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sexta-feira, 7 de março de 2025

*Torneio Cinquentenário "Mistério... Policiário" - TCMP 1975-2025! 🔦 Jornada N.º 3 - Autor: PAULO (VISEU) 📖 💵 A MORTE DO TRAFICANTE = A MORTE DO TRAFICANTE

 🧐 POLICIÁRIO! 🕵

 


🔦🧐🕵️🔍 Torneio

Cinquentenário "    Mistério...

Policiário" - TCMP 👣

 

 

Problema Policiário N.º 3

 

A MORTE DO TRAFICANTE

Um Original de:

PAULO –  Viseu 

 


Este foi mais um dos muitos casos onde marquei presença com a minha participação. Era eu o chefe da equipa da Polícia Judiciária encarregada do caso.

A vítima era um conhecido traficante de cocaína, Alfredo Ramos, um homem baixo, de um metro e setenta, 46 anos, cabelo bem preto, olhos castanhos, ausência total de empatia, e pessoa sem qualquer escrúpulo.

Apesar de estar sujeito da nossa parte a uma grande vigilância, tinha sido assassinado bem perto dos nossos homens, sem eles verem, e, portanto, sem eles poderem intervir.

 *****

Fui conversando com o médico enquanto ele fazia a autópsia. Eu já o conhecia de muitos outros casos. Era o Gilberto Gomes.

– Foi um projétil de calibre 38. Revólver. Observa bem o orifício de entrada.

E eu vi. Era bem visível, logo acima dos olhos, bem centrado na fronte. Também vi perfeitamente uma lesão com bordas irregulares, invertidas, ou seja, voltadas para fora, e uma impregnação centralizada de pólvora.

Não gostava muito de ver aquele cenário, mas fora ficando habituado com o decorrer dos anos. Entretanto o Gilberto cortava a cabeça para poder visualizar o seu interior.

– E quanto à trajetória da bala – perguntei?

– Sempre horizontal – respondeu. Isso está de acordo com o impacto observado na parede.

 – E já sabes se ele estava de pé, de joelhos, sentado, ou em qualquer outra posição?

– Estava de pé. Todos os indícios apontam para essa posição. Um deles é a queda. A cabeça terá caído, desamparada de cerca de um metro e setenta centímetros, fazendo um fratura óssea na nuca.

– Então, caiu para trás.

– Neste caso, foi! Geralmente vemos, nos filmes, as pessoas a levarem um tiro e a morrerem imediatamente. Nunca é assim, ou melhor, quase nunca, porque nesta situação até foi. Um tiro na cabeça levou a uma morte instantânea. E a energia cinética do projétil fê-lo tombar imediatamente para trás.

Vendo como Gilberto Gomes continuava de volta da cabeça, eu perguntei:

– E na nuca?

O Gilberto observava a parte detrás da cabeça, onde uma outra ferida, maior do que a da fronte, mostrava a trajetória do projétil: a entrada e a saída.

De instrumento de medida na mão, Gilberto dizia:

– Vês? A distância ao topo da cabeça é a mesma na entrada e na saída, e bate certo com o impacto do projétil na parede.

O Gilberto tinha deixado a cabeça e dedicava-se ao abdómen, onde fizera os característicos golpes necessários para a verificação das diferentes vísceras.

– Comida no estômago! Tinha feito uma refeição, não havia muito tempo, e estava a fazer a digestão. Vou mandar para análise o conteúdo. Depois, podes fazer a comparação com outros relatórios e decidires sobre a hora do crime.

Continuou a falar, e eu a fingir atenção, mas tudo entrava a cem e saía a duzentos, porque a minha cabeça estava noutros locais, juntando todos os pormenores e escrutinando os suspeitos.

*****  

Sentado à secretária, eu olhava uma folha manuscrita com alguns elementos respingados dos vários relatórios entretanto recebidos.

“Não foi encontrada nenhuma arma de fogo no local, nem nenhuma cápsula”.

“A vítima estava caída de costas”.

“A queda para trás deixara a vítima com a cabeça a 5 cm da parede”.

“Havia muitas impressões digitais de Alfredo espalhadas pelo local do crime”.

“Havia também algumas impressões da empregada da limpeza e de outras duas pessoas que no dia anterior tinham estado lá em casa”.

“O cadáver fora descoberto no dia 16 de fevereiro, cerca das nove e meia da manhã, quando a empregada de limpeza marcara presença no local. Ela tinha as chaves necessária para entrar na casa”.

A empregada encontrara a porta da casa apenas encostada.

“A primeira análise, baseada nas temperaturas corporal e ambiental, apontara para a ocorrência do óbito na noite anterior, dia 15, entre as 9 e as 11 da noite”.

“A vítima vivia numa casa que estava permanentemente vigiada”.

“Na noite do crime, no intervalo temporal em que presumivelmente ocorrera a morte, tinha havido quatro as pessoas a entrar na casa da vítima, ou melhor, no seu quintal. Todos eram conhecidos da polícia, pelas atividades exercidas, todas na margem da legalidade”.

“Nenhum dos visitantes, à saída, demonstrara qualquer anormalidade no comportamento, situação expectável daqueles suspeitos”.

“Alfredo era o responsável por um carregamento de cocaína intercetado por nós, e por isso estava a ser vigiado, para ver se encontrávamos mais algum dos chefes”.

“A mercadoria, em elevada quantidade, e por isso muito valiosa, pertencia a outro traficante. Não era do Alfredo”.

“A vítima falava e escrevia fluentemente inglês e alemão, embora quando escrevesse para os alemães, ou estes o fizessem no sentido inverso, a comunicação fosse em língua inglesa”.

A porta da casa foi encontrada apenas encostada pela empregada.

 *****

Peguei num outro papel onde tinha a descrição dos quatro indivíduos suspeitos. Todos eles tinham entrado na casa e entre eles teria de estar um assassino.

“Meyer estava longe de ser um alemão típico. Media só um metro e cinquenta e cinco centímetros, apesar de muito louro. Era aquilo que normalmente se designa por pessoa má. Não tinha escrúpulos de qualquer espécie. As suas estadias no nosso país eram irregulares. Na véspera quando visitara Alfredo, fora visto entrar com luvas”.

“Hans também era alemão. Este já parecia pertencer à nacionalidade germânica. Com mais de um metro e oitenta de altura, tinha olhos azuis e cabelo louro. Escrúpulos, também não possuía, como o demonstravam as muitas atividades de legalidade duvidosa onde estava envolvido, e também comparecera de luvas na casa da vítima. Vivia em Portugal havia quatro anos”.

Continuei a ler as informações. Agora sobre os dois estadunidenses.

“Campbell era natural do estado do Minesota. Alto, com um metro e noventa e cinco, parecendo um jogador de basquetebol, entrara na casa com luvas colocadas. O cabelo preto, curto, ornava uma cabeça onde se ocultava um cérebro capaz de magicar as mais incríveis manigâncias. Não falava português, como era próprio dos nativos de língua inglesa”.

“Simon era natural de uma cidade grande: Chicago. Talvez, por causa da sua origem, se julgasse um grande gangster. Cabelo castanho, assim como os olhos, marcavam um rosto onde se desenhava a inocência de uma criança. O seu metro e cinquenta e sete de altura ajudava a compor este aspeto infantil. Mas tudo era fictício. Era um homem duro. Havia já três anos, assentara arraiais no nosso país e era bem conhecido por todas as autoridades policiais. Para não variar, visitara a vítima usando luvas”.

 *****

Pousei o papel e pensei noutros pormenores. A apreensão da droga ocorrera dez dias antes, e verificara-se, no comportamento de Alfredo, uma elevada preocupação. Conseguíramos capturar uma carta que ele iria receber de um dos suspeitos. Peguei na carta e depois vi alguns excertos, já traduzidos, à letra, da missiva original, escrita em inglês.

O sobrescrito não tinha remetente nem impressões digitais, assim como a carta estava completamente limpa. Tudo apontava para o seu autor ser também o assassino e traficante. A escrita da missiva era motivada pelo facto de Alfredo não poder pagar, nem conseguir, a enorme quantia em dívida. Por isso nós o vigiávamos. Haveria o um contacto, disso nós tínhamos a certeza, mas nunca imaginamos o assassino a correr tantos riscos.  

Ou o assassino tinha sido o quarto a entrar na casa, ou todos, ou alguns, sabiam fingir muito bem uma tranquilidade inexistente, tendo vindo embora quando encontraram o cadáver.

Entraram todos pelo portão do quintal de muros altos, mas lá dentro não se sabia se tinham ingressado na casa ou ficado à porta. Não era possível ter visto, apenas havia a certeza, porque a casa tinha vigias em todo o seu perímetro, de que mais ninguém passara para o quintal da casa.

“Estou preocupado”. “Tem uma semana para me devolver o dinheiro”. “Até poderiam ser 3 mil milhões, 4 mil milhões ou 100 mil milhões”. “Quero os meus 4 milhões”. “A culpa da apreensão foi sua”. “Não tratou do assunto devidamente”. “Se não pagar, morre”. “Já sabe qual será o seu destino se eu não receber o dinheiro”.

Como era óbvio, o dinheiro não fora devolvido.

A Luísa, uma colega de trabalho constituinte da equipa de investigação, aproximou-se.

 – Então, já se sabe mais alguma coisa?

– Penso saber quem foi o assassino. Achas pouco?

– E vais fazer o quê?

– Vou fazer um relatório e enviá-lo para o Ministério Público. Está nas mãos do Procurador a decisão a tomar.

 *****

O Procurador decidiu bem e o juiz julgou, pois tudo veio a ser provado em audiência, apesar de o assassino acabar por confessar. Em tribunal provou-se o modo como foi cometido o crime. Demonstrou-se a legalidade das buscas, ficou evidente a necessidade da vigilância, ficou demonstrado ter sido o matador a escrever a carta, não fingindo ser outra pessoa, revelou-se que uma arma encontrada na posse do assassino tinha servido para abater a vítima e ficou exposta a pertença ao homicida da droga apreendida.

 *****

Aqui, interrompe-se a narrativa e pede-se aos leitores, para, com base nas linhas escritas acima, apresentarem um raciocínio indicador de quem foi o assassino.


 

 

 

 

ENDEREÇOS E PRAZOS PARA

O ENVIO DAS RESPOSTAS:

As respostas devem ser enviadas impreterivelmente até às 24h00 do dia 31 de março de 2025, através dos seguintes meios:

a - Por email, correio eletrónico, de A Página dos Enigmas: apaginadosenigmas@gmail.com;

b - Entregando em mão ao orientador do Blogue A Página dos Enigmas, Paulo, onde quer que o encontrem;

c - Utilizando o Correio Normal (CTT):

Luís Manuel Felizardo Rodrigues

Praceta Bartolomeu Constantino, 14, 2.º Esq.

FEIJÓ 2810 – 032 ALMADA

 

📓 🖋 IMPRETERIVELMENTE, para este terceiro Desafio, até ao dia 31 de MARÇO de 2025, Segunda-Feira, 24 horas. 




 


PRÉMIOS!

Além dos prémios em disputa ao longo do torneio, constantes da Lista Oficial que está descrita no Regulamento, serão sorteados em cada Problema Policiário - nas doze Provas! - os seguintes prémios:

- 1 Livro de Problemas Policiários e Soluções de M. CONSTANTINO, Oferta de Salvador Santos, juntamente com um Bloco de Apontamentos da Tipografia Lobão, Oferta de José Silvério, para sortear entre os concorrentes totalistas.

- 1 Conjunto de 12 Postais Ilustrados de Montemor-o-Novo, Oferta de Francisco Salgueiro, para sortear entre todos os concorrentes não totalistas

 


Neste problema ainda serão atribuídos os seguintes prémios, ofertados pelo autor:

 
Concerto a quatro mãos, atribuído à solução
totalista que tiver menos palavras.


Os caminhos de Idalécio,
a sortear entre todas as soluções não totalistas.



🧨🕵️ Participe!🧐

 📖🎖POLICIÁRIO em FESTA!! 🎊🎉

 

 👏👏👏 FELICIDADES PARA TODOS OS FUTUROS CONCORRENTES!

 

📖🏆🎓🔍🧐 O momento é solene e gratificante e o que ficará para a HISTÓRIA é a HOMENAGEM AO “SETE” E À PROBLEMÍSTICA POLICIÁRIA... 50 ANOS DEPOIS!! Marque presença honre e dê prestígio ao Torneio!


1 comentário:

  1. Um pouco complexo, com muitos pormenores...mas ainda há tempo para refletir🕵️‍♀️🕵️‍♂️🔍🔍🔎🔎

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Os seus comentários são bem-vindos. Só em casos extremos de grande maldade e difamação é que me verei obrigado a apagar.