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domingo, 24 de novembro de 2024

🔎 *MEMÓRIAS DO POLICIÁRIO! - (Por: O Gráfico) - 069 DETECTIVE JEREMIAS -Bicampeã -Torneios do Blogue RO

 🔎 Memórias do Policiário – 069 🔍

 

  🧐 O Gráfico 🕵️

 

https://reporterdeocasiao.blogspot.com/
⌛ 📖 🔦  reporter.de.ocasiao@gmail.com 🖊📱

 


Um bom decifrador tem de ver

para além do que está à vista!

Detective Jeremias

 Memórias do Policiário – 069 🧐

Detective Jeremias 
👩 - FÁTIMA CORREIA -

🏆”PAPA-TAÇAS”🏆

DUAS DEZENAS DE ANOS A GANHAR

TORNEIOS POLICIÁRIOS!🔍

24 de Novembro 2024

 

 

 

 


 

69 EDIÇÕES das Memórias do Policiário – O Gráfico para homenagearmos, desta feita, a grande vencedora dos dois últimos torneios de decifração de Problemística Policiária do Blogue “Repórter de Ocasião”! Trata-se da bicampeã DETECTIVE JEREMIAS, mas para esta campeoníssima de Problemística Policiária ganhar dois torneios consecutivos na mesma Secção tornou-se um hábito a fazer lembrar a frase célebre de ARISTÓTELES muito usada no “Blogue RO”: “Nós somos aquilo que fazemos repetidamente. Excelência, portanto, não é um acto mas sim um hábito”.

A “Detective Jeremias” alcunhada pelo Confrade “Abrótea” de “Papa-Taças”, de modo carinhoso, tal como o “Inspetor Boavida”, foi-me dado conhecê-la, pessoalmente, pela primeira vez, no Convívio Policiário de S. Pedro de Sintra , em 2023, mas já tinha verificado, por variadas vezes, em diversas secções e blogues dedicados ao Policiário que se tratava de uma excelente, competente e distinta Decifradora pelo que não foi surpresa observar os prémios que recebeu naquele Encontro! Posteriormente a Policiarista de Santarém começou a participar nos Torneios do “Blogue RO” e... foi o que se viu... sempre na linha da frente!

Tornava-se, portanto, importante e necessário dar a conhecer aos leitores do “Blogue RO” os primórdios, as raízes, da “Detective Jeremias” no POLICIÁRIO enquanto Decifradora e Produtora de Problemas Policiários e para isso dediquei-me a pesquisas nas revistas, jornais e blogues dos últimos vinte anos e até descobri que a “Detective Jeremias” outrossim também já produziu alguns Contos concluindo que tudo aquilo de seleccionei para esta homenagem é somente uma pequena gota de água dentro do brilhantismo e do currículo que a Fátima Correia (Detective Jeremias) usufrui dentro do Policiário, ou seja da Problemística e Família Policiária, sabendo-se que participou activamente com Manuel Constantino e o Grupo de Policiaristas de Santarém, também no Blogue “Policiário de Bolso” e na Tertúlia Policiária da Liberdade!

Termino com uma curiosidade... apesar de Fátima Correia se ter inspirado numa canção do músico Jorge Palma para adoptar o seu pseudónimo de “Detective Jeremias” – que era um fora-da-lei! – a música preferida desta extraordinária Policiarista é do cantor Zeca Afonso! Tudo de bom para a “Detective Jeremias”.

SAUDAÇÕES POLICIÁRIAS.

O Gráfico

 

 

* O POLICIÁRIO tornou-se mais sério e valorizou-se deveras com a participação de Detective Jeremias!

 

 


 

É claro que um problema policiário é um desafio à descoberta dos caminhos que levam a uma resposta, independentemente de estar “certa” ou “errada”, independentemente de coincidir ou não com a solução do autor do problema, independentemente de ter lógica ou falta dela, a solução encontrada pelo decifrador é sempre o resultado da reflexão sobre um enigma, ou consequência de uma exploração livresca, internáutica ou até fruto de uma “pesquisa de campo”.

DETECTIVE JEREMIAS

Torneio Cultores do Policiário

As palavras da Grande Vencedora

Torneio de DECIFRAÇÃO
Detective Jeremias – Santarém

 

N

ÃO será a primeira vez que escrevo isto, mas aqui fica o registo, também porque me ajuda a alinhavar as ideias. Não me considero uma veterana do policiário. Comecei por ser só uma leitora (fiel) do “Público-Policiário” desde o n.º 1 e muito mais tarde é que participei como solucionista. É verdade que o tempo voa e afinal ando nestas coisas da decifração já há mais de vinte anos ─ o que parece muito tempo, mas não é nada quando comparado com decifradores que participaram desde sempre nestas andanças. A mim escapou-me não só o “Mundo de Aventuras”, mas todo um Universo de encontros, tertúlias e convívios de um período que considero ter sido a época de ouro do policiário e da qual só tenho conhecimento através de relatos escritos ou orais de quem a viveu. É por isso, que para mim ser veterano no policiário é “outra coisa” e é um estatuto invejável, não pela posição que se ocupa, mas pelo que se viveu no momento e, seguramente, pelas memórias desse tempo. Por isso, este texto é apenas um conjunto de ideias do que me passa pela cabeça, quando me interrogo por que raio é que me deixo capturar por estas coisas do policiarismo.

É claro que um problema policiário é um desafio à descoberta dos caminhos que levam a uma resposta, independentemente de estar “certa” ou “errada”, independentemente de coincidir ou não com a solução do autor do problema, independentemente de ter lógica ou falta dela, a solução encontrada pelo decifrador é sempre o resultado da reflexão sobre um enigma, ou consequência de uma exploração livresca, internáutica ou até fruto de uma “pesquisa de campo”. E mais, uma vez encontrada a solução, é preciso embrulhá-la para a entrega. Muitas vezes essa etapa é também uma tarefa ainda maior do que a decifração. Ao fim de tantos anos parecem esgotados todas as hipóteses inovadoras e falha a imaginação para descobrir qualquer coisa diferente. Os relatórios longos são cansativos para o leitor, e no meu caso, resultam mais de o entusiamo da pesquisa, e da facilidade com que se consegue hoje em dia a informação, do que com o querer mostrar trabalho. Penso que até que me é mais difícil escrever uma solução de apenas uma página que consiga resumir o essencial da solução de um problema, do que me alongar em cenários e divagações irrelevantes. Num torneio (já não me recordo qual) tentei escrever soluções que não ultrapassassem uma página. Devo ter conseguido cumprir duas ou três vezes e depois... desisti.

 

Será que uma resposta condensada, com um texto limpo e sem banalidades facilitaria a vida aos orientadores dos torneios e evitaria os bocejos de eventuais leitores? Ou talvez não...

 

Hoje, na minha solução a este problema, “Exposição Fotográfica Fauna Africana”, vou tentar fazer justiça ao meu nome Jeremias, que ao fim e ao cabo não passa de um fora da lei, descendente do Zé do Telhado.

Hoje, temos ao nosso alcance, com um simples teclar, uma fonte inesgotável de informação e a Inteligência Artificial proporciona, com (algum) esforço, variações inimagináveis.

Hoje, decidi mandar às urtigas as novas tecnologias e a inovação e recuperei um antigo clássico do policiarismo.

 

Vou então remar contra a maré e porque é preciso não esquecer que “Jeremias escolheu o seu lugar do lado de fora”, esta solução segue num modelo de ontem e está no postal que aqui envio...

 

 


Detective Jeremias

- É curioso como o policiarismo pode ser uma fonte de conhecimentos mais ou menos inúteis. Por exemplo, a primeira vez que descobri que o cão selvagem africano também era o mabeco, foi no problema “A Confraria do Terror” de Onaírda.

Com esta prova, entre outras coisas, fiquei a saber que foram criados em África santuários para felinos, que incluem espécies de tigres que estão em vias de extinção, ou que foram resgatados de cativeiro. Também fiquei a par do motivo pelo qual a Baía dos Tigres, onde Diogo Cão chegou no sec. XV; não, não existiam lá tigres, mas o aspecto listado das dunas, avistadas pelos navegadores faziam lembrar a pelagem desses animais.

 

 


 

O Policiário, mais concretamente na sua vertente de Problemística Policiária, é uma arte cultural e um desporto mental que gera o desenvolvimento das “células cinzentas” e tem proporcionado ao longo dos anos, montanhas de camaradagem, entretenimento e convívio entre os seus praticantes! - O Gráfico

 

 


 

Uma carta fala por...

Detective Jeremias

 

Olá, Gráfico,

Isto é a parte séria:

Obrigada por me ter enviado o email. Por falta de tempo, nem sempre vou com a regularidade que queria ao blogue Repórter de Ocasião, e por vezes as coisas passam-me ao lado na "ocasião" devida. 

Também só hoje é que consegui arranjar tempo para lhe responder, para garantir que lhe desculpo a ousadia das fotos, 

 

Isto é a parte não séria:

Mas como sou uma pessoa que começou pela área da ciência, não podia deixar de levar a cabo uma tarefa baseada numa fundamentação sólida e consistente. Assim, seleccionei uma amostra representativa que me permitisse uma análise estatística fiável. Deixando os pormenores técnicos e, avançando já para os resultados que me interessa partilhar, foi possível concluir o seguinte:

1 - 98,8% dos inquiridos assinalam que a Detective Jeremias na primeira foto está com um ar totó; os restantes 1,2% assinalaram: não sei/não respondo, apenas porque estavam na consulta do oftalmologista e tinham posto aquelas gotas que não os deixaram ver as fotos.

2 - Dos citados  98,8%, apenas 10% referem que o ar totó é genuíno; e os restantes, a grande maioria, garante que tudo não passa de um grande golpe da Jeremias, para derrotar os adversários  que no próximo torneio, porque com aquele ar ninguém pode ser levado a sério e será seguramente uma decifradora "poucochinha" e uma produtora ainda mais fraquinha. Todos estes assinalaram ainda que a Jeremias é uma grande FALSA!  

3 - 33% dos participantes referem que o que se lê na tshirt da Jeremias é uma mensagem encriptada.

Bom, e foi isto.  O meu futuro policiarista está comprometido. Fui descoberta! Não sou assim tão totó... 

Este é o meu verdadeiro aspecto:

 

DETECTIVE JEREMIAS (Ex-Libris)

 

 

👏🔎🎓📑 Nada é eterno, inalterável, constante, tudo muda..., mas a resiliência do Policiário em Portugal, nascida em 1927 e eternizada por “SETE DE ESPADAS” (JOSÉ MANUEL PIEDADE THARUGA LATTAS”) em 1975, no meio de outros (descendentes) cultores -e são bastantes! -deste interessante, sublime e inquestionável desporto mental revelador de capacidades distintas intelectuais, é de todo mágica, fantástica e inolvidável e ainda estará longe o dia... em que cessará inequivocamente todo o seu dinamismo conversor, acima de tudo, deveras e de sobremaneira, de amizades longas e duradouras de vidas com paixão aliadas ao conhecimento, cultura e fraternidade! –

O Gráfico (2023)

 

 

CORREIO POLICIAL

CORREIO DO RIBATEJO

SEXTA-FEIRA – 15 DE JANEIRO DE 2016

SANTARÉM DE NOVO NA RIBALTA DA PROBLEMÍSTICA POLICIÁRIA

Em entrevista que este Jornal publicou em 30 de Outubro, a propósito da publicação do meu livro "Antologia de Contos Policiais", tive a oportunidade de sublinhar a relevância que Santarém e o seu Distrito regista na Problemística Policiária Nacional. consubstanciada num significativo número de títulos e classificações de topo conquistados por ribatejanos. A situação acabou de ser agora reforçada. De facto, no Campeonato Nacional e na Taça de Portugal de 2014, recentemente terminados, disputados ao longo de 11 meses, através de 20 problemas e com a participação de cerca de 2.500 concorrentes, destacamos as seguintes classificações de scalabitanos.

Campeonato Nacional:

1.º lugar – (Campeã Nacional), “Detective Jeremias” (que desta forma bisou o título conquistado no ano transacto);

3.º lugar – ”Inspector Aranha”;

13.º lugar – “Inspector Moscardo”.

Taça de Portugal:

Vice-Finalista – “Detective Jeremias”;

Quartos-de-final – “Inspector Aranha”.

De assinalar que a concorrente “Detective Jeremias”, em participação de grande nível, obteve ainda o 2.º lugar no Ranking do “Público-Policiário”, foi "Policiarista do Ano” e conquistou ainda o lugar cimeiro da Classificação das "Melhores Soluções", na qual também o “Inspector Aranha” ocupou o 3.º posto.

E, para coroar estas distinções, há que registar ainda o título de Campeão Nacional conquistado pelo nosso querido Amigo e assíduo colaborador Manuel Constantino, de Almeirim, que, com 90 anos (!) junta mais esta proeza ao seu brilhantíssimo currículo.

De parabéns estão, portanto, os citados. (Para mais informações: Blogue Crime Público).

Domingos Cabral 


 


CORREIO POLICIAL

CORREIO DO RIBATEJO

SEXTA-FEIRA – 15 DE JANEIRO DE 2016

 

Detective Jeremias

“Um bom decifrador tem de ver

para além do que está à vista”

 


Detective Jeremias acaba de se sagrar Campeã Nacional de Problemística  Policiária, na modalidade de Decifração, pela segunda vez, e foi também semi-finalista na Taça de Portugal.

 

O que representam, para si, estes títulos, num universo de mais de 2.500 concorrentes, sendo, para além disso, a única mulher que obteve tal título em quinze anos desta competição?

-É sempre bom ver reconhecido o nosso empenho em qualquer tarefa. Não me considero uma pessoa muito competitiva e o prazer em decifrar ou em escrever sobrepõe-se à pontuação obtida. Com uma solução correcta, os pontos extra conquistados são fruto de uma apreciação subjectiva e muitas vezes aquela que eu penso ser a minha melhor resposta, ou em que mais me envolvi, nem sequer fica bem classificada. Não sei qual é a percentagem de mulheres a concorrer, mas a disponibilidade contínua que o Campeonato exige é possivelmente um obstáculo à sua participação.

 

O que a motivou à prática desta actividade e há quantos anos nela se iniciou?

Creio que terá sido uma combinação entre a minha preferência pela literatura policial e o gosto em resolver problemas matemáticos, desafios lógicos e outros enigmas.

Enquanto leitora acompanho o Público-Policiário desde o seu início, em 1992. Estreei-me na decifração no Campeonato 2002/2003, onde obtive um honroso 5.º lugar, mas só voltei a participar como concorrente em 2007, sem qualquer interrupção até hoje. É a forma encontrada para dar uso ao pseudónimo Detective Jeremias, um tributo irónico ao "Jeremias, o fora-da-lei" de Jorge Palma.

 

Quais são os atractivos principais que nela encontra, e que condições considera essenciais para se ser um bom decifrador?

Os maiores atractivos são sem dúvida o prazer da descoberta e poder embrenhar-me em temáticas que me são desconhecidas, ou pouco familiares. O percurso para descobrir um culpado, descodificar um criptograma, ou decifrar um problema, culmina com a escrita de uma resposta clara e que se distinga pela originalidade. Na minha opinião, um bom decifrador tem de ver para além do que está à vista, e tem também de questionar cada conclusão obtida, mesmo que lhe pareça ser a única possível.

 

Já publicou na Página Policial deste Jornal um problema de sua autoria, mas não é, ainda, assídua nesta modalidade de Produção. Pensa enveredar também por ela com maior regularidade - e nela vir igualmente a conquistar o título de Campeã?

Sim, penso dedicar-me à produção de forma mais regular, apesar de considerar ser uma tarefa muito mais complexa do que a decifração, pois exige inovação e criatividade, sem admitir falhas ou erros. A conquista do título será, ou não, apenas urna consequência e não um objectivo.

 

A que atribui esta hegemonia que, em termos de resultados, Santarém e Almeirim têm vindo a registar, nos últimos anos na modalidade, uma vez que os títulos de Campeã(o) Nacional são já quatro em Decifração, e dois em Produção?

Não sei responder à pergunta, digamos que esta hegemonia é para mim um verdadeiro mistério.

 

Um título para o livro da sua vida?

Um título que encerra um enigma simples, para os leitores que queiram pôr em prática os seus dotes de decifradores: Rosivorter.

 

Viagem?

Escandinávia.

 

Música imprescindível?

Se tiver de eleger apenas uma, Zeca Afonso.

 

Quais os seus hobbies preferidos?

Leitura.

 

Se pudesse alterar um facto da história qual escolheria?

Anteciparia a descoberta de uma vacinação contra os conflitos, a intolerância e quejandos em dezenas de milhares de anos.

 

Se um dia tivesse de entrar num filme que género preferiria?

Esta é fácil... mistério policial, claro!

 

Acordo ortográfico. Sim ou não?

Este (des)acordo, não.

 


POLICIÁRIO – PÚBLICO – LUÍS PESSOA

Todo o destaque da edição desta semana vai para uma “detective” que está definitivamente a marcar uma época do policiário: a Detective Jeremias.

Herdeira mais recente do testemunho que vai sendo transmitido na região ribatejana, que produziu e produz policiaristas de grande qualidade relevância, desde os tempos gloriosos da Tertúlia Policiária Ribatejana, a Detective Jeremias está na sequência lógica do já falecido Sete de Espadas, natural da Chamusca. Também desta região são naturais dois dos actuais grandes mestres do nosso passatempo: M. Constantino (Almeirim) e o Inspector Aranha (Santarém).

Desde que iniciou a sua participação na nossa secção era evidente para quem estava "deste lado", lendo e avaliando as suas soluções, que estava destinada aos mais amplos voos, tal a qualidade e empenho que colocava em cada solução que apresentava aos desafios que eram propostos. Revelava, nessa altura, uma enorme capacidade, traída, no entanto, por alguma inexperiência, aliada a algum excesso de confiança em certos momentos fundamentais. Digamos que, nos momentos decisivos, sempre havia alguma pequena "poeira" que impedia o definitivo salto para a liderança. Na época de 2007/2008, a Detective Jeremias terminou em 11.° lugar no campeonato nacional, foi semi-finalista da Taça de Portugal, alcançou o 7.° posto no troféu de policiarista do ano, concluindo a época em 19.º no Ranking.

Na época seguinte, 2008/2009, um salto qualitativo levou-a a vice-campeã nacional e repetiu a presença nas meias-finais da Taça de Portugal. Como consequência, obteve o 2.º lugar no troféu de policiarista do ano e terminou em 4.° no Ranking.

Em 2010, ficou no último degrau do pódio, não logrou mais que atingir os quartos de final da Taça, o 4.º lugar como policiarista do ano (pela primeira vez baptizado como Troféu Sete de Espadas) e o 3.° no Ranking (troféu Detective Misterioso).

Na época de 2011, a Detective Jeremias demonstrou definitivamente que estamos em presença de um caso muito sério no policiário actual, sagrando-se campeã nacional; conquistando a Taça de Portugal; sagrando-se Policiarista do Ano - com o que conquistou o troféu Sete de Espadas; e terminando em número 1 do Ranking, vencendo o troféu Detective Misterioso.

Obteve, pois, o pleno no campo da decifração. E promete ainda mais quando se dedicar à produção, esperemos que já este ano!

 


 

http://clubededetectives.pt/p_detectivejeremias_20150906.html

 

Autor

Detective Jeremias

 

Data

6 de Setembro de 2015

 

Secção

Policiário [1257]

 

Competição

Campeonato Nacional e Taça de Portugal – 2015

Prova nº 8 (Parte I)

 

Publicação

Público

Problema Policiário

O 1.º CASO DO INSPECTOR FERREIRA

Detective Jeremias

 

Lisboa, Setembro de 2015

Este é o primeiro caso do inspector Ferreira, um novato nestas andanças, no entanto a investigação ao grande assalto da pequena ourivesaria, no coração de Lisboa, está a andar a bom ritmo. Enquanto se aguarda a resposta do laboratório à análise dos cabelos, o Ferreira não está parado.

O assalto rendeu uma boa maquia. Não é habitual a existência de valores tão elevados, mas conforme o proprietário explicou era uma transação excepcional, devidamente provada e documentada. Se o produto do roubo não for recuperado o dono é grande prejudicado, já que a indeminização do seguro é ridícula. O que aconteceu foi simples. Quem assaltou estava bem informado e introduziu-se na ourivesaria utilizando o método convencional para os edifícios antigos. Quando de manhã o dono, o Sr. Aurélio Prata, abriu o cofre foi logo atacado. O Sr. Prata é um ourives da velha guarda e nas declarações à polícia, apesar de nervoso, descreveu o assalto com precisão. Chegou perto das 8 horas, queria ter tudo preparado à hora combinada com a transportadora. Subiu o gradeamento, abriu a porta, entrou e fechou a porta à chave. Desactivou o alarme. Não notou nada de anormal. Dirigiu-se ao cofre, abriu-o e retirou o primeiro estojo. Assim que se voltou viu nitidamente, a um palmo de distância, uma imagem que nunca esquecerá: a abertura rectangular de um gorro escuro de ski, com um contorno verde, que revelava uns olhos azuis, frios e ameaçadores, rodeados por longas pestanas negras. Depois tudo se apagara, o assaltante usara um atordoador e o Sr. Prata ficou inconsciente até chegar a polícia. Esta fora alertada às 8.12 por um vizinho que fumava um cigarro à janela. O fumador contou à Polícia que vira um homem alto, com uma mochila às costas, sair apressado da ourivesaria, montar numa bicicleta, que estava encostada a uma árvore, e desatar a pedalar furiosamente. Conhecia o Sr. Prata desde sempre e pressentiu logo que se tratava de ladroagem.

Os elementos recolhidos no local estão em sintonia com as informações prestadas quer pelo Sr. Prata, quer pela testemunha, e mostram que foi um único indivíduo a actuar dentro da ourivesaria. A prova mais relevante foi encontrada caída junto à árvore: o gorro preto, com uma abertura orlada a verde, que seguiu para análise.

Do leque de suspeitos, especialistas neste tipo de actividades, foram interrogados três que estão sob mira já há algum tempo. Todos na casa dos 30, têm outras características em comum: são bem falantes, actuam sozinhos, são peritos no método de intrusão, nunca foram apanhados com a boca na botija e têm particularidades físicas que encaixam na descrição. O interrogatório foi demorado e detalhado. Para abreviar, revelam-se os alibis apresentados para o período da manhã em que decorreu o assalto.

O primeiro foi o Patinhas, um maníaco da poupança e da ecologia. Atento às novidades, não há incentivo, promoção, desconto ou campanha que lhe escape. Afirmou: “Tencionava ir cedo com a minha noiva para o Algarve. Saímos às 7 horas de casa, mas ficámos retidos: a Emel bloqueou-me o carro por ter excedido o tempo de estacionamento. Demorei mais de duas horas a resolver o assunto”. Lamentou-se por ver o seu carro novo em folha, 100% eléctrico e devidamente identificado com tudo a que tem direito, com os pneus aprisionados. Deu o contacto de telemóvel da noiva e a morada no Areeiro.

O outro suspeito tem a alcunha de Enguia, pela forma como tem conseguido sempre escapar à polícia. É um homem discreto e cumpridor da lei, com excepção dos assaltos. Declarou: “Vim de viagem de carro desde Santarém, onde agora estou a viver. Saí de casa às 6 e tal, primeiro fui levantar dinheiro na Caixa Automática à sede, depois segui caminho e entrei na via verde da A1 em direcção a Lisboa”. Explicou que esperava a entrega de um cartão multibanco, porque o antigo tivera de ser substituído. Não indicou testemunhas e mostrou a caderneta do banco.

O último a ser interrogado é conhecido por Toupeira devido aos óculos que é obrigado a usar, desde que entrou para o infantário. O problema de visão não o afecta, antes pelo contrário, porque o olhar vago e a intelectualidade de um par de óculos garantem-lhe o sucesso junto do sexo feminino. Declarou: “ Saí de casa, em Sete Rios, antes das 7 e fui de bicicleta até ao Estádio Universitário. Estive a treinar durante uma hora sempre sozinho”. Garantiu ainda que à entrada se tinha cruzado com duas amigas, cujos contactos se apressou a entregar.

O Ferreira está agora a verificar os álibis apresentados. Apesar da inexperiência, ele sabe bem quanto valem os testemunhos de amigos ou de familiares, por isso a sua prioridade vai para o contacto com as empresas, o banco e eventualmente as operadoras telefónicas, um processo sempre complicado. Relê as declarações e solta uma gargalhada. Afinal um dos suspeitos tentara aldrabar a polícia apresentando um álibi impossível. Iria confirmar tudo, pois claro, mas já tinha o “seu” suspeito.

Qual será o principal suspeito do Ferreira? Porquê?

 


 

Solução da Autora

O 1.º CASO DO INSPECTOR FERREIRA

Detective Jeremias

 

O inspector Ferreira sabe que na investigação criminal é importante ser perspicaz e, ao mesmo tempo, é necessário ver para além do que está à vista. É isso que ele tenta fazer sempre.

Quando a sua equipa ficou com este caso, a hipótese de o ourives estar implicado no golpe foi descartada, não só por o Sr. Prata apresentar a documentação em ordem, mas também por ser ele o principal lesado. Depois, tudo corria bem, como numa engrenagem bem oleada: não há contradições entre as declarações à polícia, do ourives e da testemunha, e os elementos de prova recolhidos no local; e, ouro sobre azul, o gorro de ski usado pelo assaltante tem material biológico suficiente para obter o perfil de ADN.

Posto isto, vamos ao que interessa, ou seja, a forma como o inspector Ferreira analisou os depoimentos dos diferentes suspeitos.

Por causa da bicicleta, o Toupeira parece ter culpas no cartório. Sai cedo de casa e, considerando o factor tempo, teria sido possível introduzir-se na ourivesaria antes de o proprietário chegar. Também o testemunho das suas duas amigas poderá não ser relevante, dado o sucesso do Toupeira junto do sexo feminino. Mas o Ferreira rapidamente se dá conta que o uso, permanente e obrigatório, de óculos desvia este homem do papel de principal suspeito, porque o Sr. Prata fora bastante claro e preciso nas suas declarações.

O Enguia é outra música. A caderneta do banco mostra que foi feito um levantamento, mas não indica nem a hora, nem quem efectuou essa transação. No entanto, o Ferreira sabe qual é a instituição bancária e que a caderneta só pode ser utilizada no interior, num local habitualmente sujeito a filmagem. Sabe igualmente que também o acesso da via verde da auto-estrada é controlado. A justificação que o Enguia apresenta até pode ser verdade, mas se saiu de Santarém à hora indicada conseguiria chegar ao centro de Lisboa a tempo de preparar o golpe. Este suspeito mantém-se como tal e o Ferreira passa ao cliente seguinte.

O Patinhas apresenta como álibi o facto de ter o carro bloqueado pela Emel por ter excedido o tempo de estacionamento e diz também que o carro é novo, 100% eléctrico e está “devidamente identificado com tudo a que tem direito”. Quando o inspector Ferreira anotou as declarações não reparou, mas mesmo antes de contactar a Emel apercebeu-se de que o Patinhas devia estar a mentir. É que os veículos 100% eléctricos identificados com o Dístico Verde não estão sujeitos a pagamento de tarifa de estacionamento nem são obrigados a cumprir o limite de tempo. O Patinhas com a sua obsessão pela poupança não podia deixar de aproveitar este benefício. O Ferreira sabe que o Dístico Verde é válido por um ano e que o carro é “novo em folha” e, por isso, ainda estará dentro da validade. Assim, o inspector Ferreira considera o Patinhas como o principal suspeito e o primeiro telefonema que irá fazer será para a Emel.

 

Parabéns pelo Torneio dos Cultores!

O Gráfico tem todos os motivos para estar orgulhoso deste torneio: pela sua iniciativa, organização e assertividade, mas também pela forma como conseguiu motivar e garantir a participação, a fidelidade e o empenhamento dos decifradores. Pela minha parte, nem sempre foi fácil conseguir tempo para não ficar pelo caminho.

Todos nós contribuímos, mas o Gráfico é o "principal culpado", por isso aqui vai o meu obrigada e reconhecimento pelo seu trabalho.

Um Abraço,

Detective Jeremias

 

 


O DESAFIO DOS ENIGMAS:

DETETIVE JEREMIAS LIDERA CLASSIFICAÇÃO A MEIO DO TORNEIO

SALVADOR SANTOS MAGAZINE

https://audiencia.pt/desafio-dos-enigmas-detetive-jeremias-lidera-classificacao-meio-do-torneio/

 

04/07/2017

...Entretanto, decidimos dar a palavra à autora do quinto problema do Torneio Policiário, de quem, por falta de espaço, não traçámos o respetivo perfil aquando da publicação do enunciado do desafio que nos propôs, pedindo-lhe que fosse ela própria a fazê-lo.

E fomos outra vez surpreendidos com mais uma prova da sua modéstia e sentido de humor, características comuns a todos os campeões dignos desse nome, quando recebemos o texto a que ela chamou “uma espécie de autobiografia (não autorizada) da Detetive Jeremias, por ela própria, claro está.” Ora leiam:

 

Estreei-me na decifração de enigmas no campeonato 2002/2003, na secção Policiário do jornal Público, onde obtive um honroso 5.º lugar, com direito a taça e tudo. Só voltei a participar como concorrente em 2007, sem qualquer interrupção até agora.

Ganhei alguns títulos e troféus, mas aguardo pela ociosidade da reforma para os inventariar.

Olhando para trás, acredito que me tornei na policiarista Detetive Jeremias (nome inspirado no “Jeremias, o fora-da-lei” do Jorge Palma) para não enveredar pelos meandros obscuros do crime, e com a tarimba adquirida acho que já posso dizer que faço parte dos policiaristas do Ribatejo − uma verdadeira incubadora da espécie, sem ofensa para as outras regiões do país.

O meu maior vício é a leitura de livros policiais e o meu sonho, neste momento, é conseguir dedicar-me à escrita de enigmas, quem sabe para poder tirar o sono a outros artistas deste ofício.

 

CLASSIFICAÇÃO GERAL APÓS A QUARTA PROVA

1º. Detetive Jeremias: (43+14): 57 pontos;

2ºs. Menino Lucas (41+13) e Vimaranes: (39+15): 54 pontos;

4ºs. Alex (30+12), Madame Eclética (32+10) e Rigor Mortis (33+9): 42 pontos;
7ºs. Detetive Bossiak (32+9) e Inspetor Mucaba (30+11): 41 pontos;
9ºs. Bernie Leceiro (30+10), Ma(r)ta Hari (30+10) e Zé de Mafamude (30+10): 40 pontos;

 


RODAPÉ...

- Na edição de “PEGADAS” que habitualmente se anexa às edições das Memórias do Policiário – O Gráfico o caro leitor poderá apreciar o currículo POLICIÁRIO da “Detective Jeremias” enquanto Decifradora de problemas Policiários e ainda um dos seus preciosos CONTOS!

 

O Gráfico (RO)

 

Blogue RO – 24 de NOVEMBRO de 2024

 

 





 











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