* 03 - Academia de Instrução R. Familiar Almadense 📓 »»» O Coleccionador de Cartões de Sócio de Clubes e Colectividades 📰 (Blogue RO - 🖊 LUÍS RODRIGUES) 💼

 O Coleccionador

de Cartões de Sócio

 de Clubes e Colectividades

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3 – ACADEMIA DE INSTRUÇÃO E RECREIO FAMILIAR ALMADENSE (AIRFA) 

# A Academia de Instrução e Recreio Familiar Almadense (AIRFA) foi criada em 27 de Março de 1895, por um homem do Povo, que juntou um grupo de amigos, de nome José Maria de Oliveira, na altura comerciante mas que também já havia desempenhado a profissão de tanoeiro. Situa-se, ainda, em Almada e já tem 126 anos de existência, continuando com a sua Banda Filarmónica e Escola de Música, com muitas actividades Culturais e Desportivas, como Cinema, Natação, Teatro, Ginástica, Xadrez, Coro, Artes Marciais e Dança entre outras.

 

É importante que se refira, para esclarecimento do leitor, (ler “Introdução” da 1.ª edição) que nestas publicações de ”O Coleccionador de Cartões de Sócio de Clubes e Colectividades” as narrações são descritas somente na perspectiva subjectiva e meramente individual do seu autor, Luís Rodrigues, limitando-se o próprio a recordar certos e determinados episódios vividos, enquanto associado de Clubes e Colectividades do Concelho de Almada e não mais do que isso!

Não se pretende, com esta espécie de memórias…, contar sobre a origem, procedimentos e história dos referidos Clubes e Colectividades.

Continuando… fiz-me sócio da Academia Almadense muito jovem, em 1975, tinha 17 anos e sinceramente não me recordo -mas tenho a ideia de que sim, recebi um Emblema de Prata quando completei 25 anos de associado! -se fui contemplado quando cheguei aos 25 anos como sócio! A princípio foi-me atribuído o número 3991, com cota anual de 10$00 e dez anos depois já com um novo cartão de sócio era o número 2764 e pagava 30$00 de quotização. O último registo que tenho… como sócio da AIRFA é do ano de 2001, quando era o associado n.º 1172 e contribuía, então, com 100$00 de cotas anuais! Entretanto, a Academia Almadense deixou de ter Cobrador... que visitava os sócios para cobrança de cotas, o tempo passou depressa… e creio que no presente já fui “eliminado” de Sócio!

Em finais dos anos 70, do século passado, a Academia Almadense vivia tempos retumbantes de bailes e bailaricos com os seus associados! Eram bailes de Carnaval, festas do S. António e outros Santos, convívios por altura do Natal e Páscoa, etc, etc… Normalmente, no mês de Março, creio que por alturas da Páscoa a AIRFA realizava os seus tradicionais bailes  da Pinha ou da Pinhata também conhecidos como “dança da pinha” ou “dança da fita”!

Eu, Luís Rodrigues, e o meu inseparável companheiro, nestas andanças, Miguel Almeida (MM), éramos exímios dançarinos “residentes” neste tipo de festejos e até fazíamos apostas de cerveja e outras coisas mais… do género, quando começava uma música e um de nós não conseguia encontrar parceira para dançar e ficava de fora…, pagava a rodada! Nem lhes conto… normalmente conseguíamos, sempre, companheira para a dança… era no tempo em que as raparigas ficavam num canto, os rapazes no lado oposto e… quando a música começava a tocar eles dirigiam-se a elas convidando-as para a dança… haviam “tampas” (recusas) que até faziam faísca mas eu e o MM nunca desistíamos! Dançávamos com qualquer rapariga desde aparentemente bonita ou menos engraçada, sardenta ou com a cara repleta de borbulhas, magrinha ou bem constituída, quer fosse baixa ou mais alta do que nós… morena ou loura! Nós não queríamos era… perder a aposta! Uma vez… sem meninas para serem convidadas… fiquei para trás, distraído, o Miguel Almeida já estava a dançar, todo sorridente, com uma menina, só me restava uma hipótese… convidar uma rapariga que nunca dançava…, ou seja, não era convidada por ninguém… por possuir um porte físico enorme e gigantesco! Não tive problemas… fui “à luta” e fiz-lhe um sinal para aquela dança! Ela, bastante gentil e muito simpática, aceitou, veio a correr, e arranjei, assim, par para dançar! Se bem me lembro, não saímos do mesmo sítio… pois de mão dada e braço esticado, com uma das mãos da rapariga, a minha outra mão… não conseguia chegar a meio das costas dela! Aguentei-me! Foi um momento hilariante, muito giro e desta maneira não perdi a aposta!

Chegou o baile da Pinha e eu mais o MM não faltamos à festa! Convidámos duas irmãs para o momento, Maria de Fátima Sousa Jácome e Maria Helena de Sousa Jácome (espero que no presente ainda sejam vivas e com muita saúde!) que aceitaram participar muito contentes! Tínhamos combinado: se algum de nós ganhasse algum prémio… seria para dividir pelos quatro!

A pinha, gigante estava colocada no meio da sala, uma cave, nas traseiras da Academia Almadense! Dela pendiam dezenas de fitas que eram puxadas, uma de cada vez, por cada par dançante! A música ia tocando e, a pouco e pouco os pares de dança iam puxando por uma das fitas à escolha… e três coisas podiam acontecer, no momento da escolha da fita… A mesma não ter indicação de qualquer prémio… ou ter um número que representaria um designado prémio ou… quem escolhesse e puxasse a fita certa… tornar-se-iam REI e RAINHA do baile da PINHA! Ao puxar a dita fita… a mesma bem presa… abria  a Pinha e estava encontrado o PAR REAL!

Não fomos REIS, nem eu nem o MM, mas não sei o que me deu… para escolher uma fita de cor verde (!) e… lá estava um prémio: quatro almoços de frango assado numa Churrasqueira das proximidades, em Almada!

No fim-de-semana seguinte fomos os quatro (nós e elas!) almoçar, eu, o MM e as duas irmãs! Foi engraçado… para mais tarde recordar! Hoje ainda tenho o talão do almoço, guardado, assinado pelos “Quatro Cavaleiros Andantes”… estávamos em Março de 1979, há, portanto, 42 anos e mais meio! A despesa que causámos foi de 237$00, vejam só! Hoje 1,20€ chegava e ainda sobravam uns cêntimos!! “1.º Baile da Pinhata - ACADEMIA ALMADENSE (17-03-79)”. Cinco meses depois estava em Portalegre, com 21 anos, no serviço militar, como mancebo da “Polícia do Exército”!

Não me recordo se aquele “1.º Baile da Pinhata”, como escrevi a letras verdes, na ocasião, se referia ao nosso “1.º Baile da Pinha” ou se foi, realmente, o primeiro organizado pela Academia Almadense!

Bons e felizes momentos, aqueles!