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domingo, 20 de julho de 2025

🎓 Borda D`Água do Conto Curto - ☝Edições Fora da Lei 🗝 3.ª EDIÇÃO - ANO 2020 - AUTORES PORTUGUESES 📑

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AEREOPUERO

HORA, 23.30: Esperava sentado, como queriam que estivesse, a minha esposa e o filhote. Nisto uma enorme confusão, manifestação ou lá o qu ‘era aquilo…., apenas ouvi os “surrurus”:

− Yes mi me se hablar Trampa, tipo aquela cena do James, mas para o pior. Jamies, Trampa ou outra porcaria qualquer, não parava de dizer asneirolas… e decidi:, bem este gajo fica com o apelido A. BUNDA. Para mim ficou Trampa A. Bunda, e eis que repentissimamente, mais rápido que o pensamento, parece outro, eu já chateado, mas não por causa de “chatear”, apenas o voo vindo direto do Brazil estava mais que atrasado; esta figura lembrou-me um Pinóquium… quando eu era pequenino gostava de ver, o Pinóquio, a Alice, o Coelhinho, e até o Bugs Bunny, mas o personagem que eu mais gostava era o Pateta.

− Escudê moi-me, se vou play, me s’apele Antoine, mais, três important, mona mi, ici me convidou para um almoçar, vamos ver como me vou arranjar, mais oi… apenas me esqueci dos trocadilho, me escuse, dos trocos ou dos euro.

Mais uma corrida, mais um tirinho, nova viagem, nova corrida, só mais uma moedinha para esta pobre velhinha. Esta era a cantilena desde uma hora atrás, estava a ficar farto, e também de ver tantos galos fardados com pintas de todas as cores. Eu apenas estava ali como quase de férias, quase, apenas faltava o quase. Nem conseguia furar aquela multidão, nem “atiro”, a velhota sempre do final ao princípio das chegadas, e do princípio para o final das mesmas, essa desenrascava-se. A sede apertava e o voo continuava atrasado, arrisquei e fui a um cofee bar, é por isso que se chama de aEURO, e foi por isso que desembolsei “3 aereos” por uma puta de uma imperial, que nem sequer a provei e, vinha com um bigode maior que o da Madonna. Não a provei porque no momento em que a ia meter aos lábios, os aerofalantes anunciaram a chegada do voo, e também não conseguiria o reembolso, aqui é paga primeiro e espera se quiseres. Como bom “Visigodo” que sou, não é como o tal que chegou de Lisboa, e casou com uma brasileira, aguentei-me à bronca, mas já a ferver, faltava a fresquinha, aquela vizinha do fresquinho.

− Escoltas, essas mais que muitas, não sei se eram indianos vindos da Amazónia, se eram creados no meio do mato, mas aquilo que observei não me deixou mais alegre. Primeiro saí a outra personagem, essa reconheci, assim como muitos dos meus colegas da grande cidade, e eu a desesperar. Era nada mais nada menos que o senhor BOLSOSEMNADA, vindo directamente do Maracanazinho, não sei se para a praia da Saúde se para a praia da “Albarquel”, uma coisa eu sei pálido como ele estava não deveria ter amado o voo. Andava a precisar de banhos na Tróia ou talvez quem sabe uma voltinha na Arrábida. Consegui perceber que o Bolsosemnada “ofrecia” as bebidas e até uma janta, assim algo simples como uma lata de sardinha em tomate, ou dois pelins fritinhos, mas sem arroz, isso lá é coisa agora rara. Foi quando tive de correr para esse corredor, não morri apenas porque não morro nem que me matem e… A velhinha escapou-se com todas as carteiras destes personagens.

Bom dia a todos, ou boa noite, ou talvez boa tarde, abre agora o noticiário da uma, o inspector Rick foi apanhado, nos APANHADOS, como sabem estamos a gravar uma série, (e eu que não sou sério, apetece-me matar estes tipos) tivemos aqui muitas pessoas, e vou chamá-los… Fernando Pereira a fazer de VELHINHA, (ainda bem que não se travestiu da dor de costas de Trumpa). A. Raposo, esse tem jeito para assumir o papel de Pinóquio, aliás ele é o escritor fantasma. O nosso Búfalo só pode ser o BOLSOSEMNADA, resta um personagem…TRUMPA…

Abrótea

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JUNHO CALMOSO, ANO FAMOSO

Abriu os olhos, regressou ao mundo que conhecia e onde habitavam os seres que mais amava.

Naquele segundo tomou uma resolução. Em legítima defesa, teria que o matar.

Era uma longa relação de 40 anos.

Uma relação que começou às escondidas.

De início foi uma brincadeira, ele provocava-a e ela coquete, agarrava-o, dava-lhe mordidelas e dizia que não passaria daquilo, mas reconhecia que o prazer era o motor do amor que os unia.

Ele lentamente, apoderou-se dela.

Não a largava.

Ela acordava a pensar nele, era a sua última companhia do dia. Se ele faltava, deixava-a a roer unhas, a dar voltas na cama, ansiosa que fosse manhã, para que se pudessem de novo encontrar.

Quando se dava o reencontro, era uma união de sentidos, um renovar de prazer, uma promessa surda que nunca mais se iam separar.

Entretanto ela casou. Constituiu família, mas nunca largou o amor antigo.

O marido sabia, mas pouco falava do assunto. Quando a conheceu, soube logo que seria uma relação a 3 e gostava tanto dela que aceitou.

Por vezes mandava umas indirectas, queria saber quantas vezes se encontravam por dia.

Ela desconversava e mudava de assunto, ou deixava-a a falar sozinho e continuava a encontrar-se, agora à descarada com o amor antigo.

De vez em quando apetecia-lhe acabar com aquela bigamia, pensava que o ía deixar de vez, vingando-se de anos de dependência física, mas passadas umas horas de afastamento, voltava a agarrá-lo e a repetir as juras de amor eterno.

Até que um dia foi ele que se vingou. Mandou-a para o hospital muito maltratada.

Passou-a para o outro lado, de onde sozinha, não encontraria o caminho de retorno.

Uns anjos de bata branca, trouxeram-na de volta e com os rostos dos entes queridos atacados pelo medo de a perder no pensamento, decidiu que chegara a hora e de um golpe só...acabou com ele.

Enterrou o que sobrou e jurou que pagaria o preço pela sua decisão.

Sofreu com a sua ausência, chorou por ele em alguns momentos, ia aos sítios onde se tinham encontrado anos a fio e que saudades a assaltavam dos momentos de prazer.

Mas não voltou atrás. Sabia que não havia retorno e quando chegou o mês de Junho da sua nova vida, ela soube que estaria para sempre livre do cigarro.

Matou-o por amor a si mesma, mas acima de tudo, por amor aos seus.

E não se arrependerá.

 

Moral da história: Mata o vício, antes que ele te mate a ti.

Arnes

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»»» NA PRÓXIMA EDIÇÃO, 27 de Julho de 2025, apresentaremos mais dois CONTOS, de Julho e Agosto de 2020, da Autoria de Ma(r)ta Hari e Inspetor Boavida.



 

🙆 BOM Domingo!

📑BOAS Leituras!

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