Policial ou Policiário ?
A palavra Policiário, apesar do seu uso de décadas, não surge grafada nos dicionários, com razões que só os linguistas poderão apresentar.
Fernando Pessoa disse que “a minha pátria é a língua portuguesa”, e, este reconhecido autor da língua escrita em português, redigiu, em 13 de janeiro de 1935 , numa carta dirigida a Adolfo Casais Monteiro, “ … ou se deveria abrir com uma novela policiária, que ainda não consegui completar.”
Refira-se que Adolfo Casais Monteiro foi tradutor, crítico literário e poeta. Nasceu em 4 de julho de 1908 e faleceu em 24 de julho de 1972.
Voltando ao tema deste texto, faça-se ainda alusão a que, em resposta a uma outra missiva, Fernando Pessoa escreve de novo a Casais Monteiro, em 20 do mesmo mês, “Até à data que indico como provável para o aparecimento do livro maior, devem estar publicados ‘O Banqueiro Anarquista’ (em nova forma e redação), uma novela policiária (que estou escrevendo e não é aquela a que me referi na carta anterior…”.
A palavra Policiária é então usada por Fernando Pessoa, nestas duas cartas, num contexto que difere de policial. O Policiário insere-se numa atividade lúdica de escrita e de leitura, que difere do policial associado à atividade real das polícias.
Considerando esta primeira utilização da palavra por Fernando Pessoa e o seu uso, em diversas publicações ao longo de mais de 70 anos, também aqui será usado o termo policiário para a atividade que gera o conteúdo deste blogue.
In “A Página dos Enigmas! - domingo, 25 de fevereiro de 2024
Etiqueta: POLICIARISMO (História do Policiário)
sim, já me tinha apercebido, porque quando escrevo policiarismo ou policiarista, dá sempre erro🤔
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