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segunda-feira, 29 de maio de 2023

*** MEMÓRIAS DO POLICIÁRIO! - (Por: O Gráfico) - 035

 🔎 Memórias do Policiário – 035 🔍

 

🕵️ O Gráfico

 


Inspector Aranha

Domingos Cabral 🔍 👀

Especial

 

DOMINGOS CABRAL, o notável “Inspector Aranha”, qual “Zé dos Anzóis”, de Santarém, ser lembrado em Memórias do Policiário – O Gráfico... é mais uma “pedrada no charco”, não no intuito de polemizar, mas sim de surpreender o leitor e chamar a sua atenção para esta rubrica, sempre às segundas-feiras, no Blogue do “Repórter de Ocasião” (Blogue RO), vincando que se trata (já!) da 35.ª Edição e pelo conteúdo desta... é gratificante prever o que foi escrito, documentado e recordado nas anteriores 34! Convido o Seguidor, Amigo e Visitante a clicar na “ETIQUETA” “Memórias do Policiário!” no “Blogue RO” para se deliciar com tamanhas e virtuosas lembranças da Problemística Policiária, dos anos 70, 80 e 90 do século passado e... não só!

Hoje retrato o meu bondoso e gentil confrade, um amigo do peito, Domingos Cabral que vive em Santarém e está de boa saúde e com quem mantenho contacto, mas ao mesmo tempo e inevitavelmente surgem, em algumas fotografias, outros insignes compinchas, alguns, é verdade, já desaparecidos do nosso convívio, nalguns casos, prematuramente e é compreensível que jamais poderei mencionar todos nestas minhas memórias! Nesta publicação, podem ver-se nas fotografias: Manuel Constantino, Natércia Leite, Zé Maio, Detective Said, Rip Kirby, Ferman, Lince, D. Chicote, O Gráfico e evidentemente Inspector Aranha.

Já esclareci, em edições anteriores, nestes meus escritos, que os mesmos são produzidos e direccionadas para e sobre mim, “O Gráfico” pois cada um, cada Policiarista, tem uma história para contar... eu tenho a minha!

Lembro o “Inspector Aranha”, Domingos Cabral, nesta edição, mas pouco ou nada direi sobre ele, em relação às suas actividades Policiárias, porque tal e qual como o POLICIÁRIO é “um poço sem fundo” a história de cada um dos seus elementos, praticantes e dinamizadores, outrossim é quase impossível de ser contada na mais completa e única perfeição porque os dados históricos estão espalhados e igualmente diversificados por inúmeras revistas, jornais, livros e até, agora, na internet.

SAUDAÇÕES POLICIÁRIAS

O Gráfico

 


HOMENAGEM MERECIDA AO DOMINGOS CABRAL

Jornal CORREIO do RIBATEJO

 

O Jornal Correio do Ribatejo assinalou no Sábado, dia 15 de Abril de 2023 os 132 Anos da sua Fundação e Organizou uma Gala para Homenagear, Distinguindo, Personalidades e Instituições que sempre trabalharam em prol do desenvolvimento da Região. A Cerimónia de entrega destas distinções decorreu no Teatro Sá da Bandeira, onde ficou bem vincado o papel que este Projecto Editorial tem tido, sendo um exemplo de longevidade e resiliência no panorama da Imprensa Escrita Nacional.

O nosso Estimado Amigo Domingos Cabral, (“Inspector Aranha” no Policiário -o pseudónimo mais conhecido, um dos outros foi “Zé dos Anzóis”!) foi um dos Homenageados, pela Secção Policiária “Correio Policial” que Orientou durante onze anos, de 7 de Outubro de 2011 até 29 de Abril de 2022, precisamente no Jornal Correio do Ribatejo a mostrar que aquele Jornal continua hoje, como há três séculos atrás, a unir Pessoas e Lugares, ajudando a formar e a dar sentido à identidade do Ribatejo.

Fundado a 9 de Abril de 1891 pelo Ribeirense João Arruda, o Jornal sobreviveu à Ditadura e à Censura, atravessou as duas Grandes Guerras, tendo-se mantido sempre firme e fiel à sua missão de informar os Ribatejanos ao longo de mais de um Século.

Com a preservação digital da sua memória escrita em papel, o Correio do Ribatejo tem-se tornado, cada vez mais, uma fonte de informação privilegiada para o estudo e a compreensão da História do final do Século XIX até à actualidade da cidade e do Distrito de Santarém e também do País, ao mesmo tempo em que se Projecta para o futuro.

Nesta cerimónia, que decorreu no Teatro Sá da Bandeira, foram distinguidas, publicamente, entre várias Personalidades e Instituições que se têm destacado na vida da região.

 


 

In Jornal do Ribatejo 17/04/2023 - Online

Homenagem: Sábado, 15 de Abril de 2023

 

Uma vida a decifrar enigmas

 

Policiarista é o nome que se atribui às pessoas que se dedicam à actividade lúdica da decifração e produção de problemas policiais. É, no fundo, um praticante do passatempo cultural que identifica a produção e decifração de enigmas policiais – que comummente se designa problemística policiária.

Nesta ‘modalidade’, Domingos Cabral tem já estatuto de lenda: “Inspector Aranha” ou “Zé dos Anzóis” foram os pseudónimos mais utilizados pelo Solicitador de Santarém que conquistou por duas vezes o título de Campeonato Nacional e por uma vez o de Vice-Campeão.

Venceu, ainda, uma edição da Taça de Portugal, foi finalista vencido noutra e ainda semifinalista. Alcançou, por uma vez, o troféu de “Policiarista do Ano”.

Somou vitórias na classificação anual “As Melhores Soluções” e em torneios como na homenagem a “Marvel” ou no Torneio “Sete de Espadas”. Com uma carreira de mais de cinquenta anos no Policiário, Zé dos Anzóis já perdeu a conta aos casos resolvidos.

Domingos Cabral começou a ganhar gosto pela decifração de mistérios em Maio de 1957 na secção da revista Flama.

“No primeiro problema a que respondi, em 1957, o investigador do caso, depois de o decifrar, dirigiu-se a um café onde existia uma tertúlia por ele frequentada denominada “Clube do Aranhiço”. E, porque na altura era usual a utilização de pseudónimo, o primeiro que me ocorreu, por associação de ideias, foi o “Inspector Aranha”.

“Anos mais tarde decidi “matar” este personagem, por aquele “Inspector” me parecer demasiado pomposo, e então decidi-me por um outro de sinal contrário, o “Zé dos Anzóis”. Todavia, porque o primeiro era bastante conhecido no meio, e por ele continuarem a tratar-me e me solicitarem que a ele voltasse, acedi”, confidencia.

O bicho mordeu-lhe de tal forma que passou a dirigir as Secções de Policiário, hoje quase desaparecidas das páginas da nossa imprensa, em Revistas de Passatempos, em Jornais locais e Regionais e até em Rádios. Colaborou, entre outros, com o já extinto Jornal do Ribatejo, e com o Correio do Ribatejo, onde escreveu centenas de páginas.

É ainda Autor de dois livros, ‘Antologia de Contos Policiais’ e ‘Dúzia de Ouro’, dois volumes da série “Contos e Contistas”.

 


In Clube de Detectives

Zé dos Anzóis, pseudónimo do antigo pseudónimo do Inspector Aranha, natural de Santarém, Solicitador de Profissão, iniciou-se no Policiário em 1957. Um verdadeiro caso de vocação (raciocínio e intuição) para a Decifração, foi Campeão Nacional em 2002/03 e Vice-Campeão em 2004/05, nunca se afastando dos primeiros lugares. Foi Orientador de Secções Policiárias e é Autor do “Catálogo Biográfico de Autores Portugueses”.

 


 

Problema Policiário

A MORTE DO AGIOTA

Por: Inspector Aranha

 

1.º tempo:

Vou matar o “velho”. Estou farto desta situação de dificuldades económicas, de condicionalismos a que ele me submete, enquanto assisto, no dia-a-dia, ao aumento da sua fortuna através de juros altíssimos que “suga” nos seus empréstimos. Agiota e avarento, são expressões correctas para o definir. Por um lado, ajuda a resolver situações difíceis a muita gente que, neste período de acentuada crise, a ele recorrem cheios de problemas, mas, por outro, pelas duras condições que em contrapartida impõe, muita infelicidade tem também provocado a quem, depois, não as pode cumprir. E, nestes casos, não revela um mínimo de sensibilidade – é implacável, mandando penhorar bens, ordenados, promovendo ameaças, potenciando ainda mais a desgraça dessas pessoas… 

Nem para comigo, seu sobrinho e único herdeiro, ele consegue revelar alguma liberalidade. A mensalidade que me concede é ridícula perante as suas possibilidades (e as minhas necessidades) assim me impondo, também, as dificuldades que eu não gostaria de sentir nesta idade… não conseguindo compreender que só temos uma juventude para viver…

Mas chega, a partir de hoje não continuará a poder espalhar mais infelicidade.

Acabei de “teclar” no meu velho computador (de que me vou imediatamente desfazer), e imprimir, a carta que irá ser encontrada na secretária, junta ao seu corpo, direccionando assim as suspeitas da sua morte não natural para um acto de suicídio, por temor da (mais uma) ameaça à sua existência, por alguém do seu vasto universo de clientes que a ele têm recorrido.

Planeei tudo. Eliminá-lo-ei e sairei de imediato para um Evento Público, afim da minha presença ser ali registada quando o corpo for descoberto e o alarme dado – quase certo que pela empregada doméstica que, diariamente, às 10 horas entra ao serviço, pois, sendo embora apenas eu e ele a viver naquela casa, meu tio exigia que sempre tudo nela estivesse impecável. Por isso me inscrevi na prova de 10 km, que integra a 26.ª Meia-Maratona de Lisboa, cuja classificação, registando o meu nome (e com que sacrifício o irei conseguir, meu Deus!…) me conferirá o necessário álibi. Depois, é aguardar os acontecimentos, certo de que, mesmo que a morte não venha a ser reconhecida como devida a suicídio, também dela não será descoberto um culpado – para mais existindo tantos potenciais suspeitos… E assim estará dado o decisivo passo para uma outra vida mais livre e feliz…

 

2.º tempo:

Dado o alarme, como previsto, a Polícia deparou com o corpo sentado à secretária, caído de bruços sobre esta, manchada de sangue sob a cabeça, proveniente de um furo regular que o parietal direito exibia. O braço do mesmo lado pendia na perpendicular, segurando na mão a sua pistola “Browning”. Vasculhado o escritório, nada mais nele se apresentava como passível de ser classificado de anormal, salvo a existência de uma folha de papel de formado A-4, maculada apenas com o seguinte:

 

19-03-2016

Miserável agiota

Recusando as moratórias de pagamento que solicitei, e ameaçando-me com uns “gorilas” para me “fazer lembrar os compromissos”, perturbaste significativamente a minha tão já difícil existência, e ditaste o destino da tua… Também o fizeste com outros, mas, perdido como estou, não vou dar-te oportunidade a que continues a desgraçar a vida de mais ninguém… Adeus, sê feliz com o teu dinheiro… no outro mundo…

 

3.º tempo:

Pensava bem ter planeado e executado a eliminação do “velho”. Todavia, não tardou que a Polícia pusesse em causa o meu álibi, e me detivesse como suspeito do assassínio de meu tio.

 

4.º tempo:

É o vosso, amigos Leitores. O tempo de analisarem com cuidado a história descrita, extraírem as vossas conclusões, descrevendo nomeadamente as causas que terão fundamentado as suspeitas da Polícia e remeterem os relatórios…

 


Solução:

...De muitos erros enfermava, de facto, aquela encenação. Registam-se os principais:

a) -O furo do tiro no parietal apresentava-se regular – o que inviabilizava a hipótese de suicídio (neste caso exibiria bordos chamuscados e irregulares);

b) -E, como se não bastasse para o comprovar, teríamos a não existência, no local, da cápsula da bala, uma vez que, ali, “nada mais se apresentava como passível de ser classificado de anormal”;

c) -É evidente que se alguém se deslocasse à moradia do agiota com a finalidade de o matar iria munido da necessária arma, não contando para o efeito com a da vítima, que não estaria ali ao seu fácil alcance, além de que poderia mesmo não existir;

d) -A 26.ª Meia Maratona de Lisboa realizou-se a 20 de Março de 2016 – um Domingo. A carta estava datada de 19 – Sábado. Logo, não havendo distribuição de Correio ao fim-de-semana, ela não poderia ter sido recebida por essa via – o que indiciava ter tido origem na casa;

e) -De resto, na hipótese de alguém ter vindo do exterior, à casa do agiota, no Domingo, com a intenção de o matar, porque havia de lhe escrever uma carta para ele receber nesse mesmo dia – e assim pôr aquele de sobreaviso? (ou, uma vez que era datada de 19, para ser recebida só, na melhor das hipóteses, na Segunda-Feira, depois da execução do crime?);

f) -E a melhor prova de que a carta não foi recebida pelo correio, mas proveio da casa, é a de que aquela folha de papel A-4 “estava maculada apenas com o texto”, ou seja, sem apresentar vincos de dobragem, como teria que exibir se tivesse sido recepcionada em envelope, via correio ou até entregue em mão;

g) -Não obstante o sobrinho poder argumentar com a sua presença na prova de Atletismo daquela manhã, a fixação da hora da morte pelos peritos médicos iria demonstrar que na altura da ocorrência ele ainda estaria em casa.

Tudo isto evidencia, portanto, que o criminoso era “da casa” e, além da vítima, só lá habitava o sobrinho...

 


Zé dos Anzóis

Pseudónimo utilizado por Domingos Cabral “Inspector Aranha”.

 

Marcou presença no Site Clube de Detectives

Torneio "Clube de Detectives"

Decifração: 7.º lugar

 


Inspector Aranha

Policiarista Natural de Santarém

Algumas Proezas de um Vasto Currículo

 

 

C

OMEÇOU a interessar-se pela Literatura Policial quando, aos 15 anos, se iniciou na prática da Problemística Policiária a modalidade de Desporto Mental que consiste na Decifração e Produção de Problemas Policiários.

Com o passar dos anos a sua preferência mudou de apreciador do Romance para valorizar o Conto Policial. Contribuiu para a Divulgação do Policiário através de duas Obras com Antologias dos Melhores Contos Policiais.

Iniciou-se na secção “O Gosto do Mistério” em 1957 orientada por “Jartur” na Revista “Flama” e conseguiu, logo, um 5.º lugar em Decifração e continuou na Secção “Quem foi?” da Revista “Mundo de Aventuras”, obtendo outro 5.º lugar na Decifração do “I Torneio Inter-Cidades” em 1959, com 17 anos. Finalmente um 1.º lugar na Secção “Enigma Policiário” do “Jornal Ribatejo”, num Torneio de Homenagem a “Marvel”. Ainda na Secção “Cruzadex Policiário”, de “L. P.”, na Revista “Cruzadex”, obteve, em Decifração, um honroso 2.º Lugar na Classificação do Torneio “Paralelo” das “Olimpíadas Policiárias”. Outro 1.º lugar, mais uma vitória na Decifração de Problemas Policiários, aconteceu no Site “Clube de Detectives” no Torneio de Homenagem ao “Sete de Espadas”!

Iniciou-se, antes de completar os 20 anos, entre 1961 e 1963. Na orientação de Secções começando com “Enigma Policiário” no “Jornal Ribatejo” e depois em “Fora da Lei” no “Jornal A Voz Portalegrense”. Entre 1976 e 1982 regressou com “Enigma Policiário”, em conjunto com “Zé” (Viseu), na Revista “Passatempo” e apareceu como Coordenador da Revista “Selecções Mistério” do “Sete de Espadas”.

Com o pseudónimo “Zé dos Anzóis” foi Co-Orientador, com “Zé da Vila” e “Zé” (Viseu) da Secção “Mundo dos Passatempos” no “Jornal O Almeirinense”.

Participou activamente, onde conquistou imensos êxitos na Problemística Policiária, na Secção “Policiário”, de “L. P.” no “Jornal Público”.

 

FOTOGRAFIAS DA FESTA DE HOMENAGEM AO DOMINGOS CABRAL EXTRACTADAS, COM A DEVIDA VÉNIA, DO JORNAL CORREIO DO RIBATEJO - Online

 

Blogue RO – 29 de MAIO de 2023

https://reporterdeocasiao.blogspot.com/

 
















































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