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segunda-feira, 10 de abril de 2023

*** MEMÓRIAS DO POLICIÁRIO! - (Por: O Gráfico) - 027

 🔎 Memórias do Policiário – 027

 

O Gráfico

 

CÉLULA CINZENTA N.º 31 (MARÇO 1992) – “À LUPA”

…O Gráfico é, assim, o brilhante vencedor de mais este Torneio de Homenagem ao grande “Detective Misterioso”, prémio com um sabor muito especial para O GRÁFICO, como o revelou na entrega de prémios que decorreu no Convívio de Algés (Fevereiro – 1992) atendendo não só aos grandes ensinamentos “Policiários” como pela grande e sincera amizade que unia estes dois grandes Policiaristas.

ESCREVEU: PAL (Algés)

 

 

O Gráfico

 

Continuamos no convívio dos Leitores, Amigos, Visitantes e Seguidores do Blogue RO, nesta 27.ª Edição das “Memórias do Policiário” (O Gráfico) lembrando o “Detective Misterioso” -Domingos Prata Rodrigues, um Amigo do Peito e o meu Grande Mestre das Actividades Policiárias -publicando os Comentários, do último Problema Policiário, por M. Constantino, do Torneio de Decifração em sua Homenagem póstuma, um Torneio de Problemística, onde fui vencedor, na Revista “Célula Cinzenta” Propriedade da A. P. P. – Associação Policiária Portuguesa! Secção “À LUPA” sob a Orientação e Coordenação da Palmira Ferreira, pseudónimo “PAL” (Algés). Estávamos em Março de 1992, quando o Autor do 5.º Desafio, que ditou o vencedor, publicou os seus comentários e foram divulgadas as Classificações Oficiais, cujos Prémios e Troféus já tinham sido distribuídos no mês anterior, no Convívio de Algés.

 

A Classificação Geral, Final, ficou assim ordenada:

1.º – O GRÁFICO - 50 pontos

2.º – MÊBÊDÊ - 50 pontos

3.º – AVLIS E SNITRAM - 49 pontos

4.ºs – Detective Invisível, Med Vet e Molécula - 48 pontos

7.ºs – Faria e L. M. - 45 pontos

9.º – Mali & Pintinha - 43 pontos

10.º – Freddy - 40 pontos

11.º – Zé Maio - 38 pontos

12.º – Averróis - 35 pontos

13.º – Pajoca - 30 pontos

14.ºs – Severina e Susana Correia / Patrícia Henriques - 25 pontos

16.ºs – Anjo, Detective Lafayette; Skin Trade, Xek-Brit   - 10 pontos

20.º – José F. de Bessa - 05 pontos

O Gráfico

 

 

Breves Comentários

Tal como se esperava e pretendia, o último problema foi verdadeiramente selectivo, não restando grandes dúvidas quanto ao vencedor. Apenas dois totalistas, O Gráfico e Mêbêdê, curiosamente dos poucos que não “necessitaram” dos dados técnicos para elaborar uma solução lógica e correcta, dados aqueles que contribuíram exclusivamente para complemento duma solução.

 

O GRÁFICO é, assim, o brilhante vencedor de mais este torneio de homenagem ao grande DETECTIVE MISTERIOSO, prémio com um sabor muito especial para O GRÁFICO, como o revelou na entrega de prémios que decorreu no convívio de Algés, atendendo não só aos grandes ensinamentos “policiários” como pela grande e sincera amizade que unia dois grandes Policiaristas.

-PAL

 

DETECTIVE MISTERIOSO ou Domingos Prata Rodrigues – o elo mais forte da Tertúlia Policiária de Almada!

27 de Fevereiro de 1931

24 de Novembro de 1990

 

 

DOMINGOS Prata Rodrigues (Detective Misterioso, pseudónimo da Problemística Policiária) faleceu prematuramente, com 59 anos, em Novembro de 1990 e não tardou -demorou apenas um mês! -a aparecer a primeira homenagem a tão nobre figura do POLICIÁRIO e tal sucedeu por intermédio de outra consagrada Policiarista, a “PAL”, que naquela altura era a Orientadora/Coordenadora da Secção Policiária “A LUPA” na Revista “Célula Cinzenta” propriedade da A. P. P. – Associação Policiária Portuguesa!

 

 

…Com alguma sorte e muita vontade, crença e determinação, “O Gráfico” foi o brilhante vencedor do TORNEIO DETECTIVE MISTERIOSO, proporcionado pela Revista “Célula Cinzenta” na Secção “À LUPA”!!

 

PROBLEMAS POLICIÁRIOS DO TORNEIO

“DETECTIVE MISTERIOSO” 

 

Problema n.º 01 – CIÚME MORTAL (Autor desconhecido)

CÉLULA CINZENTA N.º 25 – FEVEREIRO (1991)

 

Problema n.º 02 – O SUICÍDIO (Autor desconhecido)

CÉLULA CINZENTA N.º 26 – ABRIL (1991)

 

Problema n.º 03 – A EMBOSCADA (Autor desconhecido)

CÉLULA CINZENTA N.º 27 – JUNHO (1991) 

 

Problema n.º 04 – O PENHASCO (Autor desconhecido)

CÉLULA CINZENTA N.º 28 – AGOSTO (1991)

 

Problema n.º 05 – ONDE ESTÁ O MISTÉRIO…

(Autor: Manuel Constantino)

CÉLULA CINZENTA N.º 29 – OUTUBRO (1991)

 

DOMINGOS PRATA RODRIGUES (Detective Misterioso) visto por M. Constantino no Grande Livro da Problemística Policiária - Comemorativo do Quinquénio da Associação Policiária Portuguesa - APP



LUÍS MANUEL RODRIGUES (O Gráfico) visto por M. Constantino no Grande Livro da Problemística Policiária - Comemorativo do Quinquénio da Associação Policiária Portuguesa - APP

 

Torneio Detective Misterioso

(Domingos Prata Rodrigues)

PROBLEMA POLICIÁRIO N.º 05

”ONDE ESTÁ O MISTÉRIO...”

Autor: M. Constantino

10 PONTOS

 

CÉLULA CINZENTA N.º 29 – OUTUBRO 1991

 


PROBLEMÍSTICA POLICIÁRIA

Por: M. Constantino

CONVÍVIO DE ALGÉS

Algumas questões à Especial Atenção do Leitor

 

O problema policial sendo um passatempo, é igualmente uma fonte de desenvolvimento intelectual e fonte de conhecimentos. 

 


 

C

OMO sempre, o convívio de Algés, merece aplausos. Mas, não é esse facto em causa... algumas questões surgiram que merecem um pouco de ponderação.

   

1 – Em primeiro lugar a escassa concorrência ao torneio dedicado a um dos maiores valores de sempre na área da decifração da problemística policial, num campo onde os valores não afluem, ao mesmo tempo, ele também, o exemplo da amizade, da simpatia, de dificílima equiparação. O Domingos merecia mais: quarenta e cinco anos de decifração e sacrifício não fazem dele um herói, porque nos tempos que correm os “heróis” são doutra “espécie”... mas identifica-o sobejamente como padrão exemplar. 

Não compreendo, temo compreender. E se cheguei a compreender foi a cruel angústia de que temos trabalhado em vão, em prol de uma causa que parece ter iniciado a sua contagem decrescente.

Recuso-me a auxiliar esse cálculo!  

 

2 – A segunda questão prende-se com o problema n.º 5 -aliás, com os problemas policiários...

Nunca, se bem me lembro, se tentou conceituar o problema policiário, ou policial, em regras exactas e, sempre se tem aceitado, segundo o critério dos seccionistas, a maior ou menor disponibilidade de originais, toda a gama de enigmas. Ora, em literatura, é praticamente o rótulo que classifica o livro. Dezenas deles, ditos de literatura geral, alguns mesmo alcandorados ao cimo das vendas, desenvolvem-se à base de um crime, de uma intriga que bem poderia taxar-se de policial. 

No problema policial não é assim. Nem todo o enigma faz um policiário. No problema, dito policial, sempre entendi, que a trama deve conter um delito. Não importa a sua grandeza, pode tratar-se de um inocente desvio de amendoins... criminalmente punido com duas boas palmadas.

E a propósito, aceito gostosamente (existem magníficas espécies –“Alguém Guardara o velho Revólver”, “Mataram o cara d´Anjo”, por exemplo), o problema de eliminatórias (eu próprio tenho alguns), o que não posso aceitar é o abuso de premissas para se conhecer onde está o Manel ou o António, sem qualquer fio de enredo policial. Creio, entretanto, que bem trabalhado, é uma das espécies que melhores problemas pode oferecer. É, aliás, uma sugestão para os que nunca tentaram escrever um problema... mas cuidado, depois de escrito há que verificar cuidadosamente todas as hipóteses.

 

3 – Há quem se insurja, por razões variáveis, designadamente a falta de livros para consulta, contra os problemas técnicos. É uma razão só meio aceitável. A montanha de conhecimentos não tem limites... aquele que pretende conhecer minimamente uma actividade (não falo do polícia comum, mas do investigador interessado na profissão), não lhe basta possuir um punhado de “células cinzentas”, fazem parte dos seus instrumentos naturais, poder de dedução-indução, imaginação que sobeje, visão e persistência, uma certa dose de conhecimentos técnico-científicos, medicina legal, etc, etc.

Hoje há bibliotecas em quase todos os recantos do país, pouco apetrechadas, talvez, mas há sempre um especialista a quem recorrer e, por vezes, até se transformam determinadas perguntas em diálogos agradáveis e conhecimentos pessoais úteis. Há, sobretudo, uma característica que, apesar dos mil dramas que o quotidiano nos apresenta, deve superar tudo: a força de vontade! Quando ela existe é ¾ de caminho da resolução dos problemas reais ou imaginados. 

Lembro, a título de exemplo, que quando andei pelas coisas do charadismo e cruzadismo, ser vulgar passar a noite a ler o dicionário para encontrar a palavra-chave. E quanta satisfação ao obtê-la! E olhem que no dia seguinte trabalhava! 

Para os verdadeiros interessados podia-se pôr a preposição:  aprende-se francês, inglês, matemática, geografia, filosofia, etc, etc, porque não criminologia? Não faz parte do conhecimento humano?

O problema policial sendo um passatempo, é igualmente uma fonte de desenvolvimento intelectual e fonte de conhecimentos.


4 – Vamos à realidade do 5.º problema.

Em setenta, oitenta por cento dos casos de morte, há sangue. A pesquisa de manchas de sangue é tarefa árdua, principalmente se se contém num fundo escuro com qual se confunda. Além disso, tem que se considerar que diversas matérias (ferrugem, sumos de fruto, etc) se confundem facilmente com aquelas. É de extrema importância, em circunstâncias concretas, determinar se o sangue é humano ou de outro animal. Lembrem-se da exaltação de Sherlock Holmes ao pretender ter descoberto a forma infalível quanto às manchas de sangue, simplesmente por uma reacção de hemoglobina. Não se discorde também, da sua “paixão pelo conhecimento exacto e de vir a ser o melhor do mundo”. Seguir o rasto do sangue humano pode levar o investigador ao culpado, se segue as nódoas deixadas por um cão... talvez apanhe uma boa mordidela... 

Os processos de “Medinger”, “Teichman”, “Bertrand”, “Strgyzwsk”, são exames obrigatoriamente descritos em todos os tratados, conhecidíssimos na identificação do sangue de outro produto, mas não distingue se é humano, ou não. Hoje, a medicina legal tem sempre prontos a servir, diversos soros, à base daqueles processos. Também a técnica, sobretudo a química, dispõe de amplos processos para determinar o sangue humano entre os vários tipos de mamíferos. Quer por exame dos glóbulos e a sua medição, método antiquado, mas sempre eficaz, quer através de soros precipitantes, registando-se -velho, mas seguro -o método diagnosticado por Dervireux e Leclerq.

Os glóbulos de sangue são elípticos nos pássaros, répteis, peixes e, curiosamente, em alguns animais como o camelo, dromedário, o lama; todos os mamíferos têm glóbulos redondos, variando os diâmetros, se bem que em relação ao macaco seja impossível um diagnóstico correcto.

Eis algumas dimensões a ter em conta:

Homem – 0,0069 a 0,0077

Cão – 0,0066 a 0,0073

Gato – 0,0058 a 0,0065

Cavalo – 0,0055 a 0,0057

Cabra – 0,004 a 0,0046

Voltando um pouco atrás, ao problema que encerrou o certame dedicado ao Detective Misterioso, veremos que não era traiçoeiro, nem sequer deu a polémica que o autor contava, pois seria dispensável para a solução todo o trabalho com análises de sangue, basta pensar-se que a mão cortada noutro local já não conteria sangue bastante para “pintar” o ambiente da barraca, todavia Detective Misterioso não conhecia ainda os “factos posteriores” que, possivelmente, lhe poupariam trabalho. Não obstante, para que se desse ao trabalho de desenvolver e tirar as devidas conclusões de todo o trabalho técnico de investigador, como o diz o Detective Misterioso, certamente teria valorizado em muito a solução.

Lembrem-se os nossos amigos, assim como na lei não há palavras inúteis, nos dados de um problema todos os pormenores têm interesse.              

    

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In O GRANDE LIVRO DA PROBLEMÍSTICA POLICIÁRIA - Comemorativo do Quinquénio da Associação Policiária Portuguesa – APP

 

PERDA IRREPARÁVEL

QUASE a findar o ano, quando se preparava para, mais uma vez, comparecer no Convívio Anual de Torres Vedras, exactamente na madrugada de 24 de Novembro de 1990, faleceu um dos mais activos mestres da Problemística Policiária Portuguesa: DOMINGOS PRATA RODRIGUES -O “DETECTIVE MISTERIOSO” 

 

É uma falta irreparável para a Problemística Policiária Portuguesa. Exímio decifrador, área em que se destacou a pontos de ser considerado quase imbatível, foi igualmente produtor de mérito, contista, fundador da Tertúlia Policiária de Almada/TPA, destacava-se sobretudo como

CAMPEÃO NA MODÉSTIA

NA CAMARADAGEM

NA AMIZADE!

 

 

In O GRANDE LIVRO DA PROBLEMÍSTICA POLICIÁRIA - Comemorativo do Quinquénio da Associação Policiária Portuguesa – APP

 

 

O GRÁFICO

LUÍS MANUEL FELIZARDO RODRIGUES MALANHO, n. em Jun/58 em Burgau (Lagos), tipógrafo-impressor, um dos mais devotados cultores do Policiário que vive com intensidade e carinho desde a sua aderência (1975).

Decifrador, produtor de muito mérito, seccionista dinâmico a quem se devem iniciativas de muito louvor.

 

Blogue RO – 10 de Abril de 2023

https://reporterdeocasiao.blogspot.com/

 










 





 


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