preto no branco, que “...só uma brisa fresca lembrava que não era verão...”, o que encaixa como uma luva nesse período de tempo, pois é sabido que o Verão só começa no respectivo solstício, ou seja, entre os dias 20 e 21 de Junho.
Assim, embora sem a autenticação de um selo branco, posso garantir, salvo melhor opinião, que os acontecimentos descritos decorrem numa semana, de um qualquer ano, que inclui os dias acima referidos.
O local escolhido pelo casal Fidalgo para passar estes dias não é divulgado. Percebe-se apenas que, sem o lastro de filhos, não existiria qualquer condicionante na selecção do destino e o espírito de aventura parecia estar bem presente quando se referem a “outros horizontes”.
E pronto, isto tudo se passa antes de o Inspector Fidalgo tropeçar no Venâncio e nós, os policiaristas decifradores, ficarmos diante o verdadeiro problema para desvendar.
Venâncio está a braços com um caso de um suposto desaparecimento/rapto e pede a ajuda de Fidalgo. São ambos mestres do mesmo ofício, um está aposentado, outro no activo, e conheceram-se em formações de intercâmbio.
Este caso conta-se em poucas palavras.
O que é possível saber é-nos entregue pelas reflexões de Fidalgo, depois de Venâncio o pôr a par da situação e de o ter levado local onde tudo aconteceu.
É esta a história:
Zé Matulão, um homem aparentemente rico, desapareceu. Foi encontrado na orla de uma floresta em cima de um monte de folhas e contou que ao parar seu carro para urinar, ao fim do dia, foi abordado e sequestrado. Transportaria uma valiosa colecção pessoal de objectos não identificados. Zé Matulão afirma que andaram com ele pela floresta durante toda a noite, inicialmente com os olhos vendados até que, por fim, foi abandonado já de madrugada. Conta ele, que sem saber onde estava, ficou perdido e não descobriu qualquer trilho, visto o chão estar coberto de folhas. Só se conseguiu orientar durante a noite, porque as árvores desfolhadas lhe permitiram ver o céu e aplicar as suas memórias de escuteiro para se guiar pelas estrelas.
Uma vez mais tenho de mostrar não só a minha estranheza, mas enorme estupefação: então não era suposto a acção decorrer em Junho? Como é possível encontrar explicação para o aspecto outonal das árvores?
Note, caro leitor, que não é só a partir da história do Matulão que todos nós ficámos a par do “tapete de folhas e das “árvores despidas”, é o próprio, e insuspeito, Inspector Fidalgo que testemunha no local essa realidade: “O Inspector Fidalgo ainda caminhara um bom bocado pela floresta, em cima daquele tapete de folhas amarelecidas, elevou o olhar para o sol que brilhava por entre os ramos quase completamente despidos...” (no texto).
Como será possível explicar o inexplicável?
Só consigo ver duas saídas: ou as datas de Junho estão incorrectas e há que procurar um período de pontes e feriados nos meses do Outono ou então há que puxar pela cabeça até deslindar esta aparente contradição flagrante.
Nota:
Caro leitor, desculpe esta minha saída apressada. Se quiser saber, tim tim por tim, como é o problema “O INSPECTOR FIDALGO APOSENTADO” pode ir ao blogue Repórter de Ocasião. Ali, o Inspector Fidalgo acaba por aconselhar Venâncio a detenção de Matulão.
Sabe, tenho de ir andando, estou demasiado intrigada e preciso urgentemente de encontrar uma solução para este enigma:
Afinal temos o mês de Junho ou temos o Outono?
SEGUNDA PARTE
Detective Jeremias tenta decifrar...
AS INCOMPREENSÍVEIS CONTRADIÇÕES DO PROBLEMA POLICIÁRIO DO INSPECTOR FIDALGO
Neste ponto, para facilitar o processo de decifração, a solução deste problema pode dividir-se em dois campos, que estarão provavelmente relacionados.
▪
Um campo, “As mentiras de Matulão”, passa pela análise da história contada por Matulão, que se sabe ser uma grandessíssima aldrabice, porque o Inspector Fidalgo é claro quanto a esse aspecto, quando afirma perentoriamente “Ó Venâncio, o Zé Matulão não teve tanta sorte assim e muito menos foi tramado! Trate de o mandar deter e puxe por ele!”. (no texto).
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O outro campo, “Outono em Junho“, está relacionado com a necessidade em esclarecer a altura em que sucedem os acontecimentos relatados, porque existe uma contradição evidente entre o mês de Junho e as características outonais das árvores da floresta.
1 – As mentiras de Matulão
Todo o relato de Matulão cheira a esturro. Se os assaltantes pretendiam roubar o carro e a “valiosa colecção”, qual seria objectivo em embrenharem-se com a vítima na floresta, caminhar durante toda a noite e abandoná-la a sua sorte? Só por vingança! Se os sequestradores visassem apenas o lucro proveniente da venda dos produtos do roubo, colecção e viatura, mais valia prenderem e amordaçarem Matulão junto à estrada, para não dar logo o alerta e pirarem-se rapidamente do local.
O que na realidade aconteceu só o ficaremos a saber depois de Venâncio apertar com Matulão.
O homem parece ter problemas de tesouraria e pode ter vendido as coisas para receber o seguro, apesar de ele dizer que o valor não é alto. Ou pode ter sido uma negociata que correu mal... Matulão conhecedor da vastidão da floresta e da possibilidade real de uma pessoa se perder, pensou que inventar uma história seria verosímil.
Afinal equivocou-se, porque se enterrou numa série de detalhes pouco credíveis. Por exemplo:
▪
É incompreensível que várias pessoas ao se deslocarem sobre um tapete de folhas não tivessem deixado um rasto facilmente identificável. Existiriam certamente vestígios da sua passagem; mais ainda, se considerarmos que Matulão iria manietado e meio arrastado pelos sequestradores.
▪
Não é também compreensível que Matulão, tendo frequentado os escuteiros, não tenha conseguido evitar mover em círculo, por exemplo marcando pontos de referência visíveis. E mais, não conseguisse orientar-se durante o dia utilizando várias técnicas básicas, como o ponto onde nasce o sol, indicativo de leste, o método do pau e a sua sombra (1), ou outros.
Quanto à orientação nocturna... isso é outra conversa.
Uma nota: está no texto que “O Zé Matulão... na semana anterior esteve desaparecido”. Esta informação nada nos diz sobre o intervalo de tempo do desaparecimento. Não é possível saber com certeza quantos dias o Matulão esteve na floresta e por isso, não faço qualquer referência à forma como o homem sobreviveu sem comer e sem beber. O facto de se saber que o suposto sequestro aconteceu na semana anterior é relevante porque ficamos a saber que o Inspector Fidalgo se deslocou ao local poucos dias depois, encontrando condições idênticas na floresta: tapete de folhas e árvores despidas.
2 – Outono em Junho
O que me orientou para a solução do problema foi a procura da resposta à pergunta, Mas é Junho ou Outono?
Numa primeira etapa tentei desvalorizar a pista inicial do trabalho em Lisboa e do jogo dos feriado e pontes para conseguir uma semana de férias extra. No entanto a data não me saia da cabeça e pensei que era altura de pensar “fora da caixa”.
Numa segunda etapa fui procurar feriados nacionais/religiosos/municipais e outonais, com pontes possíveis. Depressa desisti, por não ter encontrado e por achar que estava a obrigar a realidade a encaixar num puzzle onde não pertencia.
(1) Espeta-se um pau no chão e assinala-se a ponta da sombra com uma pedra, por exemplo. Depois de 15 minutos marca-se a nova posição da sombra. A linha entre as duas marcas indica a direção leste-oeste: primeira marca o oeste e a segunda o leste.
Depois, ficou tudo a aboborar e só quando comecei a escrever a solução é que se fez luz:
“Espera aí... Julho e Outono? Acontece no Hemisfério Sul!
3 – Hemisfério Sul
E neste ponto fui-me deparando com uma série de elementos que iam reforçando a teoria do Hemisfério Sul.
1.
No Hemisfério Sul, nos dias de Junho correspondentes aos feriados referidos, o Outono está a uma semana de terminar (a 20 ou 21 de Junho), logo a situação da floresta, com as árvores completamente despidas e o amontoado de folhas está conforme seria de esperar.
2.
O local mais plausível seria o Brasil, onde se fala a língua portuguesa, e porque o Inspector Fidalgo nos informa que ele e a mulher estão livres para explorar novos horizontes, conforme já referido na primeira parte.
3.
As formações de intercâmbio que o Inspector Fidalgo ministrou, o onde conheceu Venâncio, fazem todo o sentido com países irmãos na língua e na cooperação.
Faltava verificar se no Brasil, perto de grandes cidades (2) que atraem turistas, há alguma “floresta é imensa” onde “uma pessoa pode nunca encontrar saída nem ser encontrada” porque também está escrito que “Venâncio levou o Inspector Fidalgo até uma floresta próxima, onde tudo se passara”.
Uma busca rápida na Internet permite verificar que existem grandes parques florestais, perto de cidades brasileiras, não sendo aconselhável sair dos trilhos assinalados e onde já têm sido efectuado resgates a turistas desaparecidos. A título de exemplo, o Parque Nacional da Tijuca (Rio de Janeiro) ou o Parque Estadual da Cantareira (são Paulo). Apesar de as florestas no Brasil terem em geral árvores de folha perene, características da Mata Atlântica, têm igualmente árvores de folha caduca, como as referidas neste problema.
3 – A Questão Final
O Inspector Fidalgo está seguro quanto ao facto de Matulão ter mentido no seu relato: Matulão não foi tramado, foi ele que se tramou!
(2) Convém não esquecer que a mulher de Fidalgo o aguardava no shopping, enquanto ele acompanhava Venâncio.
Afinal qual foi o detalhe desta elaborada história que o denunciou?
É verdade que a ausência de folhas nas árvores permitiria que o céu e as estrelas pudessem ser observados com facilidade. No entanto o que traiu Matulão, foi a justificação apresentada: disse que se orientou “graças às suas recordações de infância dos exercícios nocturnos dos escuteiros, no Norte de Portugal.”.
Ora a forma de orientação no Hemisfério Norte é distinta da do Hemisfério Sul. Esta diferença acontece porque os astros visíveis nos dois hemisférios não são os mesmos e os Polos Celestiais são diferentes. No Hemisfério Norte, a estrela mais brilhante da constelação Ursa Menor, é Estrela do Norte ou Estrela Polar, está alinhada com o Polo Norte Celestial, (ponto imaginário no céu acima do Polo Norte da Terra). Assim, a Estrela Polar fica quase fixa no céu e indica o Norte, tornando-a a referência preferencial para a orientação.
No Hemisfério Sul a orientação não é tão fácil, porque não existe uma Estrela comum alinhamento tão preciso, equivalente à Estrela Polar. É por isso necessário primeiro localizar a constelação do Cruzeiro do Sul (um grupo de 5 estrelas em forma de cruz), depois identificar o eixo mais longo e imaginar o seu alongamento 4,5 vezes em direção ao horizonte para encontrar o Polo Sul Celestial e a partir daí descer em linha recta até ao horizonte para encontrar o Sul. Diz quem sabe que os navegadores portugueses foram os primeiros a descobrir este método, encontrando-se a primeira referência ao Cruzeiro do Sul numa carta escrita em Vera Cruz pelo Mestre João ao rei D. Manuel, datada de 1 de Maio de 1500. Também diz quem sabe, que este método de orientação complexo se torna simples com conhecimento e com prática, duas coisas que Matulão seguramente não teria adquirido no Norte de Portugal.
Em resumo, cada hemisfério exige métodos diferentes de orientação, adaptados às estrelas e constelações disponíveis no céu noturno de cada um.
Assim...
A resposta curta à pergunta “O que fez o Inspector Fidalgo tirar esta conclusão?” é a mentira óbvia da justificação apresentada por Matulão quanto à forma como se conseguiu orientar durante a noite.
Nesta solução, as informações sobre orientação e as imagens foram obtidas através da consulta de um Manual de Escuteiros, Atlas de Astronomia e ainda
https://www.cienciaviva.pt/equinocio/onde_estas/estrela_polar_e_latitude.asp
e
https://www-geografia.blogspot.com/2019/08/formas-de-orientacao-geografica.html
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| DETECTIVE JEREMIAS - SANTARÉM |
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