PÁGINA CULTURAL DE DIVERTIMENTO

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domingo, 20 de setembro de 2015

(O)utras (R)eportagens... »»» 001 - VINDIMAR


Vindimar
F
AZ hoje precisamente oito dias que após convite da Família ESPINHA me decidi a acompanhá-los para ir vindimar com a Família NUNES! Nunca tinha participado numa colheita de uvas cuja finalidade tinha como objectivo a produção de vinhos... é verdade e já lá vão 57 anos desde o meu nascimento! Nunca é tarde para se aprender algo de novo e realizar-se novas experiências de vida e é sempre gratificante efectuarmos originais tarefas na nossa vida porque, depois delas conseguidas, olhamos as coisas, no futuro, de maneira diferente... depois de ter colhido uvas eu, agora, quando vejo imagens na TV sobre o mesmo assunto aprecio com um imenso brilho nos olhos o trabalho das pessoas que andam nesta labuta e fazem das Vindimas o seu modo de vida!... 
         A Família NUNES tem como seu ancião o senhor António que é o Pai de três rapazes excelentes –Armando, Carlos e Domingos -bons companheiros e que facilmente conseguem novas amizades através da sua maneira de estar e ser, como boas pessoas que são. Moram na Charneca da Caparica e são gerentes da Empresa de Carpintaria, ANTÓNIO NUNES & FILHOS, LDA.  Todos são casados com maravilhosas esposas, todos têm filhos e toda-a-gente é de uma simpatia extremosa. Desde a primeira vez que os visitei que me apercebi rapidamente que estava na presença de GENTE BOA! Por curiosidade António Nunes é filho de SILVA NUNES, o Homem que deu nome ao antigo Estádio de Futebol do Clube Desportivo da Cova da Piedade (CDCP).


         Levantei-me cedo, antes das 7 horas da manhã e esperei pela boleia do AE, o companheiro Espinha do CCFC. No seu carro fomos em direcção ao local de partida onde nos esperavam alguns elementos da família NUNES e todos juntos partimos em direcção a Setúbal para os lados próximos de Palmela mais concretamente para um vinhal onde as vinhas carregadas de videiras são comercializadas pelos seus donos. Naquele local pude também admirar a produção de vinhos, com apetrechos gigantes e adequados para o efeito, na famosa ADEGA Filipe Palhoça. Comprei Vinho Branco e Tinto e um apetitoso Moscatel do melhor que existe no Mercado. Magnífico. 

COLHER CACHOS DE UVAS – O NINHO – OS PETISCOS 
         Aquilo, colher as uvas, para mim... era uma novidade e como maçarico no assunto até pensei que estavam na brincadeira comigo quando me perguntaram se tinha trazido comigo faca ou tesoura!... Depois compreendi que estavam a falar a sério quando o senhor António Nunes mostrou o seu balde com uma dúzia de tesouras apropriadas para o caso! Peguei numa tesoura e num balde e lá fui eu atrás do Espinha (AE), o meu guia, já mestre nestas andanças. Diverti-me à brava e, aquilo não custa nada... quero dizer, em jeito de reinação... porque eu não aguentava dias consecutivos a vindimar! Dou, agora, o meu valor aos Trabalhadores que o fazem para sobreviver! Os cachos mais difíceis de apanhar eram aqueles que se situavam rente ao chão... pois, tinha que me agachar para os colher e aí... o trabalho era mais penoso! Tudo correu bem e, como éramos um numeroso grupo a executar a tarefa, depressa se conseguiu os oitocentos kilos de uvas para a produção dos vinhos! Depois de apanhados os cachos os mesmos eram colocados num balde que por sua vez eram despejados nuns bidões maiores de plástico. No final da colheita estes, completamente cheios, a transbordar, foram pesados numa balança adequada e colocados numa carrinha destinada ao seu transporte.  


         No decorrer da colheita, deparei com um pomposo ninho, no meio de uma videira! A sua perfeição era exemplar. Tive pena de não o ter fotografado antes de arrancá-lo do local onde se encontrava porque a sua construção era de uma beleza extraordinária levando-me a pensar como é que os pássaros conseguem fazer uma obra tão querida e magistral.  
         Antes do trabalho terminar ouve um intervalo para merendar porque já se fazia tarde com os estômagos vazios e, aqui... é que valeu mesmo a pena esta minha actividade pois... havia de tudo para COMER e BEBER! A Família NUNES não brinca... em serviço! Gostei. Comi e bebi mais do que trabalhei, não tenho dúvidas. Nada foi feito ao acaso e até existia um barril de água com uma torneira novinha, em folha, oferecido pela Empresa METAFLUÍDOS, do companheiro Manuel José Cachado... passo a publicidade. 
         Pelo meio da colheita dos cachos de uvas, os convivas tentavam exibir aquele que consideravam ser o maior cacho do dia!... Domingos Nunes, Carlos Nunes, António Espinha e EU... fomos dos mais activos em mostrar cachos exuberantes... depois veio-se a descobrir que alguns concorrentes utilizaram algumas manhas na exibição das suas colheitas pois, sob a mostragem dos enormes cachos, veio mais tarde a saber-se que muitos deles tinham alguns pedúnculos reunidos num só! Batota.  


O LAGAR E A ENXADA DE MADEIRA
         Regressados a casa, à Charneca da Caparica, outra tarefa, esta mais cansativa, quanto a mim, nos esperava: transportar os bidões com os cachos de uvas e despejá-los numa ladeira, improvisada, de madeira, cujo fim terminava numa moagem tradicional efectuada por uma trituradora movida a electricidade. Foi rápido, com a ajuda de todos... só que a mim calhou-me mexer e revolver as uvas e os pedúnculos triturados e esmagados que iam caindo no lagar... O utensílio era uma enxada de madeira gigante que... provavelmente pesava mais do que eu... Não me desculpei e, mesmo sem muito jeito, nem força... lá fui distribuindo as uvas pelo lagar... o Domingos veio trazer-me, por duas vezes, um grande copo de ginja para ir bebendo aos poucos e... soube-me bem só que, no final, dirigiu-se a mim, todo aflito, exclamando que a ginja ainda não estava completamente preparada para consumir... precisava de mais umas semana para ficar perfeita!! Achei piada, mas... para mim, ingeri-la foi um autêntico regalo!... No Domingo, à noite, reparei que tinha os pés e as pernas cheios de borbulhas vermelhas (!?) coisa impressionante! Apliquei pomada a condizer e hoje, sete dias passados, as borbulhas desapareceram... Não sei se foi da ginja mal tratada... ou se um qualquer bicharoco me mordeu porque, no Domingo também andei pelo Parque da Paz... no Troféu Almada 2015 e de tarde passeei pelo Campo do Cassapo!... O que é certo é que estou completamente curado... Há cada uma...  


MOSTO – ALMOÇO CONVÍVIO – DONA GINA   
         Depois de concluída a última fase desta apanha das uvas, trituração e depositadas em lagar... começaram-me a falar de “mosto” e outras coisas profissionais mas, disso eu não percebo nada... pelo que o companheiro Espinha explica muito bem, o assunto, no vídeo já apresentado... A Dona Gina, o elemento feminino do clã Espinha é que não deixou de provar o mosto, antes do almoço... disseram-me que o mosto é o sumo da uva, antes da fermentação completa... que todos os dias, durante 4 ou 5 dias... vão mexendo naquilo até, depois, meterem o líquido nos respectivos barris... no entanto, nesses dias posteriores eu já não me pude deslocar para ver como eram feitos estes preparativos... por motivos particulares e profissionais. Fiquei triste. 
         O almoço convívio, no final desta manhã dourada... foi espectacular como é timbre da Família NUNES... só tive desgosto em não poder divulgar, em reportagem, as minhas visitas anteriores ao seio daquela família... porque fui proibido de o fazer...   


         Para todos os NUNES e ESPINHAS o meu enorme agradecimento por este dia magnífico... bem passado. Bem hajam.


Repórter de Ocasião (19 de Setembro de 2015)
Nota: O Repórter de Ocasião opta por escrever os seus textos pela ortografia antiga.
    


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