PÁGINA CULTURAL DE DIVERTIMENTO

Divirtam-se neste espaço onde não se ganha milhões de euros e ninguém fica rico! Este é um local de diversão e puro lazer onde a única riqueza se granjeia a fomentar e divulgar a amizade, a alegria e a liberdade de expressão — e lucrando-se, isso sim, montes de Companheirismo e Fraternidade! (RO)

segunda-feira, 2 de janeiro de 2023

🎄🔔🌲 A Loja das Crónicas🔖 (Edição 11 - Por: RO)☃️ Escreveu: 📜📓Repórter de Ocasião (RO) - Natal/2022 »»» Primeiros dias do ANO de 2023!! 🍾🤩🙆🦉🥳🖊🔖

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A Loja das Crónicas

Histórias de Natal!

 

DEDICATÓRIA:

Um Conto de Natal, lembrado e escrito pelo Luís Rodrigues-RO em 2014, para ser dedicado, desta vez, em 2022 ao companheiro e amigo Ricardo Matos e à senhora, sua digníssima MÃE, que nasceu no mesmo dia do “Repórter de Ocasião”… 21 de Junho!! Grande abraço, com a amizade de sempre! -RO

 

Conto de NATAL

2014 - 2022

O Homem que gostava de flores

Escreveu: Repórter de Ocasião

(Dedicado a José Manuel Maia)

 

 

Primeiros dias de um novo ano, em Burgau, finais dos anos 60 do século passado.

Como habitualmente o Senhor Zeferino esperava a visita do seu cliente preferido… o Luiz que o procurava para ler as crónicas rascunhadas em sebentas com folhas amarelecidas… e desta vez, ao ver o menino chegar à sua barraquinha… atirou de chofre:

-Olá, Luiz! Já sei o que pretendes! Toma lá, para ler, mais uma crónica do futuro… esta vai ser conhecida no ano de 2014 e irás gostar certamente!

Os olhos do garoto arregalaram-se… recebeu o caderno e pôs-se a ler a nova crónica do Senhor Zeferino… com um título algo estranho… O HOMEM QUE GOSTAVA DE FLORES!

 

 

E

M todas as sessões solenes dos aniversários dos variados clubes e associações que fomentam e desenvolvem o Movimento Associativo existiram sempre diversos e coloridos ramos ou vasos de flores cuja função é ornamentar a mesa dos oradores que discursam em prol da colectividade aniversariante, elementos que elaboram comentários sobre o próprio associativismo, suas funções e objectivos, oferecem prendas ao clube anfitrião, trocam e fortificam laços de amizade. No final da festa as flores são oferecidas, normalmente, às senhoras que fazem parte da respectiva mesa de trabalhos que com o brilho nos olhos agradecem sensibilizadas pela acção generosa.

       Actualmente, nos tempos correntes, já não é bem assim... porquanto, já assistimos também à oferta das ditas flores a membros do sexo masculino... agora, já ninguém repara nem leva a mal... por isso! Antigamente é que era pior... porque Homem que recebesse ou requisitasse flores para si, numa festa qualquer, era alvo de censura... de mentes perversas e diabólicas que inventavam, no imediato, epítetos desajustados e caluniosos aos Homens que recebessem flores!  

       Francisco Timóteo era um desses homens que sempre sofreu com estes motivos pois, nos finais das reuniões festivas das colectividades, notava-se no seu rosto tristeza e amargura quando as flores eram somente distribuídas pelas senhoras presentes! E... tanto que ele queria um raminho de flores. No entanto, tinha receio de pedi-las ou pegar nelas... não fosse ser alvo de censura! Francisco Timóteo subiu a pulso na vida... outrora trabalhador metalúrgico... estudou à noite e licenciou-se em direito. Após o 25 de Abril de 74 tornou-se autarca na representação de Presidente da Mesa da Assembleia Geral da cidade onde residia e jamais abandonou o cargo até aos dias de hoje... conquistando a amizade e o carinho dos cidadãos que sempre o elegeram.

       Há uns meses, Francisco Timóteo, não resistiu à tentação e após uma sessão solene de aniversário do Charneca de Caparica Futebol Clube (CCFC) solicitou, para si, o vistoso e pomposo ramo de flores que enfeitou a mesa dos convidados. Ninguém o censurou por tal facto nem repararam na sua autoritária atitude. Antes, pelo contrário, as flores foram-lhe oferecidas acompanhadas de um sonoro e vibrante bater de palmas. Ele, agradeceu comovido.

       Exausto e simultaneamente contente Francisco Timóteo regressou a casa... abraçando freneticamente e muito nervoso o seu ramo de flores. Finalmente conseguira levar flores para casa. Tocou à campainha. Abriram-lhe a porta. Era uma senhora anciã que ao ver o seu filho com o ramo das flores exclamou, entusiasmada:

       -Querido filho! Cumpriste a promessa!! Trouxeste-me flores. Obrigada.

       Mãe e filho abraçaram-se contentes e realizados.

Repórter de Ocasião (25 de Dezembro de 2014)

Nota       O Repórter de Ocasião opta por escrever os seus textos na ortografia antiga.

 





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