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Divirtam-se neste espaço onde não se ganha milhões de euros e ninguém fica rico! Este é um local de diversão e puro lazer onde a única riqueza se granjeia a fomentar e divulgar a amizade, a alegria e a liberdade de expressão — e lucrando-se, isso sim, montes de Companheirismo e Fraternidade! (RO)

segunda-feira, 10 de novembro de 2025

UM CONTO! 📗 Colaboração de "DETECTIVE VERDINHA"! CONTISTA que se estreou no MOMENTO do POLICIÁRIO!

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🎦 Colaboração do LEITOR 🔖 

📚 Este é o vosso Blogue RO! 👦👧👨👩 👀

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 Cantinho do

📝Leitor

»»» ONTEM... com uns... 👥 HOJE... com outros... 👪 AMANHÃ... provavelmente... com MAIS! Apenas com um Seguidor, dois ou três, ou uma dezena... 👥👪👥 Este é o desígnio das "Publicações-RO" 📓 📖 associadas ao "Blogue do Repórter de Ocasião" 💌 📝 vulgarmente conhecido como... "BLOGUE RO"! 📔TODOS DIFERENTESTODOS IGUAIS!💙💛💞💚💜 Abraços e agradecido... por me acompanharem!

O Gráfico RO



A Policiarista “Detective Verdinha” – já a podemos designar como uma Policiarista de gema! – é mais uma descoberta da dinamização do “Blogue RO” que lhe deu asas para voar e rapidamente se fez notar na Problemística Policiária com “propostas de solução” de destaque! Diz que sempre foi uma leitora (devoradora) de Livros Policiais e outros e sempre adorou os Policiais.

A “Detective Verdinha”, com as asas que o “Blogue RO” lhe deu…, voou, voou e foi poisar, como Contista no Blogue “MOMENTO do POLICIÁRIO”, pois, para ali, escreveu o seu primeiro Conto! Diz, agora, que está a (tentar) redigir o seu também primeiro problema policiário para participar na iniciativa do Blogue LOCAL DO CRIME, para 2026.

Da “Detective Verdinha” já só se espera… qualidade em todas as vertentes Policiárias… a comprovar este Conto que nos enviou, para agradecer as “asas” com que o “Blogue RO” a presenteou nas lides Policiárias!

Hoje, 10 de Novembro é aniversariante e está feita a retribuição da generosidade da colaboração com a publicação de mais esta (sua) obra!

Muitos parabéns e felicidades!

O GráficoRO

 

 Conto 

Rato de Biblioteca

 Um Original de: DETECTIVE VERDINHA

 


 

D

EVIA andar na casa dos 50. Alto, magro, com a barba por fazer. O aspeto descuidado ficava ainda mais evidenciado numas calças onde caberiam dois de si e numa camisa azul Oxford, puída nas mangas e no colarinho. Nos pés, uns sapatos pretos perfeitamente engraxados, caros. Dir-se-ia que a contrastar com a restante indumentária.

     Entrou na biblioteca, com um ar abatido. Embora fosse frequente vê-lo ali, sobretudo nos últimos tempos, o seu rosto denunciava uma apatia e uma indolência, características do seu novo eu. A bibliotecária olhou-o de soslaio e murmurou um “bom dia”, sabendo de antemão que não iria obter nenhuma resposta. Era sempre assim.

     O último ano não fora nada fácil para David. Poder-se-ia dizer que foi a fase mais negra da sua vida. No espaço de sete, oito meses viu a sua vida dar uma volta de 180º. De gestor renomado de uma empresa de serviços de consultadoria passou a dividir um escritório de atendimento ao cliente, vulgo call center. Uma acusação infundada e a falta de provas para conseguir repor a verdade, ditaram o seu despedimento com justa causa. “Despedimento por justa causa, motivado por quebra de confiança”, havia referido o diretor de recursos humanos. Saiu, sem direito a indemnização, nem fundo de desemprego. Colocou numa caixa de cartão os seus pertences, bem como a fotografia da sua mulher que, sentada numa esplanada, o olhava com um sorriso aberto. Por fim, fechou a porta onde nos últimos doze anos se esforçara por ser o melhor na sua área.

     Um dia, enquanto rabiscava o caderno de Classificados do jornal com as últimas ofertas de emprego, ligou-lhe o seu gerente de conta do Banco. Problemas com um cheque devolvido, dissera. Deslocou-se à dependência bancária onde tinha a sua conta sediada e entrou no gabinete do gerente de conta. Para seu espanto, o cheque enviado ao senhorio para pagar a renda, tinha sido devolvido por falta de provisão. Pediu que lhe fosse facultado um extrato e ficou incrédulo ao constatar que o saldo da sua conta não chegava aos três dígitos. A conta, a que apenas ele e a mulher tinham acesso, estava praticamente a zeros. Nesse instante, lembrou-se de Luísa, sua namorada desde os tempos da faculdade e sua atual mulher. De repente, veio-lhe à lembrança as suas respostas monocórdicas, as suas saídas frequentes, o seu desinteresse pela vida a dois.

     Recordou-se daquele dia em que, de longe, lhe parecera tê-la visto demasiado próxima do seu amigo Francisco e, em como ambos ficaram nervosos quando o viram chegar. Não havia dúvidas: despedido da empresa, com a sua reputação arruinada, sem emprego estável e com uma mulher que não só o tinha trocado pelo melhor amigo, como sacara todo o dinheiro que tinha amealhado durante anos, David precisava de se libertar daquela espiral de maus acontecimentos. Mais, David precisava de travar aqueles que o tinham conduzido ao infortúnio.

     Há já alguns meses que David era frequentador assíduo da biblioteca. Como não tinha mau carácter, vivia numa dualidade. Se por um lado se sentia no direito de punir quem lhe virou a vida do avesso, por outro, sentia-se demasiado cansado para continuar a lutar e só desejava acabar com a própria vida. Não era, pois, de estranhar que requisitasse livros a fio e passasse horas a ler. Uns dias, lia sobre gestão e outras matérias que gostava, outros, em que se sentia mais deprimido, procurava livros policiais e de ciências forenses que lhe dessem ideias de como perpetrar crimes ou infligir atos de tortura a si próprio. Noutros ainda, dividia o tempo entre leituras e apontamentos. Embrenhado, quase nem dava pela hora de fecho. Mas, um dia, e após umas horas de leitura, fechou o livro e colocou-o sobre o lado esquerdo da mesa. Abriu a sua pasta, de pele castanha e retirou um livro, velho, com as páginas amareladas pelo passar do tempo, intitulado: “Suicídio ou homicídio: 5 razões para não os cometer e 10 passos para os realizar com sucesso”. Abriu o livro, recostou-se na cadeira, soltou um suspiro prolongado e começou a ler.

     Depois desse dia, nunca mais voltou à biblioteca.

Detective Verdinha

 


3 comentários:

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