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quinta-feira, 1 de fevereiro de 2024

*** MEMÓRIAS DO POLICIÁRIO! - (Por: O Gráfico) - 062 🔎 Ribeiro de Carvalho 🕵️ Eduardo Bento - 72 Anos! 🎂

 🔎 Memórias do Policiário – 062 🔍

 

  🧐 O Gráfico 🕵️

 

https://reporterdeocasiao.blogspot.com/

 


Memórias do Policiário – 062

🧐 Ribeiro de Carvalho

72 Anos! 🎂

👨 EDUARDO BENTO

1 de Fevereiro de 1952 – 2024

 

🎓 POLICIARISTA 🔖

📜 Contista - Poeta 🖊

 

 

 

62 EDIÇÕES das Memórias do Policiário – O Gráfico para se comemorar os setenta e dois anos do consagrado POLICIARISTA “Ribeiro de Carvalho” – EDUARDO FILIPE PEREIRA BENTO.

Bem-haja. UM DIA BASTANTE FELIZ!

SAUDAÇÕES POLICIÁRIAS.

O Gráfico

 

 

»»» FAZ HOJE 72 ANOS o RIBEIRO DE CARVALHO! «««

 


HOJE FAZ ANOS RIBEIRO DE CARVALHO, nascido em 1952, pseudónimo de EDUARDO FILIPE PEREIRA BENTO (Várzea dos Mesiões – Torres Novas) distinto Policiarista e Escritor de elevados méritos! É mais um querido Amigo “recuperado” para as “lides Policiárias” após duas dúzias de anos de interregno ou... talvez mais! EDUARDO BENTO nunca quis explicar, nem justificar, a sua opção pelo pseudónimo escolhido (Ribeiro de Carvalho) e hoje, passados tantos anos, continua a ser uma pessoa modesta com uma simplicidade incrível! Já tinha sido recordado nas minhas “Memórias do Policiário – O Gráfico ”, edição n.º 32, de 11 de Maio 2023,

https://reporterdeocasiao.blogspot.com/2023/05/memorias-do-policiario-por-o-grafico-032.html

...mas hoje, em dia do seu aniversário volto a prestar-lhe a minha homenagem, lembrando uma das mais belas e gratificantes páginas que produzi na secção “O DETECTIVE ZONA – A-TEAM”, no dia 1 de Março de 1991, onde tudo saiu impresso no mais completo e sublime alinhamento, quer em conteúdo tanto no aspecto gráfico que, para mim, era sempre uma preocupação porque queria e exigia (-me) perfeição!

UM GRANDE ABRAÇO, meu insigne Amigo EDUARDO BENTO, “Ribeiro de Carvalho”, MUITOS ANOS DE VIDA!

O Gráfico

 


 

RIBEIRO DE CARVALHO UM GIGANTE...

Talvez o Ribeiro de Carvalho seja pouco conhecido no seio da Família Policiaria... Talvez seja a primeira vez que algum leitor menos atento esteja a ler este pseudónimo... E isto porquê?... Porque o Ribeiro de Carvalho só participa em iniciativas policiárias de tempos a tempos e, para isso, necessita sempre, ou quase sempre, de ser bastante, mas bastante mesmo(!) incentivado!!! Mas aqueles que o quase obrigam a escrever -- como será o caso da Natércia Leite e

de “O Gráfico” -- são seus fiéis admiradores e sabem de antemão que em cada obra do Ribeiro de Carvalho, de seu nome completo Eduardo Filipe Pereira Bento, está uma Antologia, uma obra-de-arte, um feito memorável! Em termos de produções literárias este nosso confrade da Várzea dos Mesiões (Torres Novas) é um vencedor, ganhando quase tudo em que participa embora o faça poucas vezes como ele próprio indica.

O Ribeiro de Carvalho, nascido a 1 de Fevereiro de 1952 tem um filho com nove anos de idade a quem dedica todo o seu tempo disponível, preferindo a companhia do seu descendente a ter de escrever um conto policiário ou de ficção científica, por entender ser mais fácil; esperamos e desejamos que consiga conciliar as duas coisas, para bem do Policiário.

Já o conhecemos pessoalmente, pois honrou-nos com a sua presença num dos convívios da Tertúlia Policiária de Almada. Trata-se de uma pessoa humilde, como o seu próprio “Apresentando” (que foi extractado de uma sua missiva, sem conhecimento dele!) hoje revela.

Como concorrente, apareceu-nos pela primeira vez nas “Velharias Policiárias”, secção orientada por “O Gráfico” e pelo saudoso Amigo “Detective Misterioso”, na revista “XYZ - Magazine” do nosso querido “Sete de Espadas" e aí, logo o Ribeiro de Carvalho mostrou não ser um-qualquer pois, pontuou nas “Melhores” e “Originais” e... foi também a partir desse momento que iniciamos uma duradoira Amizade levando-o a produzir “Dobram os Sinos na Minha Dor", uma produção Policiária extraordinária que viria a sagrar-se campeão da “1.ª Supertaça Policiária - Cidade de Almada”!!!

Ribeiro de Carvalho, esta homenagem é JUSTA. Um abraço,

LUÍS RODRIGUES & CARLOS NEVES

 

 


 

VAMOS FALAR DE

RIBEIRO DE CARVALHO

 

Foi há tempos. Pela primeira vez (pelo menos para mim) via publicado um trabalho deste colega. Lê-lo, uma inesperada e agradável revelação. Qualidade literária, sentido estético, sensibilidade...

Chamava-se: Vamos falar de Elsa...

Eu gostei. Gostei muito.

 


 

Fiquei aguardando outros textos -- que não vieram.

Mas após isso, surgiram em alturas diferentes, dois problemas policiais do mesmo autor. “Dobram os sinos pela minha dor” e “Por favor, a morte.”

Afirmava-se o seu estilo peculiar.

Eram problemas policiais. Não pretendiam senão ser isso. Mas vinham escritos numa linguagem diferente, pessoal, humana.

E eram diferentes por isso.

Cabe-me o grato prazer de apresentar um outro trabalho do colega Ribeiro de Carvalho, que tem dentro da sua cabeça, e dentro de si mesmo, tanto para transmitir e não o faz... E que não tem o direito de nos privar e privar o Policiário das suas capacidades literárias e dos seus dotes imaginativos.

HOJE TUDO - leiam atentamente. Como digere e saboreia lentamente qualquer coisa de que se gosta.

HOJE TUDO, depois de VAMOS FALAR DE ELSA. E se neste se “falava” melancolicamente da saudade duma Elsa esboroada no tempo e perdida na vida; aqui fala-se da camaradagem, da importância ÚLTIMA da amizade, da importância da liberdade, da dor pela perda dos amigos-irmãos.

Estilo cheio de humanidade.

Creio bem que os leitores do “DETECTIVE/ZONA A-TEAM” estarão de acordo comigo.

Por instantes, nos virá à ideia -- nós as mulheres que o lemos -- que gostaríamos de ser essa Elsa ou essa Fátima, criadas pela imaginação privilegiada desse possível potencial nas letras que poderá ser o RIBEIRO DE CARVALHO -- se ele

assim o quiser.

Natércia Leite

 


 

ANTOLOGIA 

______________________________________________________________

                                           ESCREVEU: RIBEIRO DE CARVALHO

 

HOJE TUDO

          Inédito 

 

Olho-o, pasmado, Cilíndrico, baixo, transparente, as minhas mãos separam-se e agarram-no. Olho, profundamente, para dentro deste copo-cornucópia mágica, até mergulhar no negrume que o enche, uma, duas, mil vezes e já não se trata só do vinho que bebo sem saber porquê para quê meu pai que chegavas a casa e não vias senão a violência que te saía do corpo a realidade transformada tu és então senhor do que fazes do que dizes na negra escuridão do que bebes da vida eu acocorado a um canto medroso minha mãe linda que choras como chora Fátima que nunca cheguei verdadeiramente a encontrar e o medo medo medo que me ensombra rodeia limita carlos morto pestana morto joão preso torturado martins preso outros perdidos e eu neste copo cornucópia.

Cheio.

Sempre.

O empregado diz-me que são horas de fechar. Tem uma voz esquisita, como se estivesse a falar de dentro de um túnel.

Espero-a, ainda. Talvez Fátima já não venha. Ou talvez venha.

E agora reparo que não é só a voz. Todo ele é esquisito. Tem a cara torta, os olhos quase se não vêem, o nariz parece o do Pinóquio. E ri-se. É esquisito este criado. Pago e vou-me embora.

Saio com Martins. Embora me doa a cabeça, foi importante esta reunião. Avançámos para posições frontais e concretas o que é, de certo modo, um salto qualitativo no nosso empenhamento.

-- Achas que conseguiremos? – pergunto-lhe.

-- Sem dúvida. Carlos é um bom organizador e tem já bastante prática.

Martins é um optimista. Entrámos os dois na mesma altura para a organização e juntos fomos sentindo progressivamente a necessidade de passar à acção. Estamos juntos, ainda. Por quanto tempo? Não digo mais nada. É bom apreciar o silêncio, ouvir só o som dos passos. Em silêncio, chego a casa. Martins continua

ainda. Nem vale a pena convidá-lo a entrar.

Ana está deitada no sofá e quando acendo a luz abre os olhos, estremunhada. Os olhos estão vermelhos. Dorme? Chora?

-- Boa noite - digo.

Só. Frio. Arrependo-me e tento emendar o erro dando-te um beijo. Que recusas. Como fazer-te compreender que o meu tempo não é só nosso teu e meu, mas também dos outros que esta amizade que nos liga a martins a pestana a manuel é uma força que vem do fundo do que somos do que queremos da necessidade urgente de não só viver a vida, mas construí-la que o perigo que corremos.

-- Nunca mais deixas essas reuniões, não é?

Consome-nos por vezes por outras alimenta-nos que tudo fica.

-- Não te preocupas com ninguém senão e tudo sou também eu.

-- Não dizes nada? Passo aqui noites e noites sozinha e tu com os teus amigos sem quereres saber como eu estou.

Não ouves?

como fazer-te compreender quando o que existe entre nós é esta inimizade não declarada o silêncio cortado.

-- Só sabes é ir a reuniões e beber. Se largasses esse copo e falasses como gritos irritantes e ásperos a indiferença como modo de vida como fazer-te compreender?

-- Oiço-te, oiço-te muito bem.

Bem mais uma “Aveleda” e poiso o cálice. Tento estar calmo quando abro a porta e saio para a rua. Esqueci-me de trazer o casaco, o que quase me faz bater os dentes com frio.

Esta discussão não deveria acontecer. Não hoje, em que preciso de descansar, de estar sossegado para o dia de amanhã. Amanhã será um dia importante. Mais outro. E, no entanto, tenho a sensação de que nem tudo corre bem.

É quase certo que esta sensação-nervoso seja causada pela discussão com Ana. Talvez não me devesse ter vindo embora. Talvez devesse ter aguentado. Enfim, já não volto atrás. Preciso de tudo menos de ouvir Ana a gritar.

Subo os três andares até ao apartamento de Fátima e toco à campainha.

Escondo-me quando vejo passar o carro da polícia e tropeçando e correndo chego à porta. Tenho ainda de subir três lances de escadas e quando olho para cima, para o pico de everest, vejo a cara torta do criado-pinóquio a rir-se de mim. Porque não fazem elevadores em todos os prédios? Amanhã vou escrever uma reclamação ao senhorio. Se houvesse elevador neste prédio, já não precisaria de olhar para o pinóquio-cara torta. Pinóquio-cara torta... Pinóquio-cara torta! Essa é boa! Dou uma gargalhada bem alto e, ou é pelo criado se ter ido embora ou pela gargalhada, quase que caio no décimo-primeiro degrau. Faltam só três e é a custo que os subo. A porta parece correr para mim e a vertigem faz-me encostar à parede. Tiro a chave do bolso do casaco, a chave que Fátima me deu e abro a porta. Naturalmente, tudo está escuro mas conheço já o caminho e sem me despir deito-me na cama onde Fátima e eu nos amámos nos amamos.

Sempre.

Ergues-te nos cotovelos e sorrindo dizes-me que é bom tudo isto. Acaricio-te o rosto, os teus cabelos, mas mais do que o acto o que é bom é a paz.

-- Estás preocupado?

Claro que estou preocupado. Estou Sempre preocupado e ansioso antes de uma nova acção. Levanto-me da cama e passeio pelo quarto. Nu. Mesmo agora, com

Fátima, tenho dificuldade em falar do que vamos fazer.

-- Esta noite não durmo cá. Amanhã temos uma acção.

Há nos teus olhos uma sombra de tristeza? Aparece-te uma ruga na testa? Não saberás mais nada até aparecer a notícia nos jornais ou na rádio. E talvez tu já

saibas que amanhã ou num outro amanhã qualquer, as coisas podem correr mal e eu já não virei ter contigo. Talvez. Mas eu, sei-o de certeza. Que posso fazer? Não tenho toda a responsabilidade sobre a vida, mas posso fugir à parte da responsabilidade que me cabe? Posso fechar os olhos quando a polícia agride os outros, tapar os ouvidos aos gritos dos que estão presos sem culpa, posso? Posso esconder-me da miséria e da riqueza, da corrupção, da mentira, de todo o tipo de violência que se abate sobre mim e sobre os outros? Sabes que não posso, que não podemos e que a violência combate-se com a violência. Tu compreendes-me.

Vem, dizes-me e há uma nota de tristeza na tua voz. Tento afastá-la com as minhas mãos que te percorrem o corpo, fazer-te sentir, enganando-me, que o hoje não é o amanhã, que nós os dois estaremos sempre juntos sempre com as tuas lágrimas que me molham as mãos os meus beijos que te fecham os olhos o teu rosto lindo lindo e o meu corpo é o teu corpo as mãos as unhas os cabelos

as pernas somos nós e os gritos são teus e meus e mais nada existe quando gritas e eu grito meu amor

Fátima.

Deitado, procuro uma garrafa de cerveja. Tem de haver pelo menos três garrafas cheias, mas só encontro as vazias. De certeza que alguém veio buscar as outras.

Se calhar foi o pinóquio do criado. Está sempre a querer gozar-me...

Levanto-me e agarro-me à parede porque sei que as pernas não me vão aguentar. Onde estão as garrafas? Tem de haver alguma, raios! Dói-me o corpo todo de sede, tenho a boca seca...  

Não há luz no apartamento de Fátima e isso atemoriza-me. Será alguma armadilha da polícia? Já terão descoberto Fátima? Há quase um dia que espreito para te ver e tu ainda não saíste nem entraste. Arrisco-me a atravessar o espaço que me separa de Fátima e subo as escadas com ansiedade. Nervoso, deixo cair a chave duas vezes antes de conseguir abrir a porta. Nada.

Nem a esperança nem os sapatos a um canto as cortinas fechadas tudo arrumado copos garrafas móveis cama feita não vejo o teu fato azul claro nem os outros nada na casa de banho falta tudo nesta casa cheia preciso de ar perdi miguel carlos martins agora tu fátima quando mais preciso de ti preciso de ar de ar mesmo haja polícia mesmo que vá para junto de martins falta-me fátima o ar ainda há a possibilidade de teres ido para casa do teu irmão corro para lá mesmo com a polícia sem ar nem ninguém só tu que eras minha mãe minha irmã minha amante nunca mais verei o teu sorriso nunca mais acariciarei os teus cabelos nunca mais descansarei em ti minha paz minha dor minhas lágrimas corro

-- Onde está ela? - grito.

João Eduardo olha-me espantado. Entrei sem bater e ele não me esperava. Abre muito os olhos e uma ponta de medo aparece-lhe no rosto.

-- Onde está?

Agarro-o com força e este gesto fá-lo recompor.

-- Não sei.

Não sei...

-- Estou por ti durante dois dias e como tu não apareceste...

Não sei...

Estou cansado e procuro uma cadeira para me sentar.

João Eduardo põe-me a mão no ombro, com compaixão, que eu noto quando me fala.

-- Pensou que te tivesse acontecido o mesmo que aos outros. Como sabes a polícia não disse o nome dos mortos e dos presos...

-- Correu tudo mal. Tudo. A polícia estava à nossa espera. O Carlos foi logo morto. Vi-lhe o sangue a correr da cabeça. Só eu consegui fugir... Viste-a?

-- Vi. Veio-me dizer que se ia embora. Não lhe perguntei para onde. Se te serve de consolação, a minha irmã estava a chorar.

Fátima...

João Eduardo já não me pode dizer mais nada. Saio para a rua, fria. Tenho sede.

Finalmente, encontro-a. Não é cerveja, mas não faz mal, Já nada faz mal. Bebo, bebo até não poder mais. É bom este vinho. Ainda tenho de ir abrir a porta. Fátima não levou a chave e se a porta estiver fechada ela vai ter de bater e eu posso não ouvir.

É que agora eu estou em casa.

RIBEIRO DE CARVALHO

 

SUMÁRIO

Um crime não é uma acção isolada.

Enquadra-se dentro duma situação social, em que o agente do crime é, em última análise, obrigado a praticar esse tipo de acção. Um crime é feito por uma pessoa; esta está condicionada por factores de ordem social, económica e cultural. Um crime não pode ser esquematizado, “matematizado”. Tem de ser compreendido.

Relacionando isto com a produção policiária, há que ver como, dentro das limitações/texto de um problema policiário, o criminoso mais do que o crime, pode ser compreendido. Porque compreendê-lo é também compreender os mecanismos sociais e então, ao útil junta-se o agradável.

À recreação junta-se a compreensão e análise da realidade e o problema policiário torna-se também umo forma de cultura humana real e não escolástica. Não basta ir para o laboratório e afirmar que 2+2=4. É necessário estar na vida, vê-la, vivê-la e então contá-la. E, penso, para o policiário em geral, que não faz da investigação detectivesca a sua profissão, mais importante do que conhecer se a retorta é curva ou direita, se a impressão digital é côncava ou convexa, se os resíduos de pólvora são brancos ou vermelhos, mais importante do que isso

é dar uma dimensão humana a qualquer acto, não negar a um agente do crime de ser responsável pelos seus actos, mesmo quando estes questionam a ordem instituída.

Ribeiro de Carvalho

 

 


O MESTRE APRESENTA-SE

 

«(...) Gostamos sempre que digam bem do que fazemos, não é?

Em todo o caso, não sei se merecerei tantos elogios... Talvez eu não seja um bom juiz de mim próprio. Tenho sempre dúvidas em relação ao que escrevo. Consegui transmitir aquilo que queria? O conto não se torna fastidioso? A libertação de algumas regras ortográficas é entendida? As pessoas conseguem-me ler? Entendem-me? Assimilam não o significado das palavras, mas o significante? Sou uma pessoa de dúvidas!!!

Não sou um prático da escrita. Quero dizer, escrevo pouco, logo estou pouco sujeito a críticas que poderiam melhorar o que escrevo. Se escrevesse mais, talvez escrevesse melhor, ou, pelo menos, seria mais vezes rectificado, o que seria importante.

A escrita é-me difícil. Gostaria de ser como muitos que escrevem em profusão. Eu não consigo. Porque escrever é uma dor. Não é uma alegria, uma libertação. Escrevo com dificuldade, aos repelões, a escrita não acompanha o pensamento. Embaraço-me nas palavras, tenho de me sentir triste.

Ser conhecido, ser famoso, não me incentiva; os prémios não me incentivam! Concorro aos concursos só pela Amizade e pela Solidariedade que une os Policiaristas.»

Ribeiro de Carvalho

 

O Gráfico (RO)

 

Blogue RO – 1 de FEVEREIRO de 2024

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1 comentário:

  1. lembro-me bem do Ribeiro de Carvalho, grande escritor📜📒📓📓📙📚

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