*** DEDICATÓRIA:
-Crónica para os meus PAIS (Já falecidos) e os meus FILHOS!
-Crónica para os meus PAIS (Já falecidos) e os meus FILHOS!
***Muitas destas Crónicas já são do conhecimento dos Leitores/Seguidores que
acompanham, nos últimos anos, o Blog do “Repórter de Ocasião” (RO). Todavia as
Histórias de “O Menino Golfinho” e “A Bôla do Senhor Marcos e a Abóbora do Tio Manuel Peneireiro!” nunca foram
publicadas! É isso mesmo que o Blog-RO tenciona fazer nesta Quadra natalícia e
Festejos de Final do Ano.***
A Loja das
Crónicas
*** Histórias de
Natal!
Escreveu: Repórter de Ocasião (RO)
N
|
OS anos sessenta, em Burgau,
Algarve, Aldeia do Concelho da Vila do Bispo, Distrito de Faro, os habitantes
deste lugar viviam essencialmente da Pesca e da Agricultura! A Televisão em
Portugal tinha sido criada em Dezembro de 1955, edificada no ano seguinte para,
finalmente, nascer em Março de 1957. A "caixinha
mágica", um grande fenómeno
Nacional, não estava ao alcance de todas as bolsas porque, naquela época,
ainda, as jovens juntavam os tostões para comprar a colcha do casamento, quando
chegasse o momento! Ninguém tinha possibilidades de comprar a Televisão pelo
que as pessoas se reuniam, normalmente aos fins de semana, para ver filmes e
noticiários, no único aparelho existente na Aldeia, no Café público de um
habitante dos mais ricos da Terra! Eram os tempos do Bonanza, uma série de TV,
sobre Western, que passou nos écrans de Setembro de 1959 até 1973, com o viúvo
rancheiro Ben Cartwright a defender o seu rancho Ponderosa, em Nevada, na
companhia dos seus três filhos, de mães diferentes, Adam, Hoss e Little Joe.
Em
Burgau, as crianças instruíam-se até à 4.ª classe e somente os filhos dos mais
abastados prosseguiam os Estudos partindo para as Cidades de Lagos, Portimão ou
Faro, onde já existiam outros e mais sofisticados Estabelecimentos de Ensino.
Com respeito à conservação da saúde e à higiene, as instalações sanitárias eram
precárias e poucas haviam no seio das Famílias. Tomava-se banho, aos Domingos,
num alguidar gigante e satisfaziam-se as necessidades fisiológicas num bacio,
cujos dejectos eram depositados num balde apropriado para depois ser despejado
num enorme cano de esgoto que ia desaguar no interior longínquo do mar! Que
horror! Pensará o Leitor mas… era mesmo assim!
No
meio destas condições e privações, contudo, as Pessoas eram felizes e um dos
meninos da Aldeia, depois de aprender a ler, já na 3.ª e 4.ª Classe, começou a
visitar frequentemente a Barraquinha do Senhor Zeferino, situada no Largo
principal de Burgau que se intitulava como a “Loja das Crónicas”! Com efeito o
seu proprietário era um contador de Histórias que escrevia as suas crónicas em
Sebentas, os cadernos para rascunhos e exercícios da altura, nas
Escolas. As crianças que gostavam de ler dirigiam-se à Barraquinha, onde se
vendiam artigos Escolares, peças de Vestuário, utensílios Domésticos e algum
Tabaco, e ao troco de um tostão… solicitavam uma crónica… para ler! O Senhor
Zeferino facultava a Sebenta, os meninos liam as crónicas, sentados, no chão,
junto à Barraquinha, e devolviam ao Autor!
Este menino, um dos melhores visitantes e dos mais
assíduos na procura das Crónicas, adorava as Histórias e leu muitas como “Um Conto de Natal”, “Os Verdadeiros Manos da Bola”, “O Homem que
gostava de Flores”, “Irmãos”, “Iagooolo
o menino dos golos encantados!”, “O
Menino Golfinho” e entre muitas, também, a Crónica que narrava o episódio
da Abóbora do Tio Manuel Peneireiro intitulada como “A Bôla do Senhor Marcos e a Abóbora do Tio Manuel Peneireiro!”.
*** Muitas destas Crónicas já são do conhecimento dos Leitores/Seguidores que
acompanham, nos últimos anos, o Blog do “Repórter de Ocasião” (RO). Todavia as
Histórias de “O Menino Golfinho” e “A Bôla do Senhor Marcos e a Abóbora do Tio Manuel Peneireiro!” nunca foram
publicadas! É isso mesmo que o Blog-RO tenciona fazer nesta Quadra natalícia e
Festejos de Final do Ano. ***
Até breve. (RO)
Repórter de Ocasião (25 de DEZEMBRO de 2018)
NOTA – O Repórter de Ocasião opta por escrever os seus textos na
ortografia antiga.
DEDICATÓRIA:
Crónica para os meus PAIS (Já falecidos) e os meus FILHOS!
Crónica para os meus PAIS (Já falecidos) e os meus FILHOS!
*** PRAIA DO BURGAU - ANOS SESSENTA! ***
OS MEUS PAIS: João Valentim Rodrigues e Herlinda Maria Felizardo
MTR
ResponderEliminarEsta estória dos meninos no Burgau é tão igual à de tantos outros meninos distribuídos por este país a fora, as casas sem casa de banho, apenas com pia de despejos onde eram efetuadas às necessidades fisiológicas e despejadas as águas de banhos recebidos ao sábado, nas grandes banheiras de zinco com um grande bico, para facilitar o despejo.