CRÓNICA OCASIONAL N.º 17
SHORT STORY
A Melga!
Por: Repórter de Ocasião
JÁ tenho uns anitos de participação activa nas hostes do CCFC e habituei-me a lidar e a conviver com muitas das situações que, no dia a dia, vão surgindo no decorrer da vida deste Clube! Também me sinto responsável por novos hábitos que se criaram, alguns dos quais saliento, hoje, como o relevo de CASSAPO, onde há seis ou sete anos atrás, ninguém ouvia falar dele... era, simplesmente, o Campo do Charneca! A sigla CCFC também foi implementada pelos meus escritos... A data da fundação do Clube igualmente foi emancipada pela minhas prosas e divulgações! Não, não, nada inventei, nem nada descobri! Todos estes dados estavam, desde há muito, existentes no Charneca de Caparica Futebol Clube, todavia, faltava dar-lhes a saliência necessária e esse caminho, desculpem a imodéstia, foi iniciado por mim... se nunca ninguém reparou e/ou falou disto, falo, escrevo e digo EU!
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Já tive dois filhos, em simultâneo, a praticar desporto neste honroso Clube ao qual me habituei a estimar e a dar-lhe muitas horas do meu lazer... depois, um, Formou-se, fez-se Homem nesta Colectividade e abandonou material e justificadamente as cores do CCFC. O outro, o mais jovem, por motivos vários, e porque outros horizontes lhe sorriram, também deixou de praticar desporto neste adorado Clube! Fiquei... eu, não só, nem abandonado, porque as pessoas que acompanho no meu Movimento Associativo me merecem a máxima consideração! Não sei, sinceramente, até quando estarei por cá, por aqui, a chateá-los com a minha presença, no entanto, quero apresentar-lhes, hoje, em vésperas de mais um final de ano, uma historieta vivida no interior do CCFC, daquelas que só os mais íntimos se habituaram a viver!... (Ai, que saudades eu tenho das “minis” na companhia do Horácio e do Paulo!...)
Então, aqui vai a história:
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Sabem, os Pais mais confraternizadores, que em todos os grupos de atletas, após os treinos e os jogos, há sempre um determinado lote de jogadores que são sempre os últimos a saírem dos banhos, nos balneários, não é verdade?... Pois, bem, o meu filho mais novo, o João Luís Rodrigues (Hipopótamo, do ZOO do Cassapo), após os treinos... era sempre o último a abandonar o balneário, após a tomada do duche! Eu, e mais uns quantos Directores e outros Pais e também o Roupeiro Zé Duarte, habitualmente ficávamos no Bar a beber umas “minis” e a conversar... e eu, de vez em quando, perguntava pelo meu filho?... Bolas, o puto nunca mais se despacha... é sempre o último... é sempre a mesma coisa!... É uma MELGA, gritava o Vitalino! Passavam-se os dias, atrás de dias... e, o João, era sempre o último a sair das cabines e o pessoal, perguntava: -Então, a Melga, não aparece?... Onde está a Melga? Mas, porque é que o miúdo demora tanto tempo a vestir-se?, inquiria o Espinha?... vai lá ver como está a Melga, dizia o Zé Manel! Ele, ainda está lá dentro do balneário, proferia, por vezes, o Zé Duarte. Irra, o garoto é mesmo lento, a arranjar-se, salientava o João Peres...
Numa ocasião, em noite, plena de Inverno, gelada, a demora estava a passar dos limites... Nós, os mais velhos, estávamos entretidos com as “minis”, no entanto, comecei a assustar-me!... Então, o puto nunca mais aparece... é mesmo Melga!... Vamos ver o gajo, alguém disse. E fomos todos, direitinhos ao balneário, em passo apressado... À entrada da porta, ouvimos um barulho ensurdecedor, de um bater de chinelo na parede!... Surpreendidos, entrámos de rompante, na cabine!... Deparámos com o João, ainda todo nú e com o chinelo na mão, sustentado em cima de um dos bancos do balneário! Atónito, ele olhou para nós e exclamou: Papá, consegui! Apanhei-a, finalmente! Matei a Melga!!! Já me atormentava há alguns dias!!! Cacei-a!!! Pasmados, olhámos para a parede e vimos uma Melga esborrachada pelo impacto do chinelo do Hipopótamo!!! Fartamo-nos de rir!...Esta, está boa!
AFINAL... A MELGA, ERA... OUTRA!!!
Boa passagem de Ano e... até à próxima.
Repórter de Ocasião.
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