O Coleccionador
de Cartões de Sócio
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10 – SERVIÇO MILITAR – 1.º Cabo
POLÍCIA DO EXÉRCITO – P. E.
# Ora, Viva! Depois deste interregno, dando prioridade ao “3.º Grande Convívio do Blogue RO” e ao início de um novo Torneio de Entretenimento, eis o regresso, como sempre, às Quintas-Feiras, no Blogue RO, http://reporterdeocasiao.blogspot.pt/ com o “Coleccionador de Cartões de Sócio de Clubes e Colectividades” na minha perspectiva pessoal, Luís Rodrigues.
Hoje para escrever, em jeito de memórias, sobre o meu Serviço Militar prestado entre Maio de 1979 e Agosto de 1980 onde conheci gente nova, doutras localidades do País e onde registei grandes amizades que nos dias correntes ainda recordo e perduram, mesmo distantes uns dos outros! Felizes e óptimos tempos aqueles.
…O 25 de Abril de 1974 aconteceu tinha eu 15 anos, completava 16 no seguinte mês de Junho, ao 21.º dia, e naquela altura, tão jovem, ainda não sabia o significado da Guerra do Ultramar e quando perguntei, aos de mais idade, o que era um Golpe de Estado responderam-me que significava que já não ia combater para fora do País! Tive a noção, então, do acontecimento e fiquei muito feliz!
…Dos 16 aos 21 foi um pulinho e no momento da inscrição para a Tropa escolhi a Marinha porque era o trajecto habitual dos habitantes de Burgau, o pessoal vinha todo aqui para o Alfeite do Laranjeiro! No entanto os Testes Psicotécnicos, confidenciaram-me, realizados em Faro atiraram-me para a Polícia do Exército, nome que veio substituir a antiga Polícia Militar onde o meu Confrade Luís Pessoa (LP do Policiário) marcou presença anos antes! E mesmo assim, no dia da abalada para a Recruta, ainda deixei o pessoal da Família com algumas lágrimas nos olhos, incluindo a minha querida Madrinha Maria Margarida Matoso da Silva que me recebeu e educou desde os 11 anos!
…Antes, a Recruta da Polícia Militar, creio que era transmitida em Santa Margarida, mas depois passou para Portalegre e… lá fui eu, “inocentinho da Silva”, sem desprimor para os Silva! Foram três meses, se bem me lembro, muito duros, mas que valeram a pena tornei-me mais capaz, mais homem, a merecer o privilégio de ser requisitado para a Escola de Primeiros Cabos que era administrada na Ajuda, em Lisboa! É evidente e compreensível que não vou relatar todos os acontecimentos vividos, enquanto cumpridor do serviço Militar, à excepção de um ou outro momento engraçado, e após ter obtido uma das melhores notas/classificações e adquirido as insígnias de “1.º Cabo” da Polícia do Exército acabei transferido para a Cidade de Évora.
…Na Recruta, o nosso Aspirante só falava para os seus maçaricos, em “cagança”, no bom sentido “Atitude de superioridade ou vaidade em relação aos seus méritos, qualidades ou feitos” (Priberam). Mas tinha um bom coração e aqueles que levaram as Provas e os Testes a sério tornaram-se mais capazes! Eu passei grande parte, daqueles três meses, na Secretaria, como ajudante, pois ofereci-me como voluntário quando perguntaram quem tinha aptidão para aqueles serviços e eu com a experiência do “Policiário” dei um passo em frente e acabei por ser feliz! No entanto, na primeira vez que fiz o exercício da “Corda Ventral” (atravessar de uma árvore para a outra, nas alturas, através de uma corda, com a Espingarda Automática (G3) à bandoleira (presa com a correia no ombro ou à tiracolo) deixei cair a arma… que quase atingiu o Oficial e… fiquei pendurado na corda! (Podem rir, à vontade!). Lá de baixo o Aspirante gritou, para mim: “Nunca mais vais sair da Tropa!” Assustado, como é natural… lá consegui ir de uma árvore à outra! A G3 ficou com a culatra amachucada e nos exercícios de tiro nunca disparei com ela… fiz sempre fogo com a arma de um companheiro! Tive, mais uma vez, sorte porque obtive sempre óptimos resultados, na Carreira de Tiro, para orgulho do Oficial que não se cansava de me elogiar!
…Cheguei a Évora, terra do nosso Amigo António Pãozinho, com muito orgulho nas divisas de 1.º Cabo. Mas na primeira vez que saímos em Patrulha, para dar uma volta pela Cidade, os Soldados mais velhos e que estavam para passar à peluda, de regresso à Terra Natal, tiraram-me as insígnias, colocaram-nas num deles, que foi, dessa maneira, Chefe da Patrulha e eu fui sentar-me para trás do Jipe, como Soldado normal e acrescentaram que eu… cheirava muito a leite! (Podem rir à vontade!)
Os primeiros dias foram complicados… a malta do Norte era terrível, mas eu aprendi depressa e se não podia vencê-los… juntei-me a eles! Rapidamente, em poucas semanas, passei de “1.º Cabo de Leite” a ser apelidado de “Cabo Veneno”… podem imaginar! Tornei-me Amigo de todos e a grande admiração por mim era impressionante! Vivi, em Évora, momentos muitos felizes! Amigos da Recruta, Escola de Cabos e em Évora, recordo Parreira (éramos uma dupla terrível!), Júlio Riço, Celestino Ribeiro, Vasco Gonçalves, Luís Rodrigues, José António Abreu, Lima, Gomes, Mendes, da “Motosserra” e o “Parvaça” (Guerreiro) (risos), entre muitos!
…Ainda há dias… Luís Rodrigues me perguntou se eu me lembrava do “Sargento Trovão”! Claro… mas não posso contar a(s) história(s)! Um grande abraço para todos.
…Em Évora estava lá… 8 dias seguidos e depois… folgava 4… o que me proporcionava regressar ao trabalho, na Gráfica Almadense!
…Após o Serviço Militar, já de regresso a Almada, onde trouxe algumas recordações, como a minha Boina era das mais vistosas, um Amigo, dos mais novos, pediu-me, através de Correio se lhe podia emprestar a dita para um desfile! De pronto enviei a Boina pelos CTT… nunca mais a vi! Não foi devolvida, para pena minha!
…Enfim, tudo passa, mas as recordações são boas! O mais importante é lamentar a Guerra entre Países! Se tenho ido para o Ultramar… talvez não estivesse, agora, a escrever… quem sabe!? Recordar… é viver! Tudo de bom, para todos!
BLOGUE RO na pessoa de Luís Rodrigues.
14 de Janeiro de 2022
http://reporterdeocasiao.blogspot.pt/
MTR
ResponderEliminarTão verdinho…, no fato e na idade. Beijinhos
Muitos parabéns pela Sua Postura de Vida
ResponderEliminarTudo o que faz sai sempre bem feito pois dedicasse de ♥️e alma.