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segunda-feira, 10 de maio de 2021

### (O)utras (R)eportagens - (023) ### (Crónicas: RO) *Uma Queimada feita por "Paspalhões" - Caça ao Javali

 QUEIMADA?...

Sabe o que é...?
-Nunca tinha ouvido falar!
-Não conhecia! (RO)
Obrigado, Domingos!

 


* OUTRAS REPORTAGENS (023)

- Por: Repórter de Ocasião (RO)

OS PASPALHÕES

(Uma Peça em IV ACTOS)

 

OS PASPALHÕES

(Uma Peça em IV Actos)

I ACTO

 

ZEBREIRA, Povoação Portuguesa do Município de Idanha-a-Nova. Os Terrenos da Zebreira são bastante produtivos na Agricultura com o cultivo de Oliveiras, Cereais e Árvores de Fruto com a Caça Licenciada também a predominar entre os seus Habitantes.

 

O Amigo Domingos Paixão da Eugénia, um dos Paspalhões desta peça Teatral, estava de férias, na sua querida Zebreira, quando se decidiu a ir à Caça, ele que sempre foi muito experiente neste hobby apesar de todos os seus Amigos Paspalhões saberem que ele nunca pegou numa Arma de Caça!

Decidido entrou no frondoso e agreste mato com as mãos desnudadas de qualquer utensílio que normalmente faz parte de um Caçador Licenciado, como mandam as Leis! Andou, andou, bateu o mato (andar à procura de alguma coisa), caiu no mato (escondendo-se e fugindo para não dar nas vistas) e poucas vezes se viu no mato sem cachorro (em situação embaraçosa sem poder contar com qualquer auxílio)… mas estava determinado que a Caça ia ser proveitosa uma vez que no local abundavam Coelhos, Perdizes e especialmente Javalis.

Andou, andou, andou… até que numa zona com pouco matagal… viu um enorme Javali dirigir-se a si… ficou inerte e… não se mexeu! O Javali ao aproximar-se do Caçador Domingos Paixão da Eugénia abrandou a sua correria e lentamente chegou próximo da sua figura! O animal, rastejando, submisso, baixou a cabeça e ajoelhou-se aos pés do Caçador!

-O que fazes tu aqui!? -proferiu o Caçador.

-Estou aqui porque… estou morto! -disse o Javali com a voz agonizada.

-Mas estás mesmo morto!? Ainda te ouço a falar! -retorquiu o Caçador.

-Sim! Morri agora mesmo. Pode levar-me consigo. -exclamou o Javali.

…Ainda desconfiado Domingos Paixão da Eugénia abanou o corpo do animal com o seu pé direito e como a “fera” não se mexeu pensou para os seus botões:

-Bem… está mesmo morto! Grande dia de Caça! Este vai direitinho para Vale de Milhaços para ser degustado com os meus Amigos no “Cantinho da Tina”!

(Sorrisos e muitas palmas) – Final do I ACTO

 

II ACTO

 

PASPALHÕES – Pessoas que não têm préstimo. Paspalhos, Tolos, Espantalhos, Estafermos. Pessoas embasbacadas. Pessoas que atrapalham. Empecilhos. Pessoas que estorvam.

 

É evidente que nesta peça Teatral o termo usado de “Paspalhões” não representa, na acção verdadeira da sua palavra, o que realmente significa por isso o Leitor e o atento Espectador deve entender “Paspalhões” ou “Paspalhão” como um comportamento carinhoso ou um chamamento sentimental e de Amizades entre uma Confraria de Amigos neste caso num Grupo de Confrades que se juntam para tirar o proveito de uma Patuscada!

 

Estava em casa, na Cozinha, quando o telemóvel soou:

-Estou, sim, meu amigo Domingos! Grande abraço! Ora, diga… se faz favor!

-Rodriiiiiiigueeeeeessss!! -gritou no seu estilo peculiar o Domingos Paixão da Eugénia.

-Viva!

-Olha… no próximo Domingo vens almoçar connosco no “Cantinho da Tina”… porque eu fui à Caça na Zebreira e apanhei um grande Javali! Deu-me uma trabalheira… o “bicho” ia-me matando… mas tombou aos meus pés! -muitos risos dos Leitores!

-OK, meu bom Amigo. Lá estarei! -Aceitei o convite sem hesitar.

 

(Sorrisos e muitas palmas) – Final do II ACTO

 

 

III ACTO

 

CHEGAR ATRASADO – MARCOS FAUSTINO o “Paspalhão” da “QUEIMADA” – JAVALI excelentemente Cozinhado pelo “Cantinho da TINA”! Almoço espectacular e fenomenal.

 

Como é costume… não consigo chegar a horas… a um Convívio, mas... desta vez, marcado o repasto para as 13 horas, precisamente a esta hora estava a estacionar o carro no local indicado… quando o telefone tocou:

-Rodriiiiiiigueeeeeessss!! Nunca foste Militaaaaaar!? Onde andas tuuuuuu!?

-Já estou perto meu bom Amigo! -justifiquei-me sem ter justificação.

Entrei no pomposo e acolhedor Restaurante da Albertina Morais e dirigi-me à Sala preparada para o Encontro! O José Silvério Ameão, a Ana Ameão, a Patrícia Ameão e o Pedro Pepe ficaram surpreendidos com a minha presença… pois não sabiam que eu ia participar no Banquete! Entre abraços e sorrisos cumprimentei um Amigo que já não via há 40 anos… o Marcos Faustino e já não nos lembrávamos… bem… um do outro, mas eu sabia de quem se tratava! Cumprimentei-o e também à sua Esposa Alice! De seguida acenei com uma saudação especial a todos os presentes!

-Rodriiiiiiigueeeeeessss!! Sabes que quem chega atrasado…

-Paga a despesa!! -Disse eu resignado.

Cinco minutos bastaram para travar uma sincera Amizade com os Confrades que não conhecia e para fortalecê-la com o Marcos Faustino! A refeição foi excelente! O Javali foi muito bem confeccionado pela TINA e o Vinho Branco ingerido foi de superior qualidade! Quando terminou o Petisco… o Domingos Paixão da Eugénia não parou de dirigir-se ao Marcos Faustino e na sua gritaria habitual não se cansava de exclamar:

-Oh… Paspalhão… olha que tens de ir fazer a Queimada!

Fiquei curioso… não sabia o que era aquilo da “Queimada”! O Silvério já bebia um digestivo e o Faustino também e… eu acompanhei-os enquanto o afortunado  “Caçador” não se cansava de dizer:

-Oh… Paspalhão… olha que tens de ir fazer a Queimada!

 

(Sorrisos e muitas palmas) – Final do III ACTO

 

 

IV ACTO

 

Já tinha visto no “Priberam” que “QUEIMADA” representava Cachaça fervida com açúcar e gengibre…. E pouco mais! Mais tarde apercebi-me que para tal preparação seria necessário, também, casca de limão, açúcar amarelo, rodelas de maçã e grãos de café, entre outros ingredientes, que eram colocados numa vasilha de barro onde se fazia fogo e a labareda teria de ficar azulada! Só não sabia é que... iria fazer parte de um ritual religioso a rondar o bruxedo numa espécie de magia negra!

 

…Até que chegou o momento… da anunciada QUEIMADA! O “Feiticeiro-Mor” já estava anunciado… era o “Paspalhão” do Marcos Faustino -que se esqueceu do Chapéu de Bruxo em casa! -quem colocou as especiarias na vasilha e começou a preparar o elixir milagroso, mexendo-o com uma colher de pau entre as palavras enfeitiçadas tais como: “Mochos, Corujas, Sapos e Bruxas. Demónios, Trasgos e Diabos. Espíritos dos Enevoados Campos. Corvos, Salamandras e Bruxas. Feitiços das Curandeiras. Mau olhado. Negros Feitiços. Pecadora língua da má Mulher casada com um Homem velho. Inferno de Satã e Belzebu”… e outras coisas muito horrorosas do piorio que se possa imaginar e, de repente, o fogo atiçou-se… a Sala ficou enevoada com um tom de cor azul arroxeada… o “Feiticeiro” elevou os braços… continuou com as suas cantilenas… monstruosas… enquanto os presentes de olhos esbugalhados saltavam e proferiam gritos endiabrados e miaus ensurdecedores! As portas do Restaurante fechavam-se e abriam-se em sintonia amaldiçoada como que alinhando na festança… e eu, sem saber como…, também comecei a gritar e a bailar… e o Céu, lá fora…, ficou negro!!

 

…Até que o “Feiticeiro” proferiu as seguintes palavras:  

-“Forças do ar, terra, mar e fogo... a vós faço esta chamada… se é verdade que tendes mais poder que as humanas pessoas, aqui e agora, fazei que os espíritos dos amigos que estão fora, participem connosco nesta QUEIMADA!”

 

…De repente… e seguidamente… tudo parou e após uns segundos de silêncio sepulcral… a QUEIMADA estava pronta! Os Telemóveis pararam de filmar! Os sorrisos voltaram aos rostos dos presentes. A luminosidade da Sala ficou normal e foi começar a beber aquele líquido milagroso, bastante doce, divinal, imortal e enfeitiçado até… cair de cu!! Um espectáculo! Sensacional.

 

Fiquei imensamente agradecido ao Paspalhão do Domingos Paixão da Eugénia por um momento tão emocional, gratificante, mágico e divertido!

 

Os Actores juntaram-se e de mãos dadas agradeceram os aplausos e os vivas do público que rejubilou com tamanha e grandiosa actuação!

 

Em final de Festa repetiu-se a cena do I ACTO recordando-se o momento hilariante em que o “Caçador” caçou o Javali na distinta Zebreira! O público riu às gargalhadas.

 

(Sorrisos e muitas palmas) – Final do IV ACTO

 

ACTA EST FABULA

(está encerrada a peça)

Repórter de Ocasião (10 de MAIO de 2021)

NOTA – O Repórter de Ocasião opta por escrever os seus textos na ortografia antiga.

 

 

*** DEDICATÓRIA: 

Com um grande abraço de indelével Amizade, esta Edição de “OUTRAS REPORTAGENS!” é dedicada, como devem compreender, especialmente, ao DOMINGOS PAIXÃO DA EUGÉNIA por me proporcionar um momento tão divertido e espectacular e depois agradecer a presença de todos os Amigos que participaram nesta Festa reforçando a Amizade com o Marcos Faustino, Alice, Anita, Pepe, Patrícia e TINA! (RO)

 










































2 comentários:

  1. Bom dia. Qual foi o resultado final? Talcez uma grande dor de cabeça. Ahahaha.

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    1. ...Não! Perfeitamente tranquilo!! Muito bom! Abraço. (RO)

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