Vindimar
F
|
AZ hoje precisamente oito dias que após convite da Família
ESPINHA me decidi a acompanhá-los para ir vindimar com a Família NUNES! Nunca
tinha participado numa colheita de uvas cuja finalidade tinha como objectivo a
produção de vinhos... é verdade e já lá vão 57 anos desde o meu nascimento!
Nunca é tarde para se aprender algo de novo e realizar-se novas experiências de
vida e é sempre gratificante efectuarmos originais tarefas na nossa vida
porque, depois delas conseguidas, olhamos as coisas, no futuro, de maneira
diferente... depois de ter colhido uvas eu, agora, quando vejo imagens na TV
sobre o mesmo assunto aprecio com um imenso brilho nos olhos o trabalho das
pessoas que andam nesta labuta e fazem das Vindimas o seu modo de vida!...
A Família NUNES
tem como seu ancião o senhor António que é o Pai de três rapazes excelentes
–Armando, Carlos e Domingos -bons companheiros e que facilmente conseguem novas
amizades através da sua maneira de estar e ser, como boas pessoas que são.
Moram na Charneca da Caparica e são gerentes da Empresa de Carpintaria, ANTÓNIO
NUNES & FILHOS, LDA. Todos são
casados com maravilhosas esposas, todos têm filhos e toda-a-gente é de uma
simpatia extremosa. Desde a primeira vez que os visitei que me apercebi
rapidamente que estava na presença de GENTE BOA! Por curiosidade António Nunes
é filho de SILVA NUNES, o Homem que deu nome ao antigo Estádio de Futebol do
Clube Desportivo da Cova da Piedade (CDCP).
Levantei-me cedo,
antes das 7 horas da manhã e esperei pela boleia do AE, o companheiro Espinha
do CCFC. No seu carro fomos em direcção ao local de partida onde nos esperavam
alguns elementos da família NUNES e todos juntos partimos em direcção a Setúbal
para os lados próximos de Palmela mais concretamente para um vinhal onde as
vinhas carregadas de videiras são comercializadas pelos seus donos. Naquele
local pude também admirar a produção de vinhos, com apetrechos gigantes e
adequados para o efeito, na famosa ADEGA Filipe Palhoça. Comprei Vinho Branco e
Tinto e um apetitoso Moscatel do melhor que existe no Mercado. Magnífico.
COLHER
CACHOS DE UVAS – O NINHO – OS PETISCOS
Aquilo, colher as
uvas, para mim... era uma novidade e como maçarico no assunto até pensei que
estavam na brincadeira comigo quando me perguntaram se tinha trazido comigo
faca ou tesoura!... Depois compreendi que estavam a falar a sério quando o
senhor António Nunes mostrou o seu balde com uma dúzia de tesouras apropriadas
para o caso! Peguei numa tesoura e num balde e lá fui eu atrás do Espinha (AE),
o meu guia, já mestre nestas andanças. Diverti-me à brava e, aquilo não custa
nada... quero dizer, em jeito de reinação... porque eu não aguentava dias
consecutivos a vindimar! Dou, agora, o meu valor aos Trabalhadores que o fazem
para sobreviver! Os cachos mais difíceis de apanhar eram aqueles que se
situavam rente ao chão... pois, tinha que me agachar para os colher e aí... o
trabalho era mais penoso! Tudo correu bem e, como éramos um numeroso grupo a
executar a tarefa, depressa se conseguiu os oitocentos kilos de uvas para a
produção dos vinhos! Depois de apanhados os cachos os mesmos eram colocados num
balde que por sua vez eram despejados nuns bidões maiores de plástico. No final
da colheita estes, completamente cheios, a transbordar, foram pesados numa
balança adequada e colocados numa carrinha destinada ao seu transporte.
No decorrer da
colheita, deparei com um pomposo ninho, no meio de uma videira! A sua perfeição
era exemplar. Tive pena de não o ter fotografado antes de arrancá-lo do local
onde se encontrava porque a sua construção era de uma beleza extraordinária
levando-me a pensar como é que os pássaros conseguem fazer uma obra tão querida
e magistral.
Antes do trabalho
terminar ouve um intervalo para merendar porque já se fazia tarde com os
estômagos vazios e, aqui... é que valeu mesmo a pena esta minha actividade
pois... havia de tudo para COMER e BEBER! A Família NUNES não brinca... em
serviço! Gostei. Comi e bebi mais do que trabalhei, não tenho dúvidas. Nada foi
feito ao acaso e até existia um barril de água com uma torneira novinha, em
folha, oferecido pela Empresa METAFLUÍDOS, do companheiro Manuel José
Cachado... passo a publicidade.
Pelo meio da
colheita dos cachos de uvas, os convivas tentavam exibir aquele que
consideravam ser o maior cacho do dia!... Domingos Nunes, Carlos Nunes, António
Espinha e EU... fomos dos mais activos em mostrar cachos exuberantes... depois
veio-se a descobrir que alguns concorrentes utilizaram algumas manhas na
exibição das suas colheitas pois, sob a mostragem dos enormes cachos, veio mais
tarde a saber-se que muitos deles tinham alguns pedúnculos reunidos num só!
Batota.
O LAGAR
E A ENXADA DE MADEIRA
Regressados a
casa, à Charneca da Caparica, outra tarefa, esta mais cansativa, quanto a mim,
nos esperava: transportar os bidões com os cachos de uvas e despejá-los numa
ladeira, improvisada, de madeira, cujo fim terminava numa moagem tradicional
efectuada por uma trituradora movida a electricidade. Foi rápido, com a ajuda
de todos... só que a mim calhou-me mexer e revolver as uvas e os pedúnculos
triturados e esmagados que iam caindo no lagar... O utensílio era uma enxada de
madeira gigante que... provavelmente pesava mais do que eu... Não me desculpei
e, mesmo sem muito jeito, nem força... lá fui distribuindo as uvas pelo
lagar... o Domingos veio trazer-me, por duas vezes, um grande copo de ginja
para ir bebendo aos poucos e... soube-me bem só que, no final, dirigiu-se a
mim, todo aflito, exclamando que a ginja ainda não estava completamente
preparada para consumir... precisava de mais umas semana para ficar perfeita!!
Achei piada, mas... para mim, ingeri-la foi um autêntico regalo!... No Domingo,
à noite, reparei que tinha os pés e as pernas cheios de borbulhas vermelhas
(!?) coisa impressionante! Apliquei pomada a condizer e hoje, sete dias
passados, as borbulhas desapareceram... Não sei se foi da ginja mal tratada...
ou se um qualquer bicharoco me mordeu porque, no Domingo também andei pelo
Parque da Paz... no Troféu Almada 2015 e de tarde passeei pelo Campo do
Cassapo!... O que é certo é que estou completamente curado... Há cada uma...
MOSTO –
ALMOÇO CONVÍVIO – DONA GINA
Depois de
concluída a última fase desta apanha das uvas, trituração e depositadas em
lagar... começaram-me a falar de “mosto” e outras coisas profissionais mas,
disso eu não percebo nada... pelo que o companheiro Espinha explica muito bem,
o assunto, no vídeo já apresentado... A Dona Gina, o elemento feminino do clã
Espinha é que não deixou de provar o mosto, antes do almoço... disseram-me que
o mosto é o sumo da uva, antes da fermentação completa... que todos os dias,
durante 4 ou 5 dias... vão mexendo naquilo até, depois, meterem o líquido nos
respectivos barris... no entanto, nesses dias posteriores eu já não me pude
deslocar para ver como eram feitos estes preparativos... por motivos
particulares e profissionais. Fiquei triste.
O almoço convívio,
no final desta manhã dourada... foi espectacular como é timbre da Família
NUNES... só tive desgosto em não poder divulgar, em reportagem, as minhas
visitas anteriores ao seio daquela família... porque fui proibido de o
fazer...
Para todos os
NUNES e ESPINHAS o meu enorme agradecimento por este dia magnífico... bem
passado. Bem hajam.
Repórter de Ocasião (19 de Setembro de 2015)
Nota: O Repórter de
Ocasião opta por escrever os seus textos pela ortografia antiga.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Os seus comentários são bem-vindos. Só em casos extremos de grande maldade e difamação é que me verei obrigado a apagar.